quinta-feira, 25 de março de 2021

Rápido panorama do metal nacional - 65

 Marcelo Moreira


- 7 Peles - Surpreendente trabalho que coloca o metal extremo em evidência pela qualidade musical e a intensidade da mensagem macabra de seu black metal. "O Primeiro Evangelho do & Peles" é a estreia em álbum e nos detalhes chama a atenção, como o clima soturno e tétrico em todas as canções e o peso extraordinário das guitarras. Ecos das bandas escandinavas aparecem aqui e ali em arranjos sem grandes complicações, mas o grupo mostra originalidade no tratamento dos temas e na ambientação. 


- Edu Megale - Ótimo instrumentista mineiro que busca uma nova visão musical em "Screams of Insanity". Seu trabalho mescla heavy metal e hard rock com pegada bluesy, ora lembrando Edu Ardanuy (ex-Dr. Sin e atual Sinistra), ora Kiko Loureiro (Megadeth e ex-Angra). Em algumas canções, como a faioxa-título, é possível enxergar e detectar influências de Joe Satriani e Yngwie Malmsteen. Ou seja, referências são o que não faltam para o músico, que cometeu um disco bem interessante e que o coloca na lista dos nomes importantes da guitarra rock instrumental brasileira.

 


 - Mofo - Thrash metal puro no estilo Bay Area, ou seja, anos 80 até o talo. A banda de Brasília faz um resgate de ma sonoridade suja, meio abafada, mas extremamente eficiente e veloz no CD "Sick and Insane". "Frank" e "Hate and Disgrace" são os destaques, com guitarras matadoras e linhas de baixo bem construídas.

 


- Tosco - "Sem Concessões" é um disco certo na hora certa. Não basta apenas combater a pandemia, é necessário ser firme contra os imbecis que negam a realidade e atentam contra a civilização nestes tempos bolsonaros nefastos. O novo trabalho desta banda de hardcore/thrash metal vai na veia e na pancada tomando o cuidado de não assumir lados ou posturas. Ok, é o que a maioria faz, em uma situação de tentativa de isenção. Vamos respeitar. Este CD é interessante porque consegue passar uma mensagem direta e reta com contundência, como em "Consagrado pela Morte" e "Vale da Tragédia", onde fala sobre Brumadinho, que teve uma barragem rompida que matou mais de 200 pessoas. É um disco engajado e que não faz concessões.

 

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