Marcelo Moreira
Entre os lançamentos nacionais, não foi um dos anos mais prolífios, mas a qualidade foi alta, como nos cinco anos anteriores. O mercado ainda está se acomodando em ummundo pós-pandemia de covid-10 e de constantes ataques à cultura. O dinheiro não está sobrando e muitos artistas preferem trabalhar com EPs e singles em vez de álbuns. Vamos a uma parte dos destaques de 2024:
Black Pantera – “Perpétuo” – Trio mineiro se consolida como o mais importante do país neste século entre as bandas não clássicas. A mistura de hardcore, heavy metal e ritmos brasileiros deu tão certo que os três jovens negros se tornaram referência para a garotada que gosta de música alternativa e para os mais exigentes fãs de música pesada. E tudo isso com letras políticas, engajadas e de protesto. Caminha para onbrear os Racionais MCs como a principal voz antirracista do rock nacional. “Perpétuo” é um grande álbum de rock.
- Hatefulmurder – “I Am That Power” – Metal extremo feito com muita inteligência pela veterana banda carioca de death metal que tem os vocais de Angélica Birbs. Muita gente se surpreende ao saber que Hatefulmurder é uma referência para Crypta, Nervosa e The Damnnation em termos de agressividade e de postura artística dentro do metal extremo. Com o novo álbum, espera-se que toque mais em outros estados.
- Spektra – “Hypnotyzed” – Mais um nome importante com um som tipo exportação. É o segundo álbum de uma banda formada por músicos muito experientes e que têm contrato com a gravadora Frontiers, da Itália. O hard rock moderno do grupo lembra um Mr. Nig mais anabolizado, principalmente pelo soberbo trabalho de guitarras. O álbum mostra uma banda com bastante personalidade.
- Soundscars – “Legacies” – Projeto carioca de rock progressivo que aspira se tornar uma banda é uma das boas surpresas de 2024. Com guitarras timbrtadas ao melhor estilo do prog metal inglês – Arena e Porcupine Tree são as referências -, usa de forma magistral s vozes de várias cantoras para compor um mosaico diferente e muito interessante.
- Fleesh – Dreamsension” – Rock progressivo em alta nos brinda com essa pérola de bom gosto e inteligência. O multi-instrumentista e compositor Cel Oliveira, que participou e produziu algumas canções de “legacies”, do Simdscars, criam climas e ambientações perfeitas para a voz da extraordinária cantora Gabby Bessoni, que jamais peca pelo excesso com sua voz de anjo. Com ecos de Marillion, Yes e Pink Floyd, esse álbum se torna um marco dentro do progressivo brasileiro.
- Inocentes – “Antes do Fim” – Não costumo listar álbuns acústicos ou de regravações como melhores do ano, mas este merece. É um acústico com regravações dos maiores sucessos dos 43 anos do grupo, mas com arranjos diferentes e execuções surpreendentes, que aliam a fúria punk e o bom gosto na escolha de arranjos. Ficou muito bom.
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