quinta-feira, 5 de maio de 2022

Presidente veta lei Aldir Blanc e aprofunda guerra cultural no Brasil





Indignação e revolta de cabeceira, teclando no celular ou no notebook. E foi só o que observamos na repercussão de mais um asqueroso ataque à cultura por parte do perniciosos e nefasto governo Jair Bolsonaro. 

É o segundo em menos de um mês: primeiro foi o veto à Lei Paulo Gustavo, e agora, á Lei Aldir Blanc. Acovardados, parlamentares estão calados diante de mais um desrespeito e deboche do nefasto presidente Jair Bolsonaro, que ignora as decisões do STF (Supremo Tribunal Federal) e ri da cara de deputados federais e senadores.

O silêncio do Congresso é o maior sintoma da covardia institucional que domina o Legislativo. Diante da escalada golpista promovida pelo presidente de inspiração fascista, os parlamentares se deixam acuar em ano eleitoral: tutelados pelo Centrão, evitam mais um confronto com o Palácio do Planalto por ser ano eleitoral ou insistem na derrubada do veto para impor uma humilhação sem tamanho ao presidente?

As duas leis previam repasses anuais de dinheiro para amenizar os efeitos da pandemia de covid-19 no setor cultural e artístico, o mais afetado pelas medidas de isolamento social. Seriam repasses que poderiam variar de R$ 3,8 a R$ 6 bilhões. 

A justificativa vergonhosa para o veto a mais uma lei é a de sempre; inconstitucionalidade por não trazer a previsão orçamentária, ou seja, não indica de onde sairia o dinheiro para bancar os projetos viabilizados pelas leis. 

Parlamentares da pior espécie que apoiam o governo nefasto do presidente de inspiração fascista comemoraram o veto e não disfarçaram a satisfação de mais um golpe contra o conhecimento e a cultura, apostando firme no obscurantismo.

Senadores e deputados federais de oposição garantem que vão se mobilizar pela derrubada do veto. Já tinham dito isso no mês passado, quando a Lei Paulo Gustavo tinha sido vetada. Não se viu nenhuma movimentação, o que é gravíssimo, já que mostra o governo colocando um cabresto no Parlamento e ridicularizando os deputados e senadores.

O veto integral às chamadas Lei Paulo Gustavo e Aldir Blanc, que destinaria quase R$ 4 bilhões para a recuperação do setor cultural, o mais afetado pela pandemia de covid-19, deveria causar um barulho enorme, mas as pífias repercussões mostram, perigosamente, uma naturalização dos ataques ao conhecimento.

O que mais precisaremos para chacoalhar a nação? A corrupção desenfreada no Ministério da Educação, infestada de pastores corruptos, parecia ferir de morte esse governo protofascista, mas ainda assim não causa indignação suficiente para manifestações contundentes e ruidosas.

São inúmeras as denúncias de superfaturamento em vários "negócios" deste governo asqueroso, para não falar em mais denúncias e denúncias desvios de dinheiro, gastos inacreditáveis nas Forças Armadas e desperdícios diversos em todas as áreas - para não falar nos "orçamentos secretos" que compram parlamentares e irrigam todo tipo de comportamento corrupto. Mas dinheiro para salvar artistas e a cadeia de produção da cultura...

Por mais que o veto fosse esperado – já tinha sido anunciado pelas lideranças do governo no Congresso -, não deixa de ser um escândalo tal desprezo pela cultura.

Tanto no Senado como na Câmara dos Deputados os projeto de lei Paulo Gustavo e Aldir Blanc contaram com votos de parlamentares governistas para ser aprovado. ou seja, o governo menospreza a própria base aliada. As chances de derrubada do veto presidencial são grandes, mas precisa haver vontade política, algo em falta em ano de eleições presidenciais e legislativas.

Por que continuamos em silêncio quando se trata de uma medida emergencial mais do que urgente? As mentiras e cascatas nojentas perpetradas pelo deplorável presidente soam como escárnio.

Dizer que não há previsão orçamentária do dinheiro, assim como a determinação de sua origem, é piada diante da barbaridade que é o superfaturamento na compra de ônibus pelo Ministério da Educação corroído por ratos evangélicos.

Este é só mais um exemplo: pagar mais de R$ 1 bilhão a mais “sem necessidade” é aceitável, já que o governo insistiu no negócio mesmo com as denúncias de sobrevalorização? É esse tipo de governo que é defendido por gente bolsonarista?

A cortina de fumaça diária e vergonhosa do mentiroso Bolsonaro, ao lado do recrudescimento da campanha eleitoral presidencial, está entorpecendo a opinião pública. É tanta porcaria no ventilador despejada pelo pior governo de todos os tempos que fica difícil acompanhar e planejar qualquer tipo de reação e protesto.

Ainda assim, não se justifica que artistas de todos os calibres, necessitados de qualquer ajuda para retomar as atividades, “naturalizem” o veto presidencial, mesmo que esperado e previsível.

Será que essa energia “poupada” será empregada em uma improvável pressão popular pela derrubada do veto presidencial?
 
Enquanto artistas e bandas se preocupam em xingar aleatoriamente o péssimo presidente de viés autoritário e fascista, os políticos mais desprezíveis atuam descaradamente contra o povo e contra as categorias profissionais.

Os mesmos políticos destinam bilhões e bilhões em orçamento secretos de todos os tipos para a fisiologia pura e tungam R$ 4 bilhões para a destruída cultura brasileira. Não era o caso de ocupar a Esplanada dos Ministérios e grandes avenidas em várias cidades brasileiras?

A guerra cultural é só a ponta mais visível da desesperada tentativa de pequenos golpes que esse governo execrável pratica contra a sociedade. Se o silêncio continuar, teremos mais dificuldade de expulsar essa gentalha do Palácio do Planalto e do Congresso.

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