quarta-feira, 8 de janeiro de 2025

Elvis, 90 anos: o astro que começou tudo e mudou o mundo

Marcelo Moreira

Elvis Presley em cena do filme 'Jailhouse Rock' (FOTO: REPRODUÇÃO/DIVULGAÇÃO)


O ser humano sempre achou que o mundo era grande demais, e começou a perceber que isso não era verdade quando percebeu que a velocidade das informações aumentava cada vez mais, diminuindo as distâncias. Com o cinema, as mesmas distâncias começaram a cair vertiginosamente, ampliando as possibilidades e e permitindo que o homem sonhasse sem limites.

E então um caipira americano boa pinta e que rebolava trocou a música country pelo rock e mostrou como o mundo era pequeno.

Americanos, japoneses, ingleses, brasileiros e australianos foram enfeitiçados por Elvis Presley, um cantor de voz forte e grossa e grande carisma, a ponto de se transformar no maior fenômeno de comunicação de massa até então. Era o Pelé antes de Pelé ter surgido. Parafraseando John Lennon, dos Beatles, que proferiria a frase fatídica dez anos depois, Elvis possivelmente era mais popular que Jesus Cristo em várias partes do mundo nos anos 60 do século passado.

Nos 90 anos do nascimento de Elvis Presley, ele continua gigante, tema de milhares de livros, reportagens, documentários e cinebiografias. Somente Beatles e Rolling Stones conseguem ombreá-lo em popularidade e importância na música popular.

Se os Beatles estabeleceram as bases da música e do rock ocidentais, foi Elvis que escancarou a porta para que isso acontecesse. Mais do que um artista, Elis foi uma força poderosa de transformação social. Dando voz aos jovens ate então tutelados e controlados por adultos e forças ocultas e conservadoras de mercado.

Com Elvis, os jovens deram o seu rito de liberdade nos Estados Unidos e ganharam uma música para chamar de sua, para desespero de pais e professores inconformados com a rebeldia intrínseca do novo ritmo, o rock, e seu apelo indomável à rebelião e à liberdade.

Rebeldia e afronta, quem diria, eram coisas que nunca passaram ela cabeça do cantor cairão, que se mostrou futuramente um cidadão conservador e crítico dos valores do gênero que ajudou a popularizar.

Apesar disso, devemos agradecer ao “rei do rock” por todo esse legado de rebeldia e exigência por liberdade comportamental. A gratidão é eterna or ter iniciado a revolução que transformou os jovens em cidadãos e, mais do que isso, em consumidores/força de consumo capazes de criar/ditar tendências.

Sem armas, Elvis Presley e sua música moldaram a sociedade ocidental e promoveram as mais rápidas e profundas mudanças culturais, abrindo os “portões do inferno”, como diziam os repugnantes padres católicos da época (hoje são um pouco menos repugnantes).

O cantor morreu em 1977, aos 42 anos de idade, como uma figura triste e reclusa, muitas vezes lembrado erroneamente como um artista gordo e decadente que cantava em cassinos e cabarés de Las Vegas nos anos 70. Ele teve essa fase, mas nunca perdeu a majestade, pois sempre foi objeto de culto e devoção.

Assim como Pelé, é reconhecível imediatamente quando sua imagem aparece ou quando suas músicas tocam. É sinônimo de superestrela e a pessoa que começou tudo isso. Por mais que, mesmo sem ter mita consciência, tenha renegado o “monstro que criou”, não há como não amá-lo. Gratidão eterna a Elvis Presley.

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