sábado, 4 de janeiro de 2025

1965, o no em que (quase) tudo realmente começou

 Marcelo Moreira

Pode não ter sido o ano mais importante do rock, mas foi quando (quase) tudo começou. O sagrado ano de 1965 definiu basicamente como a música que tanto amamos como a principal manifestação cultural da juventude ocidental. Foi naquele ano que o rock passou a ser encarado como arte, com seriedade e com propriedade.

Alguns fatos memoráveis: foi o ano da explosão de The Who; da consolidação dos Rolling Stones como potência; do surgimento dp Pink Floyd; da guinada total dos Beatles como artistas de vanguarda; do surgimento dos Small Faces; do amadurecimento dos Kinks; da transformação de Eric Clapton em protagonista. Isso tudo e muito mais faz 60 anos em 2025.

Um livro bem interessante analisou os grandes fatos da música pop de 965 e traz conclusões que merecem algumas reflexões. O jornalista e historiador norte-americano Andrew Grant Jackson é o autor de "1965 – O Ano Mais Revolucionário da Música", editado recentemente no Brasil pela editora Leya. É uma obra ambiciosa e pretensiosa, com alguns equívocos, mas que propõe um debate instigante.

Crav ar esse tipo de afirmação em uma obra literária é temerário, ainda mais em um assunto como a cultura pop. Por que 1965, e não 1967, quando obras-primas do rock foram lançadas, ou 1968, ano em que o mundo pop foi influenciado por acontecimentos sociopolíticos? Ou então 1970, que é o ano em que os sonhos acabaram e a arte ficou mais "profissional"?


 



Jackson expôs muitos argumentos em 330 páginas e não convenceu – não conseguiu provar categoricamente que 1965 foi o ano mais importante da música pop.

No entanto, com um texto leve e informativo, e com toneladas de referências, cometeu uma obra importante, onde descrever com clareza e uma interpretação sociocultural alguns dos principais fatos da década de 1960.

Se o autor não prova o que título da obra vaticina, consegue traçarum panorama bem legal não só do ano citado, mas de toda a área cultural desde o ano de 1950.

Bem contextualizado, o texto mostra a gênese de alguns álbuns e singles importantes, descreve como os principais artistas as criaram e o ambiente em que criaram, citando o "clima" interno de bandas e os problemas pessoais que os envolviam.

Foi a situação de John e Michelle Philips, por exemplo, eram o casal principal do Mamas and the Papas, mas a banda quase acabou em 1965, antes do sucesso, por causa do caso extraconjugal de Michelle com Dennis Doherty, o guitarrista principal da banda (John os pegou no flagra, houve briga, mas a banda prosseguiu por anos, assim como o caso dela com Doherty). Esse clima foi crucial para a composição de vários hits da banda, assim a paixão não correspondida da outra vocalista, Mama Cass Eliott por Doherty

Jackson foi além, descrevendo como funcionavam as paradas de sucesso de folk, rock, pop, blues e soul, mostra como foram importantes algumas obras do período, como as de Frank Sinatra, Otis Redding, Marvin Gaye, os artistas da Motown, Stax, da cena country e do blues.

Passa também, ainda que rapidamente, mas com conteúdo, pela cena inglesa de blues e rock da primeira metade dos anos 60. Pela formação e pela paixão, o autor dedica muitas e muitas páginas ao que chama de folk rock, e Bob Dylan acaba ganhando um protagonismo exagerado, embora não fora de propósito. O músico entremeia relatos em várias partes do livro, ganhando uma análise profunda de sua obra e do impacto que vários eventos tiveram em sua música.

Para leitores que têm um conhecimento superficial da vida norte-americana daquele período, o livro traz um bônus: relatos importantes do clima político, econômico e social que marcaram a década.

Estão lá explicações sobre os principais conflitos raciais dos anos 60, as disputas políticas entre conservadores e liberais, as lutas às vezes sangrentas pelos direitos civis de minorias, as campanhas e filosofias de gente como Malcolm X e Martin Luther King, as causas do surgimento dos hippies, a decadência econômica de polos industriais como Detroit e o norte da Califórnia o impacto que a política belicista em relação ao Vietnã e a sua desastrosa guerra tiveram na sociedade e como isso influenciou diretamente a música.

Mesmo não comprovando a tese do título, o livro de Jackson é interessante pelas informações que compila e pela contextualização necessária sobre uma época rica da arte da cultura ocidental. A conclusão é questionável, mas como obra história cumpre satisfatoriamente o seu papel.

sexta-feira, 3 de janeiro de 2025

King Crimson, a excelência musical repleta de experimentalismo e ousadia

 Marcelo Moreira


 

Última formação do King Crimson (foto: divulgação)


Ninguém sabia direito o que era aquilo, nem como classificar aquela banda diferente e aquele som bem original. Havia uma certa tendência naquele final de década de 60 na Inglaterra em que artistas surgiam querendo fazer algo inovador e misturando tudo.

Não dava para chamar de movimento, mas havia algo acontecendo e, então, por falta de termo melhor, chamou todas aquelas bandas que faziam algo diferente – Pink Floyd, The Move, The Nice, Moddy Blues, Strawbs, Procol Harum,, Renaissancce – de progressistas. A sacola engordaria ainda com a chega da de Yes, Genesis, Emerson,Lake and Palmer, Rick Wakeman, Jean-Michel Jarre. Camel, Henry Cow, Mike Oldfield, Jean-Luc Ponty, Vangelis e muitos outros.

Para muitos, entretanto, os ingleses do King Crimson representam a definição perfeita de rock progressivo, com sua fusão de rock, música de vanguarda, música experimental, música erudita e free jazz, Na primeira metade dos anos 70, somente os alemães do Kraftwerk, os pioneiros da música eletrônica, conseguiam se igualar em vanguarda e experimentação com o grupo de Robert Fripp.

Guitarrista de vasto conhecimento acadêmico e de alta criatividade, Fripp era um crítico pesado do rock e da música popular e adorava citar referências eruditas sobre sua forma de tocar. Irritava as pessoas ao dizer que fazia música para a cabeça, não para os pés.

Ironicamente, foi por meio do rock que ele e sua banda ficaram conhecidos. Criou o King Crimson dos escombros do trio Giles, Giles e Fripp, que manteve com os irmãos Michel e Peter Giles. Michael fez parte da formação inicial, que ainda tinha Greg Lake (baixo e vocal),Ian MacDonald (instrumentos de sopros e violão, além de alguns teclados) e Peter Sinfield (letrista e efeitos de iluminação.

Estrou em ato estilo, com um poderoso e inquietante álbum de estreia, ”In the Court of Crimson King”, e abrindo para Rolling Stones e Blind Faith em um Hyde Park, em Londres, com 150 mil pessoas, em 5 de julho de 1969.
 

Primeira formação da banda, em 1969 (FOTO: DIVULGAÇÃO)


A formação inicial durou pouco, menos de um ano e dois álbuns. Fripp se tornou autocrata e assumiu a liderança na marra em todos os sentidos. Ficou sozinho muitas vezes nos cinco primeiros anos e teve de reconstruir tudo do zero algumas vezes.

A ironia é que, de todos os músicos com que tocou, o que mais antipatizava com ele foi o que mais o suportou. Ffripp e o baterista Bill Bruford, que tinha fundado o Yes, não se suportavam, mas se admiravam musicalmente.

Até 1974 o King Crimson fez grandes álbuns, como “Islands”, “Lizards, “Red” e “Lark’s Tongues in Aspic”, mas Fripp achava que não era o bastante. Senria-se limitado e queria bemmais,experimentar muito mais. Encerrou abrupyamente o grupo em 1974.

Depois de trabalhar com Brian Eno (ex-Roxy Music) e Andy Summers (futuro The Police), achou que era hora d ressuscitar o King Crimson em 9181 com Bruford na bateria, Tony Levin no baio e no stick e Adrian Belew na guitarra e nos vocais. Era uma banda mais roqueira, mas bastante experimental. Foram quatro anos e três álbuns ótimos, mas Fripp enjoou de novo e colocou a banda em hiato até 1991.

O quarto virou sexteto coma chegada do baterista e percussionista Pat Mastelotto e do baixista/stck man Trey Gunn – o King Crimsson dividia Levin coma banda solo de Peter Gabriel – e a banda se tornou ainda mais experimental e mais jazzística.

A partir de 1995 o sexteto se subdividiu em alguns “quartetos” para explorar novos caminhos, muito ousados e audaciosos. Tudo durou até 2003, quando Fripp decretou novo hiato.

'King Crimson em 1981 (FOTO: DIVULGAÇÃO)


Voltaria com o em 2007 como um septeto e novos músicos, como os bateristas Jeremy Stacey e Gavin Harrison (Porcupine Tree) fazendo companhia a Pat Mastelotto – Bruford anunciara a sua aposentadoria – e o guitarrista Jakko M. Jakszyk como vocalista e guitarrista no lugar de Adrian Belew. Teve lugar também para o saxofonista Mel Collins,que tinha partido para jazz underground anos antes.

Com hiatos menores, o King Crimson manteve essa formação por 13 anos até encerrar definitivamente as atividades em 2020 após 51 anos depois de sua fundação. Duas de suas últimas apresentações foram na sua única visita o Brasil, em 2019, para tocar no Rock in Rio e no Espaço Unmed, em São Paulo.

Motas roqueiras: Marilia Zangrandi, The Mönic, Bianca Gismonti, Lobão...

Marilia Zangrandi (FOTO: DIVULGAÇÃO)

 

-  A talentosa cantora Marília Zangrandi, atualmente residindo em Portugal, está lançando um novo  projeto. Apresentando-se agora sob o nome artístico Eudoxia, gravou o álbum intitulado "The Shadow Works" será lançado ao vivo em um show no Rio de Janeiro, no Calabouço Bar, no dia 26 de janeiro.O show promete ser uma experiência única, onde Eudoxia irá apresentar suas novas músicas e explorar temáticas profundas e emocionantes. Com uma sonoridade inovadora e letras impactantes, ela busca conectar-se com o público de uma forma intensa e autêntica. Para mais informações sobre o evento, siga @calaboucobar nas redes sociais. Ela ficou conhecida por integrar a equipe de músicos de apoio do cantor norte-americano Geoff Tate (ex-Queensryche)

- O ano de 2024 foi um ano de muitas conquistas para a banda The Mönic. Em turnê do álbum “Cuidado Você” (Deck 2023), elas fizeram mais de xx apresentações pelo Brasil, incluindo nos festivais Rock in Rio e Knotfest. Lançaram a versão DeLuxe do álbum com três faixas extras e agora “fecham a tampa” do ano com o clipe de “Kamikaze”.Última faixa de “Cuidado Você”, “Kamikaze” é a música mais ouvida do disco mesmo sem ter sido single oficial. O clipe é o episódio final de uma história que percorreu 8 produções audiovisuais da The Mönic. Dirigido por Caio Luiggi em parceria com a vocalista Dani Buarque, que também escreveu o roteiro, em uma produção da The Mönic com Voyage Studios, o clipe, assim como a música, conta uma história existencialista. “Os episódios anteriores mostram muitos estágios da consciência até chegar no enfrentamento da impermanência, que é o grande vilão” – comentou Dani, “mas ainda tem 8 episódios inteiros cheios de história e simbologia pra galera assistir na ordem e montar o seu próprio quebra-cabeça. Os fãs já começaram a fazer suas teorias. E estamos nos divertindo muito lendo tudo. Fizemos até uma playlist com os clipes na ordem porque foi a primeira coisa que pediram quando lançamos”.

- Em uma bela homenagem ai pai, o músico Egberto Gismonti, a pianista Bianca Gismonti está lançando um álbum dedicado ao pai. O Bianca Gismonti Trio gravou "Gismonti 70" com Bianca ao piano e voz, Julio Falavigna, na bateria, e Antonio Porto, no baixo de seis cordas - além de violão acústico e voz (na faixa 7). Misturaram repertório de diferentes períodos da obra composicional de Egberto; incluindo canções emblemáticas, como "O Sonho" (gravado por Elis Regina) e eternas referências instrumentais, como "Palhaço" e "Lôro". O álbum - gravado em 2018 em Budapeste - seria mixado (e lançado) em 2020, mas a pandemia atrapalhou os planos. Só agora, em 2024, Bianca finalizou o projeto registrando as fotos que ilustram o trabalho. "Eu queria que as fotos fossem feitas no ambiente onde morei com meu pai até os 19 anos e aonde ele vive até hoje, que é o seu canto de silêncio e grandiosidade; como um museu de arte da própria vida", revela Bianca. Escute em https://open.spotify.com/album/6T9185qqXOpE2ZJGRTDy6j?si=6agw_FKYTd-y6_MSHxL4Cw

- O cantor Lobão sobe ao palco do Blue Note São Paulo para duas apresentações na noite de 18 de janeiro, sábado, às 20h e às 22h30. O artista vai apresentar na casa do show "Luau Indoor", um espetáculo intimista, cheio de histórias e com grandes clássicos do artista. O músico compartilha não apenas seus sucessos, mas também as histórias por trás das canções, revelando o processo criativo, as inspirações e os momentos que marcaram sua trajetória. Os ingressos estão à venda no Eventim.
  espetáculo convida o público a uma viagem musical única. Diferente da turnê elétrica Lobão Power Trio, o Luau Indoor cria um ambiente de proximidade e emoção, em que o artista e sua plateia celebram juntos a vida, a arte e as memórias. "Luau Indoor" é um mergulho na carreira de Lobão, onde cada música do repertório não se resume apenas em melodias e harmonias, mas também histórias que ajudam a construir a narrativa de uma vida dedicada à arte. Com clássicos como "Me Chama", "Vida Bandida", "Rádio Blá" e "Canos Silenciosos", Lobão guia o público por momentos marcantes de sua trajetória, compartilhando detalhes de como essas músicas nasceram, as emoções que carregam e o impacto que tiveram em sua vida e na cultura brasileira.

quinta-feira, 2 de janeiro de 2025

Ex-integrantes 'brigam' pelo legado do King Crimson

Marcelo Moreira

São frequentes os casos Desagradáveis de ex-integrantes que brigam por despojos de bandas alegando que querem preservar o “legado”, seja lá o que isso signifique na prática. E aí vemos a existência de duas encarnações alegando ser a “verdadeira banda, quando na verdade, em quase todas as vezes, trata-se apenas de duas ou mais versões “covers de nomes importantes da história do rock.

Os exemplos são vários: Venom, Great White, Wishbone Ash, Creedemce Clearter Revival, Yes (que conviveu com Anderson, Bruford, Wakeman and Howe e também Yes feat. Anderson, Rabin e Wakeman)...

São raros os casos em que nomes consagrados são usados com as bênçãos, ou o silêncio, dos líderes ou herdeiros dos líderes. É o caso do King Crimson, um dos nomes mais importantes do rock progressivo.

O líder e criador da banda, Robert Fripp, manteve o grupo em hiato por vários períodos desde 1969, e nunca se importou com amigos e ex-amigos se juntando para fazer homenagens e tributos. O guitarrista inglês sempre teve a exata noção do legado extraordinário que ele sua bnda deixaram. Sem interesse em prosseguir co ela, vê o nome King Crimson em alta por outros caminhos.

Nos anos 2000, gostou do eu uviu como Crimson Jazz Trio, dos Estados Unidos, que tocava as suas músicas intrincadas e experimentais de um jeito mais radical, ainda mais livre e solto. Depois veio a 21st Schizoid Band, dedicada a recriar fielmente as canções da primeira fase do King Crimson, que durou de 1969 a 1974. Esse projeto existe há 30 anos, mas com longos hiatos.

IMAGEM^REPRODUÇÃO/DIVULGAÇÃO

 
No ano passado, com status de superbanda, surgiu o Beat, que se concentra em executar as canções do período de 1981 a 1985 e algumas do período de 1991 a 2003.

O Beat é o nome da vez, surgido de um encontro entre os guitarristas Adrian Belew e Steve Vai. Beew, com passagens por bandas de renome como a de Frank Zappa, tocou como King Crimson entre 1981e 2003,sempre driblando as desavenças com Fripp, que odiava seus eventuais exageros com drogas, segundo as fofocas roqueiras.

É a sua voz que está nos clássicos discos da segunda fase- “Beat”, Discipline” e “Three of a Perfect Pair”.

Sua guitarra exótica e inventiva também é parte indissociável do som da banda e casou perfeitamente como estilo experimental e perfeccionista de Fripp.

Belew nunc escondeu as mágoas de não ter sido chamado para a encarnação da banda que ressurgiu em 2007 – foi substituído pelo inglês Jakko M. Jakszyk, cantor e guitarrista veterano da cena de rock progressivo europeia e amigo de Fripp.

Mesmo com s desavenças, os dois não sõ inimigos e Belew participou de vários projetos que fizeram tributos ao King Crimson nos últimos 15 anos. Agora decidiu fazer o seu.

Curiosamente, é um projeto de músicos americanos para fazer um som de uma das bandas mais tipicamente inglesas que existiram. Além dos guitarristas Beew também vocalista) e Vai, participam o baterista Danny Carey e o baixista Tony Levin, que foi integrante e braço direito de Fripp no Crimson entre 1981 e 2020. Nos bastidores, conta-se que foi a presença de Levin que ocasionou a bênção de Fripp.

IMAGEM: DIVULGAÇÃO

 
O quarteto deveria fazer apenas alguns shows nos Estados Unidos – não mais dfo que dez, segundo Belew -, mas o sucesso foi tão grande que shows na Europa e na América do Sul deverão ser agendados para 2025,além de uma segunda turnê pelos Estados Unidos.

A 21st Schizoid Band é essencialmente inglesa e acaba de lançar um disco ao vivo, ”Live in Barcelona”. Foi um projeto capitaneado pelo saxofonista Mel Collins e pelo multi-instrumentista Ian MacDonald, que fundou o King Crimson com Fripp. Os dois participaram da primeira fase da banda e têm a ajuda de outro membro dessa época, o baterista Ia Wallace. A formação ainda tem Jakko M. Jakszyk e outro colaborador dos primórdios do Crimson, Peter Giles.

Apesar da alta demanda pelos shows do grupo, é um projeto que não é muito constante, já que seus integrantes, que têm entre 75 e 80 anos, evitam fazer turnês, concentrando as apresentações na Grã-Bretanha e na Europa Ocidental. Nenhum dos músicos mantém proximidade com Fripp, mas obtiveram a sua aprovação e até mesmo comentários públicos positivos.

Nas mais recentes entrevistas, Adrian Belew diz estar surpreso com a ata demanda por shows do Beat, mas não crava o futuro do projeto, bem mesmo se haverá regravações das canções da banda original. “Steve Vai abraçou o projeto, mas é um músico muito ocupado. Eu e Tony Levin temos as nossas carreiras solo e ele tem quase 80 anos. Não vou fazer planos a longo prazo.”

A 21st Schizoid Band tem uma agenda bem restrita de shows para 2025, alguns ainda confirmação.

Ameaças a jornalistas antecipam a luta pela manutenção da democracia em 2026

 Marcelo Moreira



É uma daquelas coincidências macabras que sinalizam que são tempos perigosos para o mundo progressista e que preza pela decência da convivência humana: a banda pernambucana Devotos, de punk rock, lança nova música em homenagem a um jornalista assassinado pela ditadura militar no mesmo dia em que um lixo fascista intimida uma jornalista em um supermercado em São Paulo.


Não é um começo de 2025 auspicioso, em que as forças retrógradas e golpistas se movimentam para pressionar por anistia ao nefasto ex-presidente Jair Bosonaro e aos vagabundos terroristas que atacaram Brasília em 8 de janeiro de 2023.

Desde que o bolsonarimo asqueroso e abominável ascendeu à vida nacional, em 20118, a democracia viver seno testada em todos os dias, principalmente por agentes da lei fascistas e armados não perdem oportunidade de ameaçar constantemente a sociedade. As ações de violência policial cometidas por policiais militares em todo o país recentemente fazem parte deste contexto.

Também há núcleos perigosos de golpistas, antidemocráticos e fascistas nas Polícias Civis de todo o país. A jornalista Natuza Nery, da TV Globo, foi intimidada por um ser desprezível identificado como um policial civil em um supermercado da zona oeste de São Paulo. O dejeto humano vociferou que o “país estava desse jeito graças a gente como ela e à empresa onde trabalha. Deveriam sr aniquilados”. Um inquérito foi aberto para investigar esse atentado `s democracia e à liberdade de expressão.

Com isso, dá para ter ideia do mundo que essa gente nefasta e nojenta queria implantar caso o golpe bolsonarista desse certo ao final de 2022. Por isso, louvemos a nova música da banda Devotos, um dos nomes mais importantes do punk sul-americano que está com nova música no ar.

“Vladimir Herzog” já entrega o tema: é uma canção que homenageia o jornalista da TV Cultura preso pela polícia política brasileira no final de 1975 e assassinado depois de muita tortura na mesma noite da prisão. A ditadura militar tentou simular um suicídio, mas a farsa, tão ridícula, foi desmascarada imediatamente. Nascido na Sérvia, em 1937,fugu da invasão nazista de 1941 para o Brasil para, de forma inacreditável, morrer assassinado por uma ditadura bananeira criminosa.

A morte de Herzog, sem filiação alguma a partido político ou grupo guerrilheiro, foi considerada o começo do fim do regime militar, que caía de podre por incompetência, corrupção e crimes contra a humanidade. Infelizmente, a ditadura duraria ainda mais de dez anos, com uma fieira de crimes no histórico.

Precisamos sempre lembrar do martírio de Herzog e, neste momento, protestar veementemente contra a ameaça fascista das forças do atraso e do retrocesso. Não pode haver anistia aos terroristas de janeiro de 2023 e todo tipo de comportamento fascista tem de ser identificado, processado e banido. A luta pela preservação da democracia nas eleições presidenciais de 2026 começou mais cedo do que imaginávamos.




Notas roqueiras: Ready to Be Hated, Masseti, Athos 2...


FOTO: DIVULGAÇÃO

 - O supergrupo paulistano Ready to Be hated, criado pelo baixista Luis Mariutti (ex-Angra e Shaman) lançou um videoclipe para "The Old Becomes the New", marcando o encerramento de um ciclo inicial de lançamentos do primeiro EP, que leva o nome do grupo. O clipe de "The Old Becomes the New" foi filmado no Bendito Cacao Resort, com direção e edição de Caike Scheffer, que também assinou a captação junto com Lemon Moradin. A direção artística ficou a cargo de Fernanda Mariutti, que trouxe um toque refinado à produção. Você pode assistir ao vídeo no canal oficial do Mariutti Team: Veja em https://youtu.be/G5_JRVJrGn0

- Após mais de uma década à frente do Daydream XI, banda de netal progressivo que conquistou reconhecimento internacional, o músico brasileiro Tiago Masseti apresenta sua nova empreitada solo: Masseti. Radicado no Brooklyn, Nova York, o cantor, guitarrista e compositor abre as portas de uma nova fase de sua carreira com o single de estreia, “Against Our Fire”, já disponível em todas as plataformas digitais. O lançamento marca o início da trajetória do projeto que culminará no primeiro álbum completo, previsto para junho de 2025.
Assista ao vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=8wZeEdo1NgA
Assista Guitar Playthrough: https://www.youtube.com/watch?v=vtOBKF7MdL0
Ouça nas plataformas digitais: https://massetiofficial.com/
A mudança de direção artística veio como uma resposta à introspecção trazida pela pandemia, período em que Tiago, isolado em Nova York, mergulhou em um intenso processo criativo. “Durante o lockdown, eu compus e pré-produzi quatro álbuns, mas também passei meses refletindo se deveria continuar com o nome da antiga banda. Foi um momento decisivo, que me ajudou a compreender o que eu queria construir daqui para frente”, explica o músico.

- A banda de rock cristão Athos 2, de Belo Horizonte (MG), lançou nesta terça-feira, 18 de dezembro, o videoclipe oficial da música “Lobo”. Disponível ao meio-dia, o vídeo traz à vida a forte mensagem de alerta contida na letra, baseada na passagem bíblica de Mateus, onde Jesus alerta sobre os lobos em pele de cordeiro..A faixa também aborda as consequências emocionais de cair nas armadilhas desses “lobos”, reforçando a necessidade de estarmos atentos e alicerçados na fé. Para reforçar a mensagem, a banda contou com a participação de Wander Ruas, da banda Alva, que contribuiu com sua composição e deu ainda mais profundidade à música. O videoclipe, marcado por tons de roxo — cor que simboliza a identidade visual da banda —, promete transmitir visualme nte a intensidade e reflexão que a música carrega.

Em uma era de incertezas, precisamos de mais, muito mais

 Marcelo Moreia

IMAGEM: REPRODUÇÃO


Um século que dizima todas as nossas certezas e semeia dúvidas e medo em todos os corações. Fazia tempo que um ano novo que chega não trazia tants preocupações como 2025 nos mais variados campos do conhecimento humano; Em vez de esperança, doses fartas de incertezas povoam as perspectivas e infestam o horizonte.

Os desastres naturais cava vez mais intensos e em maior número são uma realidade, enquanto os europeus se preparam para a III Guerra Mundial – que, para muita gente, já começu há tempos.

Temores e pessimismo solaparam as esperanças no momento em que o nefasto Donald Trump foi eleito novamente presidente dos Estados Unidos, reacendendo a chama dos partidários do nefasto Jair Bolsonaro de conseguir recuperar terreno em 2026.

O pessimismo toma conta da política nacional por conta da demora em se investigar as tentativas de gole de Estado no final de 2022 e na responsabilização de seus perpetradores. Nada está sendo mais esperado do que a prisão do ex-presidente de notórias inclinações autoritárias e quase fascistas.

O nosso cotidiano começa 2025 permeado por aumento de tarifas públicas, crescimento exponencial da violência policial e de manifestações racistas em todos os níveis, resultado direto do incentivo ao ódio pela extrema-direita representada pelo bolsonarismo nojento (pleonasmo).

Quando o antirracismo vira “coisa de esquerda” e iniciativas para combater coisas como o trabalho análogo à escravidão são bicotadas e torpedeadas é porque a doença é grave e se espalha muito rápido.

Menos mal que ainda temos a música e a arte para no salvar, ao menos por enquanto. Nunca tivermos uma oferta tão grande e vasta de shows internacionais como em 2024 e fomo o ano novo prenuncia. Temos de aproveitar, já que o número de “turnês de despedida” aumenta a cada dia – Roger Waters, Eric Clapton, Gilberto Gil, possivelmente Caetano Veloso, Sepultura, Angra, Dr. Sin...

O vácuo é grande, inversamente proporcional à quantidade de candidatos em condições a preencher as lacunas. A geração Greta Van Fleet, com todos os pés fincados n passado e sem ousadia, não mostra ter estofo para assumir a responsabilidade, e o mundo engajado e ativista do Black Pantera e de Tom Morello (ex-Rage Against the Machine) tem, obstáculos e oposição demais para ampliar seu espaço. O que sobra então?

A tendência é que 2025 seja um ano de transição que vai consolidar a saída de cena de nomes importantes do rock e, de forma tímida, apontar caminhos alternativos e candidatos a ocupar os espaços nas grandes arenas.

Se olharmos por outra perspectiva, somos forçados a reconhecer que o rock perde ainda mais espaço e, de forma, progressiva, por conta de uma certa acomodação, com falta de ousadia e audácia, tendo como pano de fundo a predominância do rock clássico, do tipo fossilizado, do mesmo tipo que paralisou a música erudita, sempre refém das peças de Ludwig van Beethoven (1770-1827), Frederic Chopin (1810-1849) e Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791).

Nunca o rock clássico simbolizou tão bem uma época cultural, ao menos na música em nosso país: comodismo, preguiça, desinteresse, ranço, ressentimento, certa cobardia e até mesmo raiva pelo novo e elo inovador.

Acaba caindo na mesma vala comum da fossilização artística do sertanejo moderno, do pagode esterilizado e anódino e do funk ostentação da pior espécie. Faz parte da trilha sonora de um mundo conservador e parado no tempo, de ideias antigas e emboloradas que giram em falso, como um disco riscado em uma vitrola.

Costumava ser uma época de esperança, mas o ano novo de 2025 se torna uma era de incertezas, em que a guerra e o ódio ditam nossos comportamentos realçando a perversidade e a desumanidade. São tempos difíceis e desalentadores.

quarta-feira, 1 de janeiro de 2025

Nuno Mndelis resgata cançoes rejeitadas e as transforma em belas crônicas

Marcelo Moreira




Fazer diferente faz a diferença, costuma dizer o sábio gênio do rock desde sempre – seja ele qual for. O guitarrista Nuno Mindelis sempre acreditou nessa possibilidade e se transformou em um instrumentista respeitado nacional e internacionalmente. Sempre fez questão de experimentar e seus álbuns mostram essa faceta.

Depois do ótimo “Angola Blues”, em que revisitava a cultura de sua terra natal com toques bem pessoais, Nuno imaginava voltar ao blues mais tradicional, em que a guitarra seria a personagem principal e falaria mais alto. Foi assim em alguns singles que lançou desde 2022, com a habitual habilidade e o toque de sempre, mas o guitarrista gosta de surpreender.

Em agosto, com uma sutileza que também lhe é peculiar, lançou o EP “Recusadas Pelas Gravadoras”, com quatro canções em português que fazem jus ao título. É uma seleção das fitas demo enviadas, entre tantas outras, ao longo das décadas de 70 e 80 e ignoradas pelas gravadoras.

Se nenhuma delas é grande candidata a hit radiofônico, todas são de boa qualidade e evocam um artista diferente e criativo, por mais que as canções dificilmente entrassem na moda – fosse qual fosse a moda.

Como um entusiasta da língua portuguesa, Nuno Mindelis sabe jogar com as palavras e usar bem algumas figuras de linguagem, como sarcasmo e ironia. Elas estão presentes nas canções do EP, mas o que salta aos ouvidos é a elegância dos versos sem o menor traço de apelação. Refletem o que o artista pensava e cantava 30 ou 40 anos atrás, e ainda não carregavam a sofisticação que viria a imprimir anos mais tarde, seja em português ou em inglês.

“Grande Lance” é a melhor das canções, onde Nuno consegue um balanço adequado entre um rock com um acento mais pop e passagens do blues que conferem a tal elegância já mencionada. Não surpreende que tenham sido recusadas por gravadoras e selos – era boa demais para que os responsáveis por selecionar artistas e repertórios pudessem digerir naqueles tempos


.

“Este EP é uma celebração dessas demos esquecidas que nunca tiveram sua chance”, diz o músico. Ele fez questão de usar na capa do trabalho uma lata de lixo com as fitas cassetes espalhadas, “o provável destino de todas as canções que foram ignoradas naqueles tempos”.

Se “Grande Lance “ é a melhor, contendo uma versatilidade que Nuno Mindelis sempre imprimiu em seus trabalhos, “Onde Vai Você” resume bem as intenções de recuperar um trabalho que tem valor, em uma jornada bem humorada e nostálgica. A guitarra é frenética, mas sem ser agressiva, e dá o tom desse pop rock de boa levada.

“Carrossel” vai pelo mesmo caminho, em uma crônica gostosa sobre a forma como encaramos a vida difícil de todos os dias, abusando de metáforas simples e que casam bem como o blues acessível e uma melodia embalada por um teclado descolado. “Trapo Farrapo” é uma música de amor com um acento de troça, um rock básico que tem uma guitarra insinuante e bom naipe de metais.

Se hoje as quatro canções soam diferentes, imagine na época em que caíram na mesa de “avaliadores” mais preocupados com coisas mais apressadas e básicas como as batatas fritas de “Você Não Soube Me Amar”, da Blitz, e outras pérolas pop pouco inspiradas daquele início de rock nacional dos anos 80;

“Recusadas Por Gravadoras” é um trabalho que precisa ser contextualizado, e talvez não represente o que é o artista Nuno Mindelis na atualidade, mas é representativo de um modo bastante pessoal de compor e de encaixar sua guitarra diferenciada e característica em muitas de suas facetas. São músicas boas que cairiam bem no pop rock claudicante dos anos 70 ou no esfuziante cenário ensolarado dos estertores da ditadura militar na década seguinte.

Quem se acostumou com o blues encharcado de feeling e solos abrasivos vai estranhar Mindelis se “aventurando” em uma praia um pouco mais acessível e flertando com um mundo mais estilizado.

Por outro lado, quem absorveu com gosto álbuns com “Outros Nunos” e “Angels & Clowns” vai perceber claramente a conexão e o conceito que sempre nortearam a carreira do angolano que adotou o Brasil como lar e que tem a rara habilidade de sintetizar e deglutir todo tipo de blues e transformá-lo em muitas coisas. O novo EP elucida um pouco mais a rica trajetória musical de Nuno Mindelis.

Notas roqueiras: Udo Dirkschneider, King Diamond, Magic!, Silent Planet...

 

King Diamond (FOTO: DIVULGAÇÃO/SITE OFIVIAL)


- - Depois de Michael Schenker regravar alguns clássicos do UFO ,é a vez de outra estrela alemã repetir a iniciativa. O cantor Udo Dirkschneider, ex-Accept, anunciou que vai regravar o álbum da banda "Balls to the Walls", que copletou 40 anos em 2023. O trabalho terá a participação de vários convidados, como Joakimm Brodén (Sabaton), Michael Kiske (Helloween), Dee Snider (Twisted Sister), Mille Petrozza (Kreator), Biff Byford (Saxon) e Doro Pesch. O disco sai m fevereiro de 2025.

- O cantor dinamarquês King Diamond lançou novo single: Spider Lilly. A música já havia sido apresentada ao vivo pela primeira vez durante a turnê norte-americana da banda, que começou em 15 de outubro e passou por várias cidades até dezembro. A turnê teve abertura do Overkill e do Night Demon, e contou com a participação de Myrkur nos vocais de apoio. Spider Lilly é o primeiro single e vídeo extraído da nova trilogia de terror do King Diamond, da qual a primeira parte é intitulada Saint Lucifer’s Hospital 1920. Para a mixagem, King contou pela primeira vez com Arthur Rizk, que também masterizou Spider Lilly. A música e a letra são escritas por King Diamond. Veja e escute em https://youtu.be/ofg7-vpyoVw0 Os

- Os candenses do Magic! retornam ao Brasil em 2025 para uma turnê em grandes praças. O conjunto se apresenta no festival Capital Motoweek, em Brasília, no dia 01 de agosto; em São Paulo, no Tokio Marine Hall, dia 02 de agosto e encerra em Florianópolis no domingo, dia 03, no John Bull. O grupo é uma banda canadense de fusão de reggae, fusion e pop, formada pelos integrantes originais Nasri Atweh (vocal e guitarra), Mark “Pelli” Pellizzer (guitarra e teclas), Ben Spivak (baixista). Narsi também atua como produtor e compositor. Já fez músicas para artistas como Justin Bieber, Shakira, Christina Aguilera, Lana Del Rey, e Vanessa Hudgens, entre muitos outros. Uma dessas é “Cut me Deep”, que rendeu uma parceria do Magic! com Shakira em um dos álbuns da cantora. Fundado em 2012, o conjunto lançou o álbum de estreia dois anos mais tarde, intitulado Don’t Kill the Magic, com o qual se tornaram um fenômeno mundial ao emplacar a música “Rude”. Na sequência, lançaram Primary Colours (2016) e Expectations (2018). Nesses mais de dez anos, alcançaram lugares importantes nas paradas de sucesso em países como Canadá, Austrália, Nova Zelândia, Dinamarca, Holanda e Suécia.

- A banda norte-americana Silent Planet vem pela primeira vez à América do Sul em abril de 2025, com dois shows no Brasil: dia 12/04 em São Paulo/SP (City Lights) e dia 13/04 em Curitiba/PR (Belvedere). O quarteto da Califórnia, em intensa atividade desde 2009, vem com a turnê que divulga o quinto disco, o super elogiado SUPERBLOOM. A realização é da New Direction Productions junto à Àldeia Produções Artísticas e Monkey. Silent Planet rapidamente se tornou mundialmente conhecida por sua fusão única de letras narrativas e metal moderno. A sonoridade é pesada, densa, com algumas incursões de elementos eletrônicos e passagens atmosféricas.

SERVIÇO

Silent Planet em São Paulo + bandas a confirmar

Data: 12 de abril de 2025

Hora: 17h (abertura da casa)

Local: City Lights (R. Padre Garcia Velho, 61 - Pinheiros, São Paulo - SP)

Ingresso: https://fastix.com.br/events/silent-planet-eua-em-sao-paulo

Valores:

R$ 120,00 (lote promocional, meia-entrada/solidária)

R$ 140,00 (1º lote, meia-entrada/solidária)

R$ 150,00 (2º lote, meia-entrada/solidária)

R$ 160,00 (3º lote, meia-entrada/solidária)

Silent Planet em Curitiba + bandas a confirmar

Data: 13 de abril de 2025

Hora: 16h (abertura da casa)

Local: Belvedere Bar (Rua Inácio Lustosa 496 São Francisco, Curitiba - PR)

Ingresso: https://fastix.com.br/events/silent-planet-eua-em-curitiba

Valores:

R$ 100,00 (lote promocional, meia-entrada/solidária)

R$ 120,00 (1º lote, meia-entrada/solidária)

R$ 130,00 (2º lote, meia-entrada/solidária)

R$ 140,00 (3º lote, meia-entrada/solidária)