O grupo mineiro Scarcéus celebra os seus 25 anos com a agenda cheia e com dois lançamentos engatilhados, mas ainda sem saber a resposta para pergunta constante de fãs e jornalistas: piplar em Minas Gerais e com música novela, o que faltou para o grupo ao menos chegar perto dos conterrâneos gigantes do pop no resto país?
"Se ficarmos presos a esse enigma perdermos o melhor da vida, que é o reconhecimento que obtivemos nestes 25 anos", comenta o vocalista Henrique Papatella Ferreira. "Nossa traettória é marcante e motivo de orgulho.
Se a banda não lota estádios, como Skank conseguia e o Jota Quest o faz com frequência, o Scarcéus atrai um público fiel por todo o estado e já é considerado uma instituição da música mineira. São seis álbuns e três DVDs lançados e vem mais por aí.
Enquanto saboreia a inclusão de mais uma canção em trilha sonora de novela, o quarteto finaliza i próximo CD de inéditas e o DVD gravado em janeiro passado. "Somos uma banda que tem material de qualidade para mostrar", celebra o vocalista.
"Seu" e o hit do momento que embala os personagens Electra (Juliana Paiva)e Luca (Jayme Matarazzo) em "Família É Tudo", a novela das seis que estrou há menos de um mês na Globo. "É a sexta vez que temos canção em trilha da Globo, o pessoal de lá conhece a banda e sabe o que podemos oferecer. Desta vez enviamos algumas sugestões, mas eles mergulharam na nossa discografia e escolheram uma canção mais antiga."
A versão ao vivo que estará no próximo DVD já está devidamente "bombada" nas plataformas digitais e ajudou a impulsionar a agenda de shows para 2024;
A banda surgiu no fim dos anos 90 na cidade de Conselheiro Lafaiete, a 199 quilômetros de Belo Horizonte, onde hoje mora Papatella., que diz não largar o sítio dele por nada.
O pop rock mais próximo do rock nacional dos 80 agradou em cheio um público que ansiava pela volta de músicas mais simples e que falavam de amor de uma forma mais lúdica e sentimental. Tinha tudo para ser um estouro nacional, mas teve a forte concorrência dos cariocas dos Los Hermanos, a última banda de rock a estourar um hit gigante no país.
Scarcéus chegou um pouco depois e já conviveu com uma concorrência forte de Charlie Brown Jr e todas as bandas emo, de Restar e Fresno a CPM 22, tudo simultaneamente com o desmoronamento da indústria fonográfica e das mudanças de hábitos ao ouvir e consumir música.
O emo acabou, i Charlie Brown acabou, o Skank acabou, o MP3 está virando história e as plataformas de streaming viraram a tábua de salvação, ainda que remunerem muito mal.n E o Scarcéus ainda está por aí, gravando DVDs e colocando música em novela.
"Não se trata de soar melancólico, mas as mudanças não necessariamente foram para melhor, dependendo do ponto de vista", analisa o vocalista. "Hoje está mais difícil para chamar a atenção, a audição é ansiosa, ninguém mais curte a canção, ouve mais do que um minuto emeio. São mudanças de hábito que requerem mudanças de postura e comportamento dos artistas. "
A melancolia desaparece quando Papatella olha para trás e se orgulha de ser um sobrevivente - e a Scarcéus sobreviveu também á pandemia de covid-19. "É uma banda resiliente e muito experiente, que soube capitalizar os 25 anos de bons serviços e de credibilidade. Por isso, o orgulho é imenso. Não quero pensar que somos sobreviventes. É uma banda sólida e que manteve a qualidade e a integridade."
O currículo fala, e bem alto, por si: apresentações no "Domingão do Faustão", "Pop Rock Brasil", "Festival, Rock in Rio III" e mais de 500 shows pelo Brasil,.
Os primeiros movimentos surgiram em 1999, mas a ideia e o conceito já existiam anos antes. Cantar em português era primordial, mas o som seria mais pesado.
O tempo tratou de calibrar o tom e a pegada do Scarcéus, caminhando para o pop sofisticado e bem arranjado que sempre caracterizou o som do grupo. Henrique Papatella e Augusto Nogueira (guitarra) começaram tudo e tiveram a adesão de João Pinho (baixo) e Alexandre Marques (bateria).
O novo CD, o sétimo da carreira, assim como os outros, prende ser outro marco decisivo, assim coo foi "Música", de 2016, o último trabalho autoral.
"Sempre uma evolução em relação ao que fizemos, não tem como ser diferente, mas agora temos uma carga histórica grande para despejar nas composições" reflete Papatella.." Oito anos se passaram, a vida teve turbulências em todos os sentidos, houve uma pandemia, nossas percepções sobre muitas coisas mudaram, enfrentamos uma pandemia. Mediremos com o tempo, mas certamente o próximo trabalho será iportantíssimo em nossa carreira."
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