terça-feira, 3 de setembro de 2024

Loss acerta ao aliar modernidade e sons pesados movidos a guitarras

“A história da música pesada brasileira passa por este lugar. A emoção é indescritível.” Trinta e cinco anos depois, um baterista de rock voltava a fazer história no centro de São Paulo revivendo grandes momentos do heavy metal e transmitindo uma grande esperança de manter a música viva em tempos bem diferentes em relação ao modo de ouvir e consumir música.

Teddy Bronsk examinava cada centímetro da loja Woodstock, um dos templos brasileiros do rock, no lançamento de “Human Factor”, segundo álbum de sua banda, a Loss, formada por craques veteranos da rica cena mineira. Em 1989, ele esteve ali, naquele mesmo lugar sagrado, para lançar o primeiro trabalho da banda de thrash metal Witchhammer, ainda na ativa e outro nome forte da música pesada de Belo Horizonte.

Bronsk faz parte da história e tem orgulho delam tanto que suas baquetas deram um impulso extra para o stoner metal poderoso do trio Loss, que emergiu das cinzas da importante banda mineira Concreto, outro nome forte da cena local. “Minha trajetória teve um começo instigante aqui 35 anos atrás e agora continua indo avante de forma ainda mais brilhante. Não cabe em meu peito o orgulho por esse trabalho com o Loss.”

No evento na Woodstock, o trio mineiro divulgava o poderoso álbum “Human Factor”, um disco esperado por um bom tempo por quem se empolgou com guitarras com um timbre diferente e uma mistura inusitada de rock moderno e música regional brasileira, variando as canções com letras em inglês e em português.

“Segredos”, que abre o álbum, é uma verdadeira carta de intenções, expondo o tema da modernidade movida a tecnologia desprovida de toques hu,amos, que é o tema conceitual que permeia o trabalho.

“Creio que temos um trabalho poderoso porque é orgânico e mexe com um assunto que dialoga imediatamente com tosos hoje. É uma maneira de mostrar que o rock continua moderno e relevante”, afirma Marcelo Loos, baixista e vocalista que é um dos mentores da banda que leva o seu nome e também do antigo Concreto.

O som moderno é a base do conceito do trio, que dedicou atenção especial aos timbres de guitarra e baixo. Adriano Avelar, o guitarrista  virtuoso, explica que o some poss pesado na linha stoner está em consonância com as influências setentstas e oitentistas  e a busca or sons que congreguem várias possibilidades. “As ideias brotaram de forma tão orgânica e natural que transformaram a nossa forma de perceber a arte e a percepção de nossa música. Não há coo conter a empolgação, garanto que estamos fazendo algo diferente e muito interessante.”

É possível concordar com algumas dessas ponderações, já que o som do Loss é bastante característico e praticamente único dentro do rock nacional. A produção é clara é limpa, com fortes arranjos que realçam um ambiente vintage  com alta tecnologia, e isso fica claro na faixa-t[ítulo e na intensa “Hold Me”.

A conversa com a regionalidade brasileira fica expressa em “Deus” e “Novena”, que se conectam de forma interessante com “The Mirror”, além do flerte com o metal em “Material Delight” e na ótima “The Storm”. É um álbum bem balanceado e com boas soluções melódicas.

Marcelo Loss (vocal e baixo) foi fundador do grupo Concreto, com o qual gravou sete álbuns, sendo que o último contou com baterias gravadas por Vinny Appice (Black Sabbath, DIO). Também faz parte do line-up da banda o baterista Teddy Bronsk, que também já passou pelo Concreto e foi o fundador da lendária banda Witchhammer, uma das pioneiras do metal nacional na década de 80, com quem gravou quatro álbuns.

O guitarrista Adriano Avelar tem no currículo trabalhos ao lado de importantes nomes da música, desde compositores como Marku Ribas e Klinger, a rappers como Xis, Deleve, Thales Dusares e o ex-Planet Hemp, Speed Freaks.

O Loss começou com o EP “Let’s Go” (2020), o álbum “Storm” (2022) e os diversos singles lançados. Mas é em seu segundo e novo álbum de estúdio, “Human Factor”, que o Loss não só dá manutenção a sua vocação para lançar música boa, como prospecta novas possibilidades criativas.

“Em minha opinião, “Human Factor” representa uma clara evolução musical da Loss em relação aos trabalhos anteriores”, declara Marcelo Loss. “As músicas estão melhor elaboradas e os arranjos são mais trabalhados. Certamente são músicas bem mais difíceis de se tocar e cantar do que as do primeiro álbum. Apesar disso, acho que elas continuam soando orgânicas e diretas, que é o tipo de música que curtimos fazer! Não usamos samples, teclados ou outros recursos. Somos um trio, de guitarra, baixo e batera. É isso que os ouvintes encontrarão em nosso álbum!”

“ “Human Factor” traz a  participações bastante especiais como a do multi-instrumentista Johnny Herno e de Alan Wallace, guitarrista e membro fundador do Eminence. “Johnny Herno é um multi-instrumentista genial e revolucionário. Foi uma honra a oportunidade de trabalhar com ele na faixa “Novena”, que é uma espécie de intro climática de “The Mirror”. Além dele, temos a abertura do álbum com a temática “Reboot” que é de autoria do nosso grande amigo Alan Wallace do Eminence”, finalizou Marcelo Loss.

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