quinta-feira, 1 de setembro de 2022

Dream Theater 'abre' o Rck in Rio em SP com show diferente e sem hits

Henrique Neal - especial para o Combate Rock 


Quem diria que o Rock in Rio começaria por São Paulo em 2022... Em um de seus palcos favoritos, a capital paulistana, o grupo norte-americano tocou pela décima vez na cidade trazendo a turnê do mais recente disco, "A View From Top of the World", do ano passado. Desta vez foi diferente, e não necessariamente melhor.

Não dá para saber se foi uma prévia do que a banda vai mostrar no Rio de Janeiro, mas foi esquisito ver o Dream Theater em um local mais modesto, digamos assim - o Tokio Marine Hall é o antigo Tom Brasil. O palco estava mais simples e menos suntuoso, o que não atrapalhou mais uma boa performance. 

O show foi mais curto, com pouco mais de 90 minutos, e teve pouca interação da banda. Não é que houve frieza, mas s músicos foram protocolares demais. O profissionalismo reinou. Agradou e satisfez, mas ficou aquela sensação de que ficou faltando um pouco mis de calor humano...

Os temas mais recentes e modernos dominaram o repertório. "The Alien", do novo disco, abriu os trabalhos e fez o público sentir que poderia ter algo diferente. A música é pesada e funciona muito bem, ao vivo.

Quando "6:00" veio na sequência, ficou claro que realmente seria diferente, já que foi a única música antiga. A sinalização era correta: os clássicos foram dispensados em favor de um repertório mais obscuro e enigmático.

"Awaken the Master" e "Invisible Monster" revelaram a força do disco mais recente, uma mistura bem feita de rock pesado e progressivo, cm toques de melodias mais acessíveis na segunda canção.

As surpresas foram as visitas a temas que estavam foram do repertório há algum tempo, como "The Count of Tuscany", uma grande viagem sonora intrincada, mas bela e delicada.

E teve "The Ministry of Lost Souls", uma paulada progressiva da fase mais dark da banda, assim como a não tão óbvia "Abut to Crash". Ou seja, Dream Theater decidiu não fazer concessões.

"A View From Top of the World", a música, com seus mais de 20 minutos, foi o ponto alto da apresentação, embora parte do público tenha demonstrando um pouco de enfado com a peça progressiva e cheia de detalhes.

Se as pessoas esperavam algo fora do esperado, tiveram o show que queriam. Sem hits e canções óbvias, a banda mostrou que é corajosa e arrojada. Resta saber se essa coragem vai resistir a um festival gigante e a um público mais diversificado e pouco propenso a arroubos de autoindulgência como o do Rock in Rio.

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