sexta-feira, 20 de setembro de 2024

As divas comandam o espetáculo em dias sem rock no Rock in Rio

 

Na reta final do Rock in Rio sem rock, saudemos os shows das divas, que fazem do blues e do pop bem feito bálsamos em meio  artistas com pouco talento e DJs que mal sabem apertar botões. E então Joss Stone e Cyndi Lauper brilharam.

 

A inglesa Joss Stone gota tanto do Brasil que já  pode pedir cidadania. Tocou no Rock in Rio 2011, em show muito elogiado, e desde então veio muitas outras vezes, a ponto de dizer que tem “tantas histórias impublicáveis por aqui que seu marido certamente ficaria muito bravo”.

 

A voz poderosa e a facilidade com que transita entre o blues e a soul music, passando pelo funk, é algo quase inacreditável, e ela desfilou qualidade e elegância no Rio de Janeiro, como sempre. Tomou conta do palco e extraiu o puro suco de sons divinos, como na extraordinária “Super Duper Love”. Colocou todo mundo para dançr em um dia morno em termos de grandes nomes internacionais e fez valer o dia.

 

A norte-americana Cyndi Lauper estourou mundialmente como uma grande cantora pop capaz de rivalizar com Madonna nos anos 80. A carreira, no entanto, teve altos e baixos e não acompanhou o sucesso da concorrente, mas artisticamente ela ganhou, e muito.

 

Respeitada cantora de blues e soul a partir dos anos 2000, virou referência em qualquer coisa que participasse ou lançasse. Mesmo sem o destaque de outrora, continuou fazendo shows concorridos , inevitavelmente, tinha que cantar seus grandes hits, “Time After Time (que ganhou versão maravilhosa de Miles Davis) e “Girls Just Want to Have a Fun”, mas sempre sobra tempo para os seus blues, ou para a emocionante versão de “I Drove All Night”, de Roy Orbison, o ponto alto de eu show no festival inglês de Glastonbury deste ano.

 

No Rio não foi diferente. Se alguém duvidou da declaração dela de eu sonhava em pisar naquele palco, Cydi tratou de dirimir insinuações com uma apresentação ótima, também fazendo público dançar ao som de velhas canções mágicas, hits de 40 anos atrás e de alguns blues com acento pop, tendo o suporte de uma banda excelente.

 

“I Drove All Night” também emocionou o Rock in Rio, mas teve ainda ‘When You Were Mine”, de Prince, “She Bop”, as ótimas “Sisters of Avalon” e “Change of Heart” e o final apoteótico com “True Colors” e “Girls Jut Want to Have a Fun”. A veterana foi um improvável destaque e uma edição do festival que deixou a música em segundo plano.

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