domingo, 30 de junho de 2024

A era da perversidade

 A crise social pode ser amenizada, mas a mora, nunca. E esta costuma er eterna e "insolúvel". .Em um momento em que o ódio permeia os relacionamentos sociais, o pior do ser humano aflora e define os caminhos que a humanidade tomará. E esses caminhos são os piores possíveis.

Com ódio, propalado e propagado em sua maioria por extremistas de todos os tipos, vem a perversidade, uma característica frequentemente associada, com razão, à extrema-direita, que tem horror à liberdade de expressão, de opinião, de imprensa e a tudo que , cheire a progressismo. 

São tempos difíceis, onde gente ignorante, e todo os tipos, aplaude quando o legislador propõe que a vítima de estupro seja criminalizada e condenada a uma pena maior que a do estuprador caso faça o aborto, ainda que legal; que vibra quando o legislador equipare usuário de drogas a traficante e que torna crime a posse de uma grama de qualquer substância considerada il[icita.

A perversidade conservadora abjeta desceu alguns graus na escala de degradação em Sçao Paulo. Um vereador da pior estirpe propôs um projeto de lei que pretendi inibir a doação de comida para sem-teto na cidade, chegando ao ponto de estabelecer multa de até R$ 17 mil para que fosse "flagrado" alimentando mendigos e desvalidos. 

A ideia imoral e escandalosa foi aprovada em primeira votação, mas foi denunciada. A repercussão foi tão rui que o recuo tornou-se necessário. Até o ´refeito Ricardo nunes (MDB), conservador e candidato à reeleição, torpedeou o projeto, irritando os bolsonaristas que o apoiam.

Nos bastidores, a explicação era de que o projeto visava ordenar e organizar a distribuição de alimentos na cidade para diminuir a sujeita e, supostamente, fiscalizar a qualidade do que era doado os famintos. 

O problema é que extremistas de direita teriam se apropriado do texto para atacar instituições de caridade, quase todas associadas à esquerda. Um dos alvos seria o padre Julio Lancelotti e seu elogiado trabalho assistencial de combate à fome de sem-teto na zona leste. 

A burrice perversa dessa gente é tão grande que conseguiu irritar o prefeito, que trabalha com muitas das instituições assistenciais. Também tem atividades em conjunto com o padre, que é referência na doação dde alimento  aos mendigos, para desespero da elite calhorda paulistana que detesta pobre e "desperdício de dinheiro e tempo com essa gente', como verbalizou certa vez um vereador evangélico

Para essa gente perversa, vale tudo para atacar o padre e seu belo trabalho, as ONgs (organizações não governamentais) e pessoas que se preocupam com uma das maiores mazelas sociais da maior cidade do continente. 

Os tempos sombrios são uma tônica nos último anos, e não surpreende  que um oficial da Polícia Militar, do batalhão de elite que é o mais letal da história da instituição, a Rota (Rondas Ostensivas Tobias dde Aguiar) tenha sido indicado, e aceito, como candidato a vice-prefeito de Ricardo Nunes. O coronel Ricardo de Mello é o mesmo que disse que as abordagens policiais nos Jardins (área nobre da cidade) precisam ser "diferentes" das realizadas nas periferias...

É difícil medir o tamanho da perversidade quando se quer proibir doação de alimentos a quem tem fome ou a forçar uma criança de de\ anos a parir um bebê fruto de estupro.  

A guinada para as trevas m 2024 só pode ser explicada pela disseminação da ignorância a níveis nunca vistos. E a ignorância está diretamente associada á religião, desde sempre um câncer na humanidade. 

Fundamentalismos de todos tipos, mas principalmente os muçulmano e cristão-evangélico, fazem a apologia do ódio e do preconceito, discriminando o diferente  e enfatizando que a diferença é motivo para banimento e segregação. Essa é a gênese da perversidade dos projetos de criminalização do aborto, do porte de pequenas quantidades de drogas e, agora, de quem doa alimento par sem-teto famintos. 

No curto prazo, a perversidade funciona como arma política e ideológica, poi arrebanha uma quantidade de frustrados e fracassados que culpam o mundo por seus infortúnios. 

No prazo mais longo, serve de ferramenta para o estabelecimento do ódio como política de Estado e erosão da democracia. É uma receita básica e clássica do fascismo que tanto encanta os seres abomináveis que abraçam o bolsonarismo,. Não será fácil nos livrarmos dessa doença perniciosa.

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