quarta-feira, 7 de setembro de 2022

Em clima pop e alto astral, Titãs relaxam e buscam uma paz em "Olhos Furta-Cor"

 Quarenta nos depois, qur tipo de vida podemos esperar? Uma que tenha rock e bom humor, diria o cantor Marcelo Nova, do Camisa de Vênus, em recente entrevista. Os Titãs se apropriaram do lema e não economizaram bo bom astral em "Olhos Furta-Cor", o álbum recém-lançado e ainda pouco divulgado.

"Caos", o primeiro single, traz a amostra da colaboração com Rita Lee nas composições e o resultado dividiu a galera: era protesto? Pareceu meio insípido e sem pegada, não? Sobrou bom humor e faltou contundência, diriam os mais decepcionados esperando que a banda caísse de cabeça nos protestos a favor da demoracia.

A resposta foi mais bom humor e letras brincalhonas, sem a preocupação de soar inovador, contundente, agressivo ou soporífero. Os Titãs queriam curtir uma boa fase pós-pandemia, e todas as 14 faixas do disco vão nessa direção. Faltou peso? Faltou sarcasmo? Faltou ironia? E daí?

E daí que faltou inspiração. É um disco comum, coisa que não se espera de bandas como os Titãs. foram corajosos ao embarcar na composição de um disco autoral, mas fircaram faltando várias coisas. 

Assim como Paralamas do sucesso, Barão Vermelho e Ira!, que seguem firmes na estrada, o desafio enorme da atualidade é despertar o interesse peo rock novamente, e isso passa pelo rejuvenecimento do público.

É preciso depsertar novamente o interesse do jovem pelo rock, e "Olhs Furta-Cor" parece um trabalho deslocado no tempo e desfocado. "Caos" abusa das referências hist´ricas e literárias cantadas em forma de piada, e fubciona com os mais velhos. Não anda funcionndo com os mais jovens.

Há boas ideias, como na pesada "Há de Ser Assim", com guitarras pesadas e bem trabalhadas e uma letra mais invocada. "Um Mundo" traz vocais de Rita Lee e uma reflexão bacana sobre os nossos tempos em ma base country folk que esbanja esperança.

"Raul" é uma homenagem interessante a Raul Seixas, misturando um pop oitetista com o punk/ska na segunda parte da música, mas a letra envereda por um certo "intelectualismo" enfiando muitas referências que soam fora de órbita para um ouvinte mais desavisado. 

São várias que são resgatadas a respeito das analogias bem feitas ue Rauzito fazia entre as origens do rock americano e as dos gêneros regionais brasileiros, mas tudo em ritomo veloz. é o tippo de cançao com a assinatura de Rita, com seu sarcasmo e sua inteligência, mas que se perderá no mar de pouco interesse pelos novos trabalhos de artistas veteranos.

"Papai e Mamãe" é uma tentativa de crítica de costumes, mas sem ser incisiva. Seria um resgate de "Família"? "Por Galettas", com letra em espanhol, é uma que se encaixa na ala das "piadas" e o clima caribenho/latinho é vabacaninha, mas é esquecível,

"São Paulo 3" e "São Paulo 1" estão encharcadas de paulistanidade e remetem a um soft tock qe a banda praticava na virda dos anos 80 e 90 e comete bons momentos, assim como "Miss Brasil 200 Anos", em que a sobriedade domina e a banda avança em uma tentativa de soar mais séria e com ideias mais fortes.

Diante de um trabalho irregular, "Ha de Ser Assim" se sobressai por ser um pouquinho mas pesada, enquanto que "Como É Bom Simples" recupera um pouco do ótimo trabalo anterior, a ópera-rock "12 Flores Amarelas" - é reflexiva, é positiva e apresenta bons arranjos. "Apocalypse Só", com seus vocais infantis e o jogo de palavras na primeira parte da letra, tamb´m merece destaque.

Depois da ousadia e audácia em relação ao trabalho anterior, entende-se que os Titãs tenham optado por uma direção menos sisuda e que mirasse mais o entretenimento. Tiveram coragem de encarar um disco com canções inéditas em vez de apelar para um ao vivo ou um acústico. 

Nos tempos atuais, sempre é um risco, e isso precisa ser louvado. No entanto, às vezes a bola vai para fora e dificilmente "olhos Furta-Cor" será lembrado na importante discografia dos Titãs. O uxílio luxuoso de Rita Lee se mostou insuficiente para empurrar a banda em 2022.


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