sexta-feira, 19 de agosto de 2022

Cris Crass: o underground sempre manterá o rock vivo

Nelson Souza Lima - especial para o Combate Rock

"O rock não more jamais! Só não vê quem não quer!" A frase que abre a matéria foi dita em entrevista por Cristiano Vicente. Quem?

Cristiano Vicente é nome familiar para os parentes e amigos próximos. Porém, no underground o cara atende pelo “nome artístico” de Cris Crass, músico, produtor, agitador cultural e um dos organizadores da Gravadora Crasso Records. 

Em bate-papo bacanudo o cara falou da trajetória dentro da cena punk rock e suas impressões sobre o atual momento do gênero, que balança, mas não cai. “O rock Não morre jamais. Pode ter altos e baixos, mas a história sempre vai trazer de volta”, atesta.

À frente da Crasso Records, Cris Crass diz ter conseguido abrir espaço e auxiliar inúmeros artistas do Brasil. Entre eles, as bandas Corazones Muertos (SP), Dead Nomads (PB) e PMA Trio (SP).

Atuando como guitarrista/vocalista integrou as fileiras de inúmeras bandas punks relevantes como o Aditive e o Gritando HC, com a qual realizou a turnê de 25 anos do grupo.

“Tenho uns projetos e algum material solo, que será lançado tudo em breve”, diz o músico.

Abaixo a entrevista completa com Cris Crass:

Combate Rock - Apresente-se para quem não conhece o Cris Crass...

Cris Crass:
Vamos lá, sou músico, produtor, tomo conta do selo Crasso Records, já passei por algumas bandas de punk, hardcore e ska do cenário paulista e seguimos fomentando a cena e a cultura no underground.

Você tá à frente da Crasso Records que lança ou relança discos de grandes bandas. Fale um pouco do cast da gravadora.

A Crasso Records vem desde 2014 e conseguimos abrir um espaço e auxiliar diversos artistas do Brasil. Como: o Corazones Muertos (SP), RATS (hoje junto ao Jimmy London, ex-Matanza) do Rio de Janeiro, os queridos do Dead Nomads (PB) e mais recentemente lançamos o disco Vol.1 do PMA Trio (SP) e o último álbum do Korja (RJ).

O mercado punk rock tem ainda condições de crescer ou continua sendo nicho?

Bom... nicho, sempre vai ser. A cena independente é um nicho, a cultura underground é um nicho. O que acontece é que temos (hoje) mais ferramentas para crescer e divulgar, mesmo dentro de um nicho. Mainstream... aí já é outra história.

Vale a pena lançar em mídias físicas? É viável financeiramente para as bandas ou é melhor lançar em plataformas que também pagam tão pouco.

Sim e não! (risos) Depende muito do seu público. Em um geral, algumas mídias (de fato) são obsoletas, difíceis de vender e trazem pouco retorno. Mas camisetas, por exemplo, para uma banda que está na estrada, vale muito a pena. Hoje em dia, a produção de discos de vinil também é mais fácil. O importante é trazer material de qualidade para o seu público.

Por mais que tentem matar o rock, o gênero ainda resiste. Uma das melhores definições que ouvi sobre isso foi do Guilherme Martim (Viper/Toyshop) que o rock é como o Jason (Sexta-feira, 13). “Quando acham que o rock tá morto, ele volta mais forte”. Para você o rock ainda resiste e não morre jamais?

Não morre jamais! Só não vê quem não quer. Pode ter altos e baixos, mas a história sempre vai trazer de volta.

Fale do seu lado músico.

Cara, comecei bem cedo, no ABC paulista e acabei me encontrando em algumas bandas de ska/reggae que faziam/fazem parte do cenário. Tive um projeto com meus brothers Edgar Avian (que já passou pelo Inocentes, Gritando HC) e o Vinnie Martins (ex-Vowe), passei pelo Aditive e acabei entrando para o Gritando HC também em 2019 até 2020 (fazendo a tour de 25 anos). De lá pra cá, tenho iniciado uns projetos e algum material solo, que será lançado tudo em breve.

E seu trabalho na Antena Zero?

Na rádio Antena Zero tive um programa por volta de 2016 chamado 'LETTS GO'. O "Letts" com dois "Ts" era uma referência ao Don Letts (DJ e cinematógrafo) grande responsável por apresentar a música jamaicana aos punks de Londres na década de 70. O programa traçava justamente esse paralelo da música jamaicana e o punk (minha maior referência como músico, produtor etc). E inclusive tive a oportunidade de entrevistar o próprio Don Letts em uma passagem dele pelos estúdios da Antena Zero (está disponível lá no YouTube). Mais recentemente, fui convocado a ser o "Repórter Zero" no novo segmento: Cobertura Antena Zero (de festivais e eventos).



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