Do ápice no Wacken Open Air à celebração da grande fase em um festival gratuito em Santo André, na Grande São Paulo. A banda de death metal Crypta, a sensação do metal extremo brasileiro da atualidade, não desperdiça a chance de estar no palco, e muito menos a chance de fechar um festival importante na comemoração do Dia Muicipal do Rock.
O cenário não poderia ser melhor: o belo anfiteatro sob o lago maior do Parque Muicipal Deputado José Cicote, mais conhecido como Parque Central. A banda das mulheres furiosas vai encerrar oito horas de rock muito pesado, misturando punk, hardcore, thrash, death, hard rock e rock alternativo.
Os 45 minutos que as garotas tiveram no festival alemão coroam os dois anos de intensa movimentação e giros internacionais para uma banda que era apenas um projeto paralelo de integrantes do trio de thrash metal Nervosa. A pandemia esgarçou de vez as relações entre as integrantes e Fernanda Lira (baixo e vocais) e Luana Dametto buscaram novos caminhos.
"Echoes of the Soul", o álbum gravado rapidamente da gravadora austríaca Napalm Records, espalhou rapidamente a fúria das mulheres brasileiras e ajudou a colocá-las nos elecos dos melhores festivais. O gratuito no parque fecha uma sequência alucinante - nos dois dias anteriores, serão a atração principal do Sesc Belenzinho.
"Tocar no Wacken sempre foi um sonho e representa que as ideias estao dando certo, assim como as decisões tomadas e as escolhas de repertório e de carreira. Nao poderia estar mais feliz", disse Fernanda Lira em entrevista recente à revista Roadie Crew.
Completam a formação, além de Fernanda Lira e Luana Dametto, as guitarristas Tainá Bergamaschi e Jessica di Falchi (esta substitui desde o começo do ano a holandesa Sonia Anubis, que deixou o grupo para se concentrar em sua outra banda, a Cobra Spell).
Na condição de banda coatração principal, nada menos do que o Golpe de Estado, a banda de rock nacional mais querida no ABC e, certamente, a que mais tocou na regiao em 38 anos de carreira.
É a turnê do disco "Caosmópolis", lançado no ano passado depois de mais de uma década de silêncio fonográfico. A banda anunciou o seu fim em 2014, meses depois da morte do guitarrista Hélcio Aguirra, mas anunciou o retorno em 2015 com nova formação - o guitarrista Marcello Schevano, que toca também no Carro Bomba, e o vocalista Rogério Fernandes, da banda Baranga. Por falta de tempo e seus comproissos com o Baranga, foi Fernandes quem iniciou as articulações para ser substituído por João Luiz (ex-Casa das Máquinas e King Bird).
O Golpe é a mais injustiçada banda do rock nacional, pesada, transgressora e agressiva demais para se enquadrar no chamado BRock, e não tão pesada para se juntar ao metal mais extremo. Seus uatro primeiros álbuns são essenciais para a música brasileira e para quem quer entender a evolução do gênero por aqui.
"O novo disco é uma tentativa de resgatar uma sonoridade mais crua e direta, como fizemos nos anos 80 e 90", disse o baixista Nelson Britto ao Combate Rock no lançamento do álbm, em Santo André, no bar roqueiro A Gruta. "'Direto do Fronte', de 2012, já seguia nessa linha, e tinha músicas mais psadas e trabalhadas. Escolhemos ser mais incisivios desta vez."
Apostando na diversificação, a tradicional banda punk D.Z.K. comemora 35 anos de rock e engajamento. É peça constante nos eventos do Coletivo Rock ABC e vai representar o rock ativista pelos direitos humanos e antifascista, como fez a Ação Direta, outra banda local, no minifestival encabeçado pela Dorsal Atlântica, em julho, na vizinha São Bernardo do Campo.
Outras atrações serão as bandas locais Ophirae, Maner Cadavre?, Depressed, Demophobia, Setfire, Audiokaos e DST Grindcore Noise.
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