Foi um domingo de comemoração desde cedo, quando deveria ser de lamentação e reflexão. A Polícia Federal prendeu três suspeitos de serem os mandantes dos assassinatos da ex=vereadora Marielle Franco e seu motorista, Anderson Gomes, indicando, finalmente, uma solução para o caso após seis anos.
Estão na cadeia um deputado federal, um conselheiro do Tribunal de Contas do Estado e um ex-chefe da Polícia Civil, um delegado que deveria investigar o crime, ms que participou do crime, ao ue tudo indica.
nada surpreendente para um lugar que e cinco dos últimos seis governadores presos ou apeados do poder por causa de corrupção, além da prisão de quatro dos últimos oito chefes da Polícia Civil. Parcela expressiva da população do Rio pareceu não se importar 0 e até mesmo a simpatizar - com os brutais assassinatos. Afinal, continua votando em evangélicos corruptos e bandido de direita,
Difícil definir o que as prisões desde domingo revelam: falência total do Estado, penetração profunda do crime organizado em todas as esferas do poder público, decadência moral de uma sociedade que desrespeita o ser o humano e flerta com o fascismo/banditismo...
Desde a ascensão ao poder do nefasto Jair Bolsonaro a partir de 2018, passando por uma pandemia mortal de covid-19, os artistas que melhor retrataram a queda e as trevas foram a banda Detonautas Roque Clube, cariocas que sentiram na pele todo o descalabro.
Banda de rock com mais de 20 anos de carreira e conhecida pelo ativismo de direitos humanos e pelo engajamento em causas sociais, os Detonautas têm no vocalista Tico Santa Cruz sua figura mais proeminente.
Ex-estudante de comunicação e formado em Ciências Sociais, tornou-se um cronista inspirado das mazelas sociais do Rio e do Brasil e se tornou uma figura ainda mais odiada pelo mundo conservador/fascista.
Nas canções novas que a banda lançou no período, o vocalista cresceu e mostrou-se o melhor cronista d realidade suja e nefasta de sua cidade. As letras retratam desencanto e desencanto, ms também um pouco de esperança e de um desejo de regeneração social, algo que, oje, parece impossível no Rio de Janeiro.
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