Em um evento bastante político e politizado, até os estrangeiros se sentiram autorizados a fazer os seus protestos. Os franceses do Gojira criticaram duramente o desmatamento da Amazônia e a política ambiental depredatória do lamentável governo de Jair Bolsonaro na canção "Amazonia".
Os americanos do Living Colour não perderam a oportunidade e homenagearam a ex-vereadora carioca Marielle Franco, assassinada em 2018 no Rio de Janeiro.
Como é de praxe, o Sepultura evitou polêmicas políticas, mas outras bandas brasileiras de metal extremo e com posturas progressistas chutaram várias canelas. Black Pantera e Devotos levantaram as bandeiras antirracista e contra a desigualdade social; o Affront bradou contra o antifascismo, a desigualdade social e a violência policial.
Gangrena Gasosa? Foi aquela afronta, como sempre, chutando clichês para o lado e trazendo uma anarquia pesada para o palco e questionando tudo e todos.
O som mais sofisticado e quase progressivo do Gojira agradou em parte o público concentrado mais perto da grade, mas não empolgou muito quem estava mais longe. É um som mais experimental, embora moderno e muito pesado. Exige um pouco mais de atenção.
Com um álbum recente para divulgar e uma música com relação direta com o Brasil, os franceses transformaram, no final, uma apresentação forte, mas sem grande entusiasmo do público, em show bastante competente. Deixaram "Amazonia" para o final e conseguiram cativar a maioria do público, que surpreendeu ao cantar parte da letra.
No entanto, a energia da banda Bullet From May Valentine atropelou os franceses. Foi um som mais próximo do que a molecada está acostumada nesta década, um metalcore misturado com um new metal bem equilibrado, ao mesmo tempo em que esteve mais acessível.
A banda não perdeu tempo: transformou a energia em música pesada e insana, com guitarras lá em cima, com afinações mais baixas e extremas. Foi um grande aquecimento para quem estava ansioso pelo Iron Maiden.
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