Nunca dá errado. Quando as opções escasseiam, chamem a bola Guns N' Roses já tocaram tanto no Rock in Rio que causam inveja e certa irritação em quem espera novidades ou surpresas. As duas bandas chamam público e entregam exatamente o que as pessoas querem.
Energia, entrega, performance teatral e muitos hits históricos povoam um show do Iron Maiden, mas desta vez decidiram assustar e surpreender os mais desavisados. As três primeiras músicas eram do mais recente álbum, "Senjutsu", de 2021, um disco muito bom, mas incompreendido por parte dos fãs, pois mergulha ainda mais fundo no prog metal.
Já se sabia que a ótima "Senjutsu" abriria o show - uma canção épica, forte e densa, longa e dramática -, mas aí eles emendam "Stratego" e "Writing on the Wall", essa última mais acessível e intensa, um bom hard rock clássico.
Houve incredulidade e uma certa apreensão, embora a galera curtisse, e então as coisas voltaram ao "normal": "Blood Brothers" não era bem o que os fãs esperavam, mas aclamaram a grande canção que selou a volta do vocalista Bruce Dickinson ao grupo, em 1999.
Como um leão enjaulado por tanto tempo, o vocalista rugiu e conduziu, em uma performance memorável (como sempre), melhor ainda que a de 2019 no mesmo festival. Cantou com alegria e raiva, e demonstrou um profissionalismo imenso.
"Sign of the Cross", da era Blaze Bayley (cantor entre 1994 e 1999), é mais um épico que ficou ainda maior com Dickinson, ganhando uma força dramática que não tinha com o antigo vocalista.
Daí para frente o jogo estava ganho por goleada: "Fligh of Icarus", "Fear of the Dark", "The Number of the Beast", "Hllowed By Thy Name", "The Trooper"....
Não tem como dar errado. Todos septuagenários, ou quase, entregam tudo com muita competência e boas doses de empolgação. Dickinson se diverte e também emociona, assim como o guitarrista Adrian Smith e o baixista Steve Harris.
Se temos de "aturar" o Iron Maiden em quase todas as edições, então que seja o Iron Maiden e curtamos o excelente show que eles sempre fazem.
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