Marcelo Moreira
Muitos artistas envelhecem mal, assim como grupos musicais. Se o legado é incontestável, a gestão administrativa de formações diferentes ou espólios expõem o que há de pior e mais mesquinho do ser humano.
Aparentemente, são eternas as confusões, brigas jurídicas e decisões polêmicas-oportunistas envolvendo dois nomes do primeiro time do chamado rock nacional oitentista: Legião Urbana e RPM.
A contenda da vez envolve mais uma vez os membros remanescentes da Legião e o herdeiro de Renato Russo, seu filho Giuliano Manfredini. Renato morreu em 1996 em consequência da AIDS.
Durante muito tempo Manfredini tentou impedir Marcelo Bonfá e Dado Villa-Lobos de tocar as músicas da banda e de usar o nome nas turnês que realizam de vez em quando. Em 2015, a Justiça decidiu, de forma definitiva, que os dois têm o direito de uso do nome e que o filho de Renato não pode mais impedir que isso aconteça.
A contenda virou guerra e Manfredini agora quer um terço de todo o dinheiro arrecadado pelas três turnês de Bonfá e Villa-Lobos realizada nos últimos anos, o que está sendo considerado um disparate.
O filho de Renato não comenta essa ação judicial, que foi explicitada nas redes sociais dos dois músicos e de André Frateschi, o vocalista convidado.
Em longo texto na tentativa de explicar o imbróglio, a dupla remanescente da Legião Urbana mostra sua indignação sobre o que considera uma investida indevida nos negócios envolvendo a banda. Segundo pessoas que conhecem com detalhes a disputa, Manfredini deverá esticar a guerra por toda a eternidade.
ATENÇÃO! Aqui o comunicado que esclarece de uma vez por todas a perseguição contra os membros fundadores da...
Publicado por Andre Frateschi em Segunda-feira, 22 de março de 2021
Já o RPM vive a mesma tempestade jurídica. Desta vez uma decisão judicial impede que o cantor e baixista Paulo Ricardo interprete as músicas da banda sem a autorização dos coautores, quando for o caso. A decisão foi novamente revelada pelo colunista do UOL Rogério Gentile.
De acordo com Justiça de São Paulo, o cantor está proibido de usar a marca RPM bem como explorar comercialmente as principais músicas da banda, a mais popular do rock nacional nos anos 1980.
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