sábado, 1 de abril de 2023

Organização do Lollapalooza muda de empresa em meio a sucesso e problemas graves

O anúncio foi rápido, sucinto e surpreendente um dia depois do encerramento de uma edição do Lollapalooza com sucesso de público, mas mais uma vez manchada por acusações de utilização de mão de obra "análoga à escravidão" - como ocorreu em 2019.

Um das empresas associadas na organização do evento, a T4F, se antecipou a eventuais ruídos e discussões e divulgou que não estaria mais ligada à marca depois de dez anos e oito edições em meio  tentativas de explicações a respeito do trabalho escravo - mais uma vez a "culpa" recaiu em uma terceirizada do ramos de bebidas que teve o contrato rescindido de forma "imediata e unilateral".

O consorcio de empresas que gere e divulga uma série de eventos no Brasil, liderado pela Live Nation Entertainment, anunciou que a Rock World será a nova parceira de produção local para o Lollapalooza no Brasil, em colaboração com a C3 Presents.

A Rock World, por sua vez, é uma empresa do grupo que administra a marca Rock in Rio, do epresário Roberto Medina. 

 Para a Live Nation, que é acionista da Rock World, essa ação "reforça seu investimento na empresa. Além do Lollapalooza Brasil, que acontece anualmente, a Rock World é responsável pelo Rock in Rio, no Rio de Janeiro e em Lisboa, que ocorrem nos anos pares, e o The Town, nos anos ímpares". 

Segundo a empresa, "todos os eventos terão venda de ingressos pela Ticketmaster, que foi recentemente lançada no Brasil, com a bem-sucedida pré-venda do The Town". Os 150 mil ingressos disponibilizados para a venda esgotaram em cerca de duas horas.

Para especialistas em mercado empresarial do entretenimento, a T4F, do empresário Fernando Altério, perde espaço e sai, de alguma forma, chamuscada do Lollapalooza por mais que o evento tenha tido o seu recorde histórico de público. Apesar disso, não deverá sofrer maiores danos de imagem ou empresariais no ramo de q

Havia a expectativa até de que a marca Lollapalooza fosse abandonada em nome de outro evento, mas o nome é muito forte e está consolidado na América do Sul e deverá conviver com Primavera Sound e The Town, que ostentam mais ou menos o mesmo perfil.

Sem entrar em detalhes, a Live Nation informou que esse movimento "faz parte da estratégia de expansão da empresa no mercado, que também inclui uma arena indoor com capacidade para 20 mil pessoas que será construída em parceria com a OVG e GL Events no Distrito do Anhembi". 

A Live Nation também é responsável por trazer algumas das maiores turnês globais para o país, como a recente Music of the Spheres, do Coldplay, que teve um público total de 730 mil fãs em 11 shows.

"Ao mesmo tempo em que aumentamos nossa presença no Brasil, buscamos desenvolver uma estrutura local que nos permita melhor atender artistas e fãs. Isto nos possibilitará oferecer um número cada vez maior de experiências ao vivo únicas para o público brasileiro", disse Rafael Lazarini, vice-presidente sênior e responsável pelo desenvolvimento de negócios para a América Latina da Live Nation. 

A parceria entre a Rock World e a C3, segundo ele,  "impulsionará o já forte portfólio de festivais da LN no Brasil, capturando sinergias e oportunidades para as marcas existentes e abrindo espaço para novas serem desenvolvidas".
 
Roberto Medina, sócio e presidente da Rock World, disse que as perspectivas são as melhores diante da nova configuração. "Eu vivo o Brasil intensamente. O nosso país é apaixonado pela cultura e nós, brasileiros, temos o DNA de quem sabe fazer eventos gigantes com muita qualidade. Tenho certeza de que, por meio dessa expansão de nossas atividades, conseguiremos proporcionar em ainda maior escala, para todos os brasileiros, mais momentos inesquecíveis, repletos de alegria, festa e sorrisos."

"Depois de uma década no Brasil, o Lolla se tornou o maior festival de música de São Paulo e uma marca amada pela comunidade. Vemos a Rock World como grandes parceiros, com décadas de experiência no mercado. Estamos ansiosos para trazer o Festival de volta no próximo ano e realizar uma edição ainda mais incrível", finalizou Charlie Walker, sócio da C3 Presents.
 

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