terça-feira, 13 de setembro de 2022

Depois do Rock in Rio, Matanza Ritual busca a consolidação como banda autoral

 O ritual deu mais do que certo e deixou a "aura" de projeto.  Era para ser uma celebração, mas parece que um certo Rock in Rio ajudou a udar os planos. E o Matanza Ritual cresce e avança para uma nova fase, com uma empolgação rara dos músicos em eventos seelhantes.

Segundo a mente insana por trás do projeto, era para ser apenas um ritual único com a presença de amigos para celebrar o então finado Matanza, célebre banda de country hardcore e punk carioca que tinha um som ímpar e uma energia contagiante.

Jimmy London, a mente insana, era o vocalista e pensava que tinha encerrado as atividades do grupo em 2018 após 20 anos e uma série de desavenças. Mas os outros ex-integrantes resolveram exumar o cadáver com outro cantor e cardápio pesado do Matanza virou Matanza Inc. 

"O legado também é meu. Por que não posso usufruir dele também", disse London a este Combate Rock quando decidiu criar a sua "versão" do finado Matanza. E o ritual deizou de ser único para se tornar uma constante ao lado de amigos veteraos estrelados do metal nacional.

"Deu tão certo que fica evidente que estamos curtindo o esquema. É diferente do metal extremo que a gente tá acostumado a fazer, mas é contagiante a energia e como os fãs do Matanza Ritual são fiéis e comprometidos", disse o baterista Amílcar Christófaro, que toca tambem com a banda paulista Torture Squad e com o Kisser Clan, um dos projetos de Andreas Kisser, itarrista do Sepultura.

O músico não estranhou o convite para acompanhar London no projeto que está se tornando uma banda - e que logo logo deverá deixar uma banda tributo para ganhar vida autoral própria. "O ritual está se diversificando. Já fizemos um single autoral, 'Sujeito Amargo', o resultado foi positivo. Estamos programando gravar um álbum", revela Christófaro.

Mas compensa ainda hoje pensar em músicas novas diante das mudanças profundas na frma de ouvir música, que está desvalorizada e que recebe pouca atenção de muita gente?

"A criação artística é um dos motores da sociedade. As formas de realizar e as circunstâncias mudam, mas compor e gravar coisas novas sempre será instigante. Até percebo que realmente há menos tempo dedicado ao ato de escutar e curtir uma canção, mas ainda é recompensador receber o retorno dos fãs", celebra o baterista.

A agenda está cheia e prevê uma turnê até o final do ano com mais datas com o Matanza Ritual, o que também empolga o guitarrista Antono Araújo, que toa também no extraordinário Korzus.

Assim como Christófaro, curte a boa fase e o fato de que eles e o baixista Felipe Andreoli, que integra o Angra, estarem empolgados com a explosão de adrenalina no palco. "Nem dá para explicar o porquê de a coisa estar tão gostosa. A química deu certo, sim, mas não é só isso. Tem a coisa da novidade, da versatilidade, mas o barco tá navegando fácil", constata o guitarrista.

Essa versatilidade também foi destacada por Christófaro: assimilar um novo estilo e estudar ainda mais para entregar o produto devido e sempre melhorá-lo. "Imagino que os três instrumentistas colocaram suas características, que podem ou bão ter deixado as coisas mais pesadas. As músicas têm outras cores, mas a essência do Matanza está preservada."

"No começo eu tive que fazer um bocado de laboratório, ouvi muitos sons que o Jimmy me indicou, que fazem parte das influências da banda", contou Araújo."Caí de cabeça na ideia de aprender as músicas o mais fielmente possível, de forma que eu pudesse falar aquela língua com o meu sotaque, mas com intimidade. A coisa dos licks de música country e rockabilly foi e tem sido em particular um aprendizado muito legal para mim como guitarrista."

Quem esperava uma alteração radical na sonoridade do antiga Matanza ficou aliviado. Há mudanças perceptíveis, e não poderia deixar de ser quando se tem todos os instrumentistas oriundos do metal e metal extremo. "Às vezes a gente precisa dar uma segurada na empolgação, dá uma vontade de fazer aquela mais energética e pesadona, mas aí a gente vê o Jimmy e lembra do Matanza...", diverte-se Araújo.

Com a consolidação do Matanza Ritual, as agendas ficaram mais apertadas, o que está sendo comemorado pelo quarteto. E com isso o grupo ancestral renasce pela segunda vez em uma encarnação mais pesada e com um brilho diferente. 

A vida pós-pandemia entra nos eixos e nos oferece mais possibilidade do que imaginávamos - com o Matanza Ritual se tornando um dos símbolos dessa nova fase. 


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