segunda-feira, 5 de setembro de 2022

Agressividade e manifestações políticas marcam o palco Supernova, do Rock in Rio


O que o Multishow/Rede lobo não mostrou no Rock in Rio, o palco Supernova, foi tão relevante quanto o que foi transmitido nos palcos Sunset e Mundo: agressividade, som extremo e violento e manifestações políticas extremamente importantes, com direito a bandeiras do MST (Movimento dos Trabalhadores Sem Terra). Tudo isso rolou na sexta-feira, 2 de setembro.

"Somos uma banda extrema, não nos encaixamos no que vocês chamam de 'rock nacional'", bradou o cantor João Gordo, dos Ratos de Porão, antes de subir ao palco e detonar.

Mesmo com problemas respiratórios, o vocalista berrou bastante, estremecendo o ambiente e deixando claro que rock e politica têm de se misturar. E a bandeira do MST tremulou na presentação da banda, a primeira do quarteto no Rock in Rio.

Em uma apresentação icônica, o grupo convocou a massa para cantar, gritar e protestar. Assim que subiu ao palco, o baixista Juninho pendurou uma bandeira do Movimento dos Sem Terra que o acompanha nos shows.

"Eu acompanho o movimento desde os anos 1990 e esta bandeira está novinha, ganhei de um amigo, de um assentamento em Recife. Como não sabia se a bandeira seria vetada, fiz questão de vestir a camisa. "Estamos em um momento em que é importante ter um posicionamento", afirmou o baixista.

Entre os hits tocados, estavam "Conflito Violento", "O vira-lata", "Jornada Para O Inferno", "Neonazi Gratiluz", "Necropolítica", esta última do novo trabalho, lançado recentemente. Foi uma grande celebração dos 40 anos de criação da banda.

Mais contida nas manifestações políticas, a banda Crypta não economizou no som extremo. a vocalista e baixista Fernanda Lira fez alusões à vereadora carioca Marielle Franco, assassinada em 2018 - como havia feito em 2019, quando tocou com a Nervosa - e saiu ovacionada.

Depois de vários festivais importantes no Brasil, o quarteto feminino se consagrou no Rock in Rio. Fernanda, Luana Dametto (bateria), Jessica di Falchi e Tainá Bergamaschi - mostraram que esse é o Rock in Rio das mulheres e agradaram com u death metal sem firulas e bastante agressivo. Entre os sucessos tocados estavam "Kali", "Dark Night of the Soul", "Starvation'' e "From the Ashes".

A banda santista Surra subiu ao palco e colocou o público para cantar junto com "Escorrendo pelo Ralo", no melhor estilo do trash/punk. A formação tem Leeo Mesquita (vocal, guitarra), Guilherme Elias (baixo, vocal) e Victor Miranda (bateria) e tocou "Ninho de Rato", "Brasileiro, Otário e Triste", "Gole de Ácido", fechando com "Bom dia Senhor".

O cantor Jimmy London, ex-Matanza, que há anos atua como apresentador do festival para o Multishow, desta vez se dividiu em dois papéis na sexta, dia 2. Começou comentando sobre as principais atrações do dia, mas teve de interromper a participação para correr ao palco Supernova.

Lá ele liderou o projeto Matanza Ritual, que tem Felipe Andreoli (baixista do Angra), Antônio Araújo (guitarra do Korzus) e Amilcar Christófaro (baterista do Torture Squad). 

Eles tocaram os hits do Matanza, como "Remédios demais", "Clube dos Canalhas", "Tempo Ruim". A banda fechou com "Ela Roubou Meu Caminhão" e levou o público presente à catarse,com todos cantando junto e revivendo o ritual que sempre acontece quando Jimmy está presente. 

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