Um espírito livre na estrada, derrubando
barreiras a golpes de guitarra. As figuras de linguagem sugerem resistência,
que é um ponto importante na trajetória de Marcelo Gross, mas não poderem
obscurecer a qualidade do trabalho excepcional que realiza há quase 30 anos nos palcos, seja com sua banda solo ou
com a Cachorro Grande, um nome vital para entender o cenário underground da música
brasileira deste século.
Nas costumeiras
comparações que todos nós amam fazer, os Rolling Stones servem para uma
analogia com o quinteto gaúcho Cachorro Grande: o vocalista e compositor Beto
Bruno é o agregador e administrador de toda a “parada”, como Mick Jagger, Grosso
é a face mais libertária e, no mínimo, tão rebelde quanto, tal como Keith
Richards. Não é à toa que ambos veneram os Rolling Atones, assim como The Who,
Beatles e The Kinks, nomes eternos do rock
“Os caras
eram tão visionários modernos que até hoje suas músicas soam frescas e atuais”,
diz o guitarrista em entrevista ao Combate Rock. “Até mesmo um LP contestado,
como ‘Their Satanic Majesties Request’, dos Stones, de 1967, soa como uma coisa
fantástica até hoje.”
A busca por
um som mais orgânico e, de certa forma, mais pesado é o que move Marcelo Grosso
nos palco e que tentou transmitir em seu mais recente álbum solo, “Grossroads”,
gravado ao vivo em duas noites no mítico teatro de Câmara Túlio Piva, em Porto
Alegre.
O som é lisérgico
e carregado de psicodelia, mas é sobretudo um disco e guitarras, e bem altas. Gross
não abre mão dos altos volumes. “É o que dá a característica do som orgânico que
a maioria do artistas busca. Pelas
minhas influências e pelo perfil dos músicos que tocam comingo, meu show pede
que seja assim,”
Nas inevitáveis
comparações com o som da banda Cachorro Grande, Gross procura não elaborar
muito nas explicações. “Como as músicas os show mais orientadas para a
guitarra, é natural que eu toque um pouco mais pesado, além de mais alto. As
músicas da Cachorro Grande carregam outas influência e têm um cará ter mais
experimental. Tudo é rock, mas tem as diferenças necessárias.
Além
de alguns sucessos que compôs em seu período como guitarrista da Cachorro
Grande, Gross fez incursões ao seu extenso trabalho solo, que gerou quatro álbuns (“Use o Assento
para Flutuar”, “Chumbo & Pluma”, “Tempo Louco” e “Exilado”), mostrando
sua safra de canções que despontam como hits.
No
repertório dos shows e do disco, uma das novidades é a canção inédita “Linguagem dos Sinais” e também uma
versão para “Cosas Imposibles”,
do guitarrista argentino Gustavo Cerati. “Ele um dos meus ídolos, um dos artistas
que mais admiro.”
Nos
dois shows Gross esteve acompanhado pelos músicos Eduardo Barretto no baixo, Lucas Leão na bateria e Jimmy Pappon nos teclados. “Barretto me acompanha há cinco
anos, e essa nova formação estreou neste ano, e tudo está tão encaixado que
parece uma formação de décadas,”
O primeiro single de “Grossoroads” foi lançado no final de
junho (“Alô, Liguei”). Em seguida vieram mais três singles: “Eu Aqui e
Você Nem Aí”, “Quase Fui” e a versão para português de “Cosas Imposibles”
(Gustavo Cerati).
Todos com seus respectivos clipes lançados no canal oficial
do artista no YouTube. O lançamento do DVD Grossroads na TV será no dia 23 de
novembro no canal Music Box Brazil.
O lançamento é do selo Ímã Records.
Com a
retomada gradual dos trabalhos da Cachorro Grande, que chegou a anunciar o seu
fim anos atrás, o desafio do guitarrista será conciliar a carreira solo bem sucedida
com uma turnê da banda em 2025. “É o tipo do problema bom, sinal de que te,
demanda para as duas bandas. Com criatividade as coisas vão se ajeitar e
teremos um ano de 2025 que promete ser incrível.”
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