sexta-feira, 30 de setembro de 2022

Máquinas de 'matar' fascistas: as novas canções engajadas para demolir as ameaças à democracia

"Estado Violênia/ Me Deixe em Paz!!!!!!!!!" O grito da música dos Titãs apinda soa perfeito e necessário como alerta ao perigo das eleições presidenciais e gerais de 2022. São grandes as chances de o presidente fascista e nefasto ser apeado do poder, mas toda campanha e todo o protesto é bem-vindo para a escorraçar a ultradireita.

Uma série de lançamentos dos últimos dias no rock e no metal mostram a face do engajamento contra as ameaças à democracia e às instituições praticadas pelas gangues fascistas a serviço do bolsomerdismo.

Muita gente saudando o lançamento de "This Machine Still Kill the Fascists", da banda norte-americana de celtic punk Dropkick Murphys. O título, 'Essa Máquina Ainda Mata Fascistas", faz alusão ao cantor folk americano de folk Woody Guthrie, que escreveu no corpo de seu violão, nos anos 40, a célebre frase "Essa Máquina Mata Fascistas". Artista engajado, Guthrie sempre foi perseguido e acusado de ser comunista, quando na verdade lutava pela redução da desigualdade social e da pobreza.

A banda nunca negou suas origens irlandesas e sempre esteve na vanguarda da música de protesto atual na América do Norte. o novo disco é um alento, semiacústico e com letras ótimas e interessantes, muitas delas remetendo ao cancioneiro de protesto, em perfeita homenagem a Woody Guthrie - e que se adequa ao momento de trevas que domina o Brasil. Não é um disco temático, mas é simbólico e, sim, "mata" fascistas.

No Brasil, as lendas Dorsal Atlântica e Ratos de Porão desferiram as maiores porradas no autoritarismo e no fascismo que domina parte da sociedade brasileira - respectivamente, "Pandemia" e "Necropolitica". São álbuns fundamentais e que se tornaram clássicos nacionais instantaneamente.

João Gordo, dos Ratos de Porão, também vai para em uma participação especial na canção "A Queda", da banda de thrash/death metal The Troops of Doom, que tem como um dos guitarristas Jairo Guedz, ex-Sepultura. A cacetada sore as seitas evangélicas e religião em geral é devastadora.

Os mineiros da banda de metal extremo Drowned não tiveram puder ao serem mais do que explícitos na pesadíssima "Hail, Captain Genocide", uma homenagem ao nefasto Jair Bolsonaro. É outro ataque devastador ao presidente incompetente e incapaz que exala o odor da morte e da corrupção.

Dá para dizer que foi uma inspiração para os paulistas da Overdose Nuclear, banda de death metal furiosa que acaba de lançar a canção "Messias Genocida". Sem meias palavras e sem economizar na violência sonora, enumera todos os "pecados" do presidente deplorável e as consequências de suas políticas depredatórias em nossas vidas.

Entre as bandas punks, mais pancadaria. Statues on Fire, nome forte do punk de protesto da Grande São Paulo, acaba de lançar "We Shall Overcome", uma agradável canção de inspiração "1977" com um recado contundente, ainda que generalizado. É um libelo importante contra as forças que defendem o autoritarismo.

Do Rio de Janeiro vem a California 55, que envereda por um poppy punk assemelhado ao emocore. "Sua Própria Lei" aborda as tentativas de políticos de ultradireita de torcer e distorcer leis e medidas em benefício próprio, com cansamos de ver no lamentável mandato de Jair Bolsonaro. Não precisaram ser explícitos ou fazer citações diretas.

Se Bolsonaro falou metaforicamente em "fuzilar a petralhada", então embarquemos na campanha de disseminação das músicas que "matam fascistas". Faz bem para a alma, para a mente e para a democracia - e vai ajudar a demolir o autoritarismo, o fascismo e as ameaças democráticas.

Nenhum comentário:

Postar um comentário