A animação era tão grande que não correspondia ao final e manhã fria, com sol raquítico, na frente do Allianz Parque, em São Paulo. Havia muitos marmanjos que não se importavam em ficar de pé mesmo com mais de 50 anos e reumatismos nas costas. Dividiam a animação com moleques de 10, 12, 15 anos para ver um punhado de dinossauros do metal.
O Monsters of Rock libertou, assim como o Lollapalooza e o Knotfest, do ano passado, a necessidade represada de reverenciar o rock de uma forma pouco vista antes da pandemia de covid-19.
O perigo iminente de restrição e morte fez com que o público, em geral, voltasse a valorizar os eventos ao vido na América do Sul. E não poderia haver coisa melhor para o combalido rock no continente.
Sem esses megafestivais de 2023, talvez o gênero caminhasse cada vez mais aceleradamente para o ostracismo e para o nicho em que habitam o blues e o jazz. São s festivais que estão atraindo os jovens de volta, ainda que não em grandes quantidades.
A criançada dos século XXI ainda se sente atraída pelos monstros mascarados que posam de heróis mascarados que combatem a hipocrisia de um mundo em decomposição. O Kiss ainda é uma marca fortíssima e mantém o rock em alta.
É comovente ver crianças com rostos pintados de Kiss ao lado dos pais emocionados com a última possibilidade de ver o Kiss ao vivo, já que os septuagenários integrates principais admitem qu a aposentadoria está bem próxima.
Se eventos como Rock in Rio, The Town e Loolapalooza apresentam cada vez menos rock em suas programações, ainda assim turbinam o gênero por cota dos mega-astros que ainda se mantêm na estrada, e dão fás para que os festivais de metal e classic rock possam chamar a atenção e começar a voltar a atrair um público jovem.
As venda de ingressos para o Monsters of Rock e o Summer Breeze Festival erforçaram a visão de mercado de que o rock, mesmo em baixa, ainda é lucrativo e oferece boas possibilidades de visibilidade em todos os sentidos.
A molecada ficou ouriçada com a possibilidade rever nomes importantes do passado, como Kiss e Deep Purple, assim como participar de um concurso nacional para selecionar uma banda para tomar no Summer Breeze.
A escolha dos mineiros do Electric Gypsy foi um os grandes momentos do rock nacional, mobilizando mais de 200 artistas em busca da oportunidade de ser a new blood" (novo sangue, nome do concurso de e seleção) para seguir carregando a responsabilidade de manter o rock vivo e relevante.
O sucesso de vendas de ingressos do Summer Breeze e do Best of Blues and Rock mostra que existe vida para os dois gêneros fora do Rock in Rio, do The Town e do Lollapalooza, mas , por outro lado, reforça a dependência mercadológica dos grandes festivais para manter a roda girando, ou seja, para qus o dois gênero mantenham o fôlego.
Mesmo nos shows internacionais pequenos, com venda esgotada de ingressos, existe uma certa esperança de que os grandes eventos continuem a impulsionar o mercado.
O cantor inglês Paul Di'Anno, ex-Iron Maiden, mesmo debilitado fisicamente, fez 45 shows pelo pelo Brasil com grande sucesso, ainda que com alguns problemas. Foi beneficiado pelo clima pós-covid e pela alta demanda por shows internacionais de rock.
O mesmo pode er dito em relação a três astros internacionais que estão no Brasil desfrutando do momento interessante para se fazer rock pesado por aqui, ao vivo.
Com o suporte de músicos brasileiros, Eric Martin (Mr. Big), Udo Dirkschneider (ex-Aceept) e Tim "Ripper" Owens (ex-Judas Priest e Iced Earth), lotaram casas pequenas pelo país enquanto o grosso do do público ansiava pelo Monsters of Rock e pelo Summer Breeze. Talvez o interesse não fosse tão grande sem o festivais.
Os preços salgados dos ingressos não chega a ser um entrave, já que o mercado e o público estão absorvendo bem os custos, o que soa como um alento diante de um cenário depredado que ainda sofre as consequências da pandemia de um governo federal desastroso entre 2019 e 2022. É hora de aproveitar ao máximo e colocar o rock de novo na ordem do dia.
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