O cantor e baixista inglês Glenn Hughes (ex-Deep Purple e Black Sabbath) alterou a sua agenda de 2023 para incluir uma turnê latino-americana antes de encarar o retorno das atividades do Black Country Communion em 2024 - e ele ainda é o vocalista e baixista da banda Dead Daisies.
Hughes anunciou que fará dez shows no continente em novembro, passando por Brasil, Argentina, Chile, México e Costa Rica. Por aqui serão seis apresentações - de longe é o país que mais venera o seu trabalho em todas as Américas.
Aos 72 anos, é o cantor da geração de ouro do rock pesado que conseguiu manter intacta a voz e a performance - o tempo foi inclemente para contemporâneos como Ian Gillan, David Coverdale, Mick Jagger, Robert Plant e Roger Daltrey, entre outros.
Incapaz de cometer um show ruim, Hughes perdeu a conta de quantas vezes veio ao Brasil. Na primeira vez, em 1994, descobriu um novo mundo e múltiplas possibilidades quando descobriu o quanto era idolatrado por aqui.
Desconfortável em um Fiat Uno branco circulando por emissoras de rádio de São Paulo, estava divulgando o seu álbum "From Now On", mas não fez shows em São Paulo, única parada brasileira no giro de divulgação, mas não resistiu e subiu ao palco do antigo Black Jack, bar roqueiro da zona sul paulistana, para cantar três músicas com uma banda cover.
"É inacreditável que não tenhamos aproveitado essa onda de carinho com o Deep Purple", disse a esse jornalista na saída de uma emissora de rádio. "A paixão de vocês pelo rock é contagiante e nos faz seguir em frente de um jeito ou de outro. Vocês sabem mais de mim do que eu mesmo."
Ele sempre retribuiu esse carinho com turnês extensas no Brasil e gravou um EP ao vivo em São Paulo em 1998, que saiu primeiramente como CD bônus da edição japonesa do álbum "Return to the Crystal Karma". mais tarde, com o nome de "Live in South America", foi editado em CD e incluído com esse nome nas plataformas digitais.
Foi nessa época que atendeu a um pedido de milhares de fãs para colocar no repertório a canção "No Stranger to Love", do Black Sabbath, música do álbum "Seventh Star" - o único da banda com ele nos vocais. Ao que consta, foram raríssimas as vezes que a interpreto em shows fora do Brasil.
Nesta turnê brasileira, o cantor vai privilegiar as músicas de seu tempo e Black Sabbath, algo que fez nas duas últimas visitas. No entanto, não descarta enxertar o repertório com algumas surpresas - o que aumenta a chance de recolocar "No Stranger to Love" na lista de músicas.
Atualmente, a sua atenção principal é na banda multinacional Dead Daisies, liderada pelo empresário milionário australiano David Lowy, que é um dos guitarristas. Já gravou dois álbuns de boa qualidade com esse grupo, um hard rock moderno com muita influência de Deep Purple e Motley Crue.
No ano que vem ele prevê o retorno aos trabalhos do Black Country Communion, que criou ao lado do guitarrista e vocalista Joe Bonamassa, do tecladista Derek Sherinian e do baterista Jason Bonham.
Quarteto de hard rock de grande sucesso, deveria ser a sua principal ocupação, mas a agenda lotada de Bonamassa quase acabou em definitivo com o grupo.
Foram três álbuns de estúdio e um ao vivo entre 2010 e 2012, com um hiato até 2017, quando gravara o quarto disco. Desta vez o hiato já dura cinco anos.
Por mais que adore o som estilo Led Zeppelin deste projeto, Hughes não esconde que a sua prioridade é o Dead Daisies, que surgiu em sua vida em 2020 uando não havia indícios que de o Black Country se reuniria novamente.
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