domingo, 25 de setembro de 2022

Jazz de Stefano Moliner se destaca em feira roqueira de vinil no ABC

 Nem o vento frio foi capaz de parar o quinteto em pleno parque municipal, que brindou os espectadores om o melhor do jazz ao cair da tarde. Era um corpo estranho em meio a uma festa dedicada ao rock and roll, só que a banda saiu bem maior do que entrou.

Stefano Moliner Quintet continua divulgando o excelente disco "Apotheosis" e "brincou de fazer música da na 2ª Feira do Vinil, que encheu o Parque da Juventude Cittá di Maróstica, no centro de São Brnardo do Campo (SP).

O público ainda chegava para ver as bandas de rockabilly e psychobilly quando o baixista Moliner e seus amigos começaram em ritmo de jam e preencheram o parque com música de extrema qualidade.

Egresso do heavy metal, o veterano baixista se apaixonou por outros gêneros ainda nos anos 90 e não prensou duas vezes em cair de cabeça no jazz, mas sem largar de vez o rock pesado. De vez em quando ainda participa de tributos ou de gigs com amigos pela Grande São Paulo.

"Apotehosis" é o segundo disco instrumental de sua carreira e aborda o jazz de forma moderna, mas dividindo o protagonismo com os companheiros. Seu baixo tem som grande e "gordo", liderando com sabedoria a banda que é impecável.

O curto show de 40 minutos não foi o suficiente para mostrar o que é o seu quinteto, mas serviu de introdução para um novo mundo para muitos jovens ansiosos por celebrar o som dançante dos Kães Vadius e da Irmandade do Blues.

A banda Joe and the Wet Rags teve a difícil missão de suceder o jazz hipnotizante e teve bom resultado. Seu rockabilly encharcado de clássicos do gênero remeteu, é óbvio, a Stray Cats e Brian Setzer Orchestra e ajudou a encher a ampla pista do parque. Nem as crianças conseguiram ficar paradas. Houve clássicos os Beatles rearranjados e uma versão bem gostosa do clássico "Shakin' All Over".

A veterana banda Kães Vadius agradeceu o aquecimento e encheu ainda mais o parque com seu psychobilly cheio de sarcasmo e bom humor. na comemoração dos 37 anos de atividade, aproveitou para celebrar e chamar ao palco três ex-integrantes que participaram da formação original/inicial.

Foi uma grande festa e o melhor show do evento. Com domínio completo do palco e um repertório enxuto com hits, colocou todo mundo pra dançar ao som de "Notícias populares", "Festa do Horror" e "Morcego louco".

Para terminar o evento bacana, um novo ressurgimento da Irmandade do Blues, uma instituição brasileira que andava sumida nos últimos anos, notadamente desde que o guitarrista Edu Gomes saiu.

Outro ás do instrumento, marcos Ottaviano (ex-Blue Jeans) andou colaborando em alguns shows, mas a Irmandade hoje é um trio, com Vasco Faé (guitarra, voz e gaita), Sílvio Alemão (baixo) e Fernando Loia (bateria).

No show deste domingo, o convidado especial foi o cantor e gaitista Marcio Maresia, que mesclaram canções em inglês e português, com destaque para "A Rede", de Maresia, "I Gota Woman" e a maravilhosa versão blues de "Eu Só Quero Um Xodó", de Dominguinhos.

Claro que os duetos/duelos de guitarra e de guitarra/gaita de Faé com Edu Gomes fazem falta, mas a Irmandade do Blues se irou bem como um trio, soando um pouco mais pesada do que o habitual.

Com blues, jazz e rockabilly, a festa/feira do vinil foi um sucesso na tarde fria de 25 de setembro, em um ambiente quase que totalmente apolítico e uma boa escolha de atrações e repertórios. 

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