As aulas de história estão ficando repetitivas. A seca de ideias que atinge a banda alemã Grave Digger, notória por seu metal tradicional regado a álbuns conceituais retratando momentos importantes da história humana deveria acender um sinal de alerta, mas o vocalista e líder, Chris Boltendahl, parece não estar preocupado.
A banda que já cantou sobre a história da Escócia, da Grécia Antiga, dos Cavaleiros Templário e da lenda do rei Arthur se volta novamente para o mundo medieval em seu mais recente disco, "Symbol of Eternity". Os templários e as Cruzadas são novamente o tem de fundo, já abordado em "Knights of the Cross", em 1998.
A fórmula é a mesma, assim como as ideias musicais. Musicalmente, todo é bem parecido com "Fields of Blood", de 2020 - álbum dedicado às guerras de emancipação da Escócia entre os séculos XI e XIII, mesmo tema dos álbuns "Tunes of War" (1996) e "The Clans Are Still Marching" (2010).
Apesar de previsível, o Grave Digger dos últimos anos entrega álbuns de boa qualidade. Ok, é o mesmo de sempre, mas sabemos bem o que vem nos álbuns deste século. Mas os temas poderiam ao menos nos surpreender um pouco...
"Symbol ofEternity" segue a fórmula à risca: canções épicas, baladas dramáticas e finais bem pesados e esbarrando no power metal. A canção quer intitula o disco é a melhor, reunindo todos os clichês da banda, mas com bastante competência.
"Grave of God" é o grande baladão, lembrando muito "Queen Mary", de "Tunes of War", só que com mais peso e dramaticidade.
"The Last Crusade" tem boa letra e satisfaz como encerramento épico e grandioso, mas aqui também fica a sensação de reciclagem dos temas gravados nos anos 80. A timbragem das guitarras é muito semelhante, assim como a estrutura da canção.
As aulas de história continuam, mas a repetição dos temas cansa um pouco, assim como da fórmula de metal tradicional reto e sem variações. Ainda diverte, mas menos do que em épocas passadas.
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