quarta-feira, 2 de outubro de 2024

Catálogo do Pink Floyd é vendido e deve encerrar briga entre ex0integrantes


Com disco novo lançado e uma turnê extensa ao lado da filha mais nova, Romany, o guitarrista inglês David Gilmour parecia estar em plena felicidade aos 78 anos de idade, mas ainda lhe faltava alguma cisa: livrar-se de vez de sua antiga banda, o Pink Floyd, e de seu maior desafeto, o baixista Roger Waters, com quem dividiu o palco na banda or 17 anos.

 

Gilmour anunciou, às vésperas da turnê, que pretendia vender o catálogo de canções do Pink Floyd nos mesmos moldes que fizeram outros artistas do topo do rock, como David Bowie, Bob Dylan e Neil Young. Não explicou com todas as letras, mas a ideia era se livrar de vez de yer de idar com os advogados de Waters.

 

O catálogo é dividido em duas partes: uma que engloba tudo o que o Pink Floyd produziu e lançou entre 1965 e 1985, e outra que traz a produção a partir de 1987, quando a banda não contava mais com Roger Waters na formação.  O negócio, or enquanto, envolve apenas a primeira parte do catálogo.

 

Segundo o jornal inglês Financial Times,  A Sony adquiriu as gravações dos músicos, assim como os direitos conexos — que protegem os envolvidos em um registro musical além dos principais autores —, pelo valor de US$ 400 milhões (aproximadamente R$ 2,2 bilhões na cotação atual). Também teriam entrado na conta os direitos de nome e imagem. Foram  dois anos de negociações até que Waters concordasse com o negócio.

 

Atualmente, os royalties das músicas do Pink Floyd são administrados por duas empresas. No caso, a Pink Floyd Music Limited arrecada a receita gerada pelos discos gravados antes da saída de Waters, enquanto que a Pink Floyd (1987) realiza a mesma tarefa em relação aos trabalhos lançados posteriormente. Juntas, as companhias ganharam US$ 50 milhões (cerca de R$ 271 milhões) no período de um ano.

 

Foram diversas as declarações Fo guitarrista de que era difícil conviver com as divergências na administração do espólio da banda. Milionário, Gilmour aifrmou que nucna quis vender por causa do dinheiro, mas para livrar da parte do negócio que lhe aborrecia e lhe tomava tempo – em obviamente, o forçava a lidar com Roger Waters e seus advogados. Além de Waters e Gilmour, a marca e os negócios do Pink Floyd precisavam da aprovações do baterista Nick Mason e dos herdeiros do tecladista Rick Wrigt, morto em 2008.

 

Universitários em torno de um gênio

 

O grupo foi formado em 1965 na cidade de Cambridge pelos estudantes universitários Waters, Mason e Wright a partir de outras bandas que desapareceram, O eixo principal era o guitarrista e vocalista Syd Barrett, também o principal compositor.

 

Depois do primeiro disco, “The Piper at Gates of Dawn”, de 1967, a excentricidade e as esquisitices de Barrrett se acentuaram com o pesado uso de drogas, em especial LSD, ocasionando o surgimento de problemas mentais aparentemente difíceis de srem tratados, Após uma série de problemas nos palcos e fora dele, o guitarrista foi definitivamente afastado em janeiro de 1968, sendo substituído por um amigo seu, David Gilmour, da banda Joker’s Wild, que era conhecido dos outros três.

 

Também cantor e compositor, Gilmour começou a dividir o protagonismo com Waters nos anos 7º e as divergências musicais e administrativas afloraram em 1977 durante a gravação e lançamento do álbum “Animals”.

 

A coisa piorou no álbum seguinte, “The wall”m de 1979, quando Waters monopolizou o conceito e a maioria das canções, sobrando pouco espaço para Gilmour – o baixista ainda conseguiu convencer  Mason e Gilmour a demitir Wright. Neste ponto, guitarrista e vocalista não se falavam mais.

 

Três anos de afastamento não foram suficientes para que os ânimos fossem acalmados. Para entregar um último álbum e encerrar um contrato de gravação, Gimour e Mason aceitaram ficar d fora da elaboração do conceitual disco “The Final Cut”, praticamente um disco solo de Waters, que compôs todas as músicas. O baixista resolveu espiar de vez seus traumas com a perda do pai, que não conheceu, na II Guerra Mundial, tanto que o álbum é dedicado a Eric Fletcher Waters, major do exército britânico morto em 1944 em uma praia da Itália.

 

Os três praticamente não se viram no estúdio. Mason gravou boa parte das baterias e Gilmour, alguns poucos solos no então lado A do LP. Sem turnê, cada um dos três partiu para trabalhos solo – Waters em “The Pros and Cons of Hitch Himking”, ao lado do guitarrista Eric Clapton, e Gilmour com “About Face”, tendo a companhia do guitarrista Pete Townshend, de The Who, ambos nas lojas em 1984.

 

Batalha judicial

 

Sem avisar os então quase ex0colegas, Waters chegou a decretar o fim do Pink Floyd em dezembro de 1974, sendo prontamente desmentido por Gilmur e Mason, que pretendiam seguir usando o nome. Nenhuma das partes fez qualquer coisa em 1985 por conta da batalha judicial em torno do nome da banda, tanto que nenhum dos três participou do concerto beneficente “Live Aid”.

 

Mesmo ganhando em várias instâncias na Justiça britânica, Gilmour previa uma longa batalha judicial. Mason, que ainda tinha algum contato com o baixista, convenceu Waters a propor um acordo> ele ficaria com os direitos e o nome da obra “The Wall!” e Mason e Gilmour seguiriam coo Pink Floyd. A celebração do acordo, em 1987, foi marcada por “A Momentary Lapse of Reason”, o primeiro disco sem Waters, lançado ainda em 1987. E cada um foi para o seu lado, mas sempre cutucando o outro pela mprensa.  

 

Houve apenas dois momentos de trégua: em 2005, os quatro integrantes clássicos do Pink Floyd aceitaram subir ao palco no evento “Live 8”, que comemorava os 30 anos do “Live Aid” e protestava contra a reunião do G-7, os países mais ricos do mundo, em Glasgow, Escócia, naquele ano. Tocaram quatro músicas e mostraram=se educados e civilizados uns com os outros.  Três anos depois, Wright morreria de câncer aos 65 anos. Em 2011, Gilmour e Mason apareceram de surpresa em uma apresentação solo de Waters em Londres para tocar em duas músicas da ópera-rock “The Wall”.

 

O Pink Floyd lançou dois álbuns ao vivo entre 1988 e 1995 e mais um disco de inéditas em 1994, “The Divisio0n Bell”, com a estreia da mulher de Gilmour, a jornalista Polly Samson, como letrista 0 ela é a mãe de Romany, que está tocando com o guitarrista atualmente. Na realidade, o Punk Floyd acabou de verdade ao final da turnê mundial de 1995, mas Gilmour só decretou o encerramento das atividades em 2015, com o lançamento de “Endless River”, um álbum de sobras de Studio das sessões de “The Division Bell”. Ele bem que tentou, mas o álbum, quase todo instrumental, não passa d uma colcha de retalhos de canções inacabadas e sem muita inspiração.


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