Era um garoto punk atormentado como muitos outros, mas que não suportou o peso do mundo, Kurt Cobain não tinha, provavelmente, a intenção de revolucionar o nundo, mas foi o que fez, e parece que foi demais, assim como o sucesso estrondoso e mundial do Nirvana.
Faz 30 anos que o corpo de Cobain foi encontrado em sua casam em um suicídio que abalou a cena roqueira e i mundo pop. O guitarrista e vocalista explosivo e temperamental já indicava o que vinha diante dos vários episódios de depressão profunda. E ele não segurou.
O estouro mundial do Nirvana e o músico catapultado ao estrelato pegaram Kurt Cobain no meio de uma crise existencial permanente, o que faz supor que ele, talvez, não fosse a pessoa certa no momento certo, em todos os sentidos.
Instrumentista limitado e compositor não muito inspirado, acabou se tornando a ponta de lança de um moimento que estremeceria a música e o rock. Virou o símbolo de uma revolução que, de certa forma , era artificial, já que nada tinha de novidade e foi disparada por ima parte da indústria fonográfica.
O movimento grunge, que de movimento quase nada tinha, não passava de uma emulação do punk rock de 15 anos antes. Tanto que as bandas que foram rotuladas como grunge logo se mostraram inadequadas no balaio.
O Nirvana era contundente, mas não a ponto de encabeçar um revolução, mas era o grupo do momento e, talvez, o necessário para estabelecer alguns paradigmas e padrões diferentes. E o grande mérito de Cobain é esse: não inventou nada, não criou nenhum estilo, mas era praticamente o único músico que estava fazendo algo diferente em um mercado fossilizado.
Não era o melhor músico, nem o melhor compositor, e sua banda nem era a mais brilhante, mas conseguiu mostrar seu trabalho no exato momento em que o mundo se preparava para implodir; e o clichê é válido: pelos motivos errados, era o cara certo, na banda certa e na hora certa.
Há que diga que Cobain era um purista daqueles radicais, que não suportava a comercialização excessiva da arte e o pouco espaço que tinha, como artista, de tomar conta da própria carreira e da sia vida.
A depressão cotidiana e profissional foi agravada pelo consumo de toneladas de drogas e pelos relacionamentos s tóxicos com namoradas, esposa, empresários e músicos oportunistas. Era uma alma leve e supostamente livre que um dia foi aprisionada pelo mundo podre dos negócios (e aqui vai uma dose de ironia e de sarcasmo)...
Pode-se discutir se Kurt Cobain foi, de forma involuntária, a ponta de lança de uma suposta revolução que, como verificamos depois, tinha pouco ou nenhum estofo. Sem uma unidade conceitual ou mesmo interesses comuns, o tal grunge morreu com o suicídio do líder do Nirvana e o consequente final do trio.
E os concorrentes contemporâneos - Pearç Jam, Soudngarden, Alice in Chais - seguiram seus caminhos no hard rock e no heavy metal, ainda que de forma um pouco marginal.
Por que se possa considerar um exagero todo frisson em torno de Cobaim e Nirvana, a história tratou de defini-los como heróis de um tempo em que a juventude não se identificava com o rock clássico e o rock corporativo do começo dos anos 90. Foram eleitos os veículos mais importantes da pretensa revolução que demoliu alguns pilares da música, mas praticamente nada de novo colocou no lugar.
Da mesma forma, é irrelevante hoje discutir se é merecido ou não Kurt Cobain ter se tornado um ícone pop do calibre de Jim Morrison (The Doors), Janis Joplin e Jimi Hendirx, todos, como ele, mortos aos 27 anos; Cobain já é um dos maiores nomes da cultura pop do nosso tempo, um fardo que se mostrou pesado demais por o jovem punk atormentado, mas sensível e dono de uma ingenuidade, uma pireza, raríssimas vezes vistas no mundo do entretenimento.
A música do Nirvana nunca foi lá essas coisas, mas falava diretamente com a juventude dos anos 90 Isso foi o suficiente para transformar o guitarrista e vocalista em um ícone do nosso tempo.
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