segunda-feira, 15 de julho de 2024

A liberdade de expressão e o perigo de repetir o comportamento 'deles'

 Uma velha raposa da imprensa dizia que a burrice deveria ser crime e combatida porque era extremamente contagiosa. O mesmo pode ser aplicado em relação à intolerância perversidade., que estão muito na moda desde que a extrema-direita começou a crescer no mundo a partir de 2016.

Com a ameaça fascista no Brasil com eleição do nefasto Jair Bolsonaro, a polarização obrigou o mundo civilizado a se defender e defender a democracia, o que implicava ser intolerante com a intolerância/fascismo - o famoso "paradoxo de Karl Popper". 

A questão é que a devastação moral e institucional proporcionada pela polarização política instigada pelos fascistas atingiu tamanha gravidade que mesmo os campos progressistas form contaminados.

Gente civilizada e inteligente anda caindo na armadilha de depredar reputações e nivelar o debate por baixo, destruindo a compreensão do que realmente é a liberdade de expressão. 

O que parecia ser um ponto sem muita divergência a respeito de disseminação e mentir e fake news passou a ser usado como arma política também pelos antifascistas. Depredar reputações virou regra, em um evidente nivelamento por baixo om os fascistas asquerosos que têm a simpatia do bolsonarismo.  

Assim como no campo de futebol, xingamentos e vaias são admitidos e permitidos em how musicais e manifestações cultuais. Violência, ameaças e intimidação, não. 

Recorrer aos expedientes fascistas não só rebaixa os progressistas como deslegitima, de certo modo, suas posturas e seus discursos. ficando no mesmo nível baixo de seus oponentes. O que ocorre atualmente contra bandas e artistas como Ultraje a Rigor e Oitão, assim como Lobão, sao os melhores exemplos desse ambiente depredado.

No Esquenta Rockfun Fest, no dia 13 de julho, a banda Oitão foi hostilizada por ser considerada "fascista" por conta das atitudes e declarações de sen vocalista e dono, o chefe gastronômico Henrique Fogaça. 

Enquanto ocorreram apenas xingamentos, não há o que reclamar. faz parte do jogo. Só que os xingamentos deram lugar a ameaças, intimidações e agressões, com garrafas e objetos atirados no palco. São os radicais de esquerda afrontado a inteligência e a democracia com o mesmo comportamento fascista tão combatido por todos os progressistas. Essa gente ultrapassou os limites do respeito à liberdade de expressão.

Afinal, quais ão os limite da liberdade de expressão? É legítimo depredar apresentações de "supostos" fascistas da mesma forma que os lixos autoritários de extrema-direita costumam fazer com artistas que eles odeiam? 

É difícil chegar a um consenso, mas é um caminho perigoso praticar atos fascistas contra artistas conservadores, pois certamente legitimará o mesmo tipo de postura quando esses lixos estiverem novamente por cima.

Uma coisa que precisa ficar clara: fascismo, em quase todos os níveis, é crime, pressupondo, entre outras coisas, eliminação física e destruição de adversários. Portanto, é uma acusação muito séria dizer que alguém ou instituição é fascista. 

Essas acusações públicas são pesadas  e poem colar de forma indelével na vida das pessoas. Fogaça e Oitão não são fascistas, por mi que simpatizem com ideias extremistas do bolsonarismo. E o Oitão é a banda de Fogaça, são indissociáveis. Mas dizer que são fascistas? 

Nunca difundiram ao menos publicamente, ideia criminosas, por mis que consideremos lamentável certa proximidade com o bolsonarismo. Portanto, devemos condenar a violência contra a banda Oitão. Merecem as vaias, mas não a violência e as ameaças.

AS pessoas também estão perdendo  linha com o Ultraje a Rigor, também qualificada oo "fascista" por causa dos posicionamentos político de seu líder, o guitarrista e vocalista Roger Rocha Moreira. 

Ultraconservador, extremista de direita e simpatizante do período da ditadura militar, entra em polêmicas sempre que pode para demonizar os esquerdistas. 

Dependendo do que ele fala, pode ser considerado um cara de extrema-direita. Ainda assim, é extremamente delicado chamá-lo publicamente de fascista, já que ainda não professou algo que fosse considerado criminoso.

A coisa fica mais injusta quando se analisa os outros músicos da banda Ultraje a Rigor. Eleitor de direita, o guitarrista Marcos Kleine está longe de sere um fascista. Écrítico da esquerda e dos gono Luiz Inacio Lul da Silva, mas sempe respeitou a democraia. Mingau, o baixista que está afastado deois que foi baleado na cabeça, está muito longe de ser cnservador de almanaque, já que foi punk - tocou na banda Ratos de Porão. 

E Andria Busic, do Dr. Sin, que está no lugar no Mingau, uma das pessoas mais doces e humanas que eu conheço? É um democrata por excelência e admirado por gente de direita e esquerda. 

Sendo asim, é maids do que injusto chamar o Ultraje de banda fascista por conta apenas das falas inconsequentes de seu líder, como fez de forma inadvertida um radialista paulistano em suas redes sociais. 

Não temos direito de conspurcar e deturpar o conceito de liberdade de expressão, um dos bens mais caros do mundo progressista e da democracia. Não pode ser instrumento de depredação moral e institucional , coisa que é corriqueira o mundo fascista

Estamos em uma era perigosa em que a intolerância se tornou um método de vida e de construção política, que tem como base a perversidade e a desumanidade. Nessa era de perversidade, é muito fácil perdermos a linha e cairmos na armadilha de apoiar o "justiçamento" de todos os tipos em nome da liberdade de expressão. 

Que tenhamos todo o direito de vaiar, xingar e criticar, mas jamais de ameaçar, intimidar e pregar a destruição de quem quer que seja, por mais que haja flertes preocupantes com o extremismo de direita e mesmo com o fascismo. Flerte com o extremismo que esbarra no fascismo não é fascismo. 


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