O rock será raridade na Virada Cultural Paulistana 2022. Não que seja novidade a marginalização do gênero, mas é que desta vez será quase um banimento: nunca uma Virada teve tão pouco rock em uma edição - provavelmente a pior edição de todas para os roqueiros.
A programação foi anunciada com muito atraso e já desagradou por conta da descentralização dos eventos, que foram espalhados pela cidade - e o centro foi esvaziado, justamente a área que tem mais oferta de transporte público, contrariando o espírito original da Virada.
A lista de principais atrações é a seguinte: Ludmilla, Luísa Sonza, Kevinho, Glória Groove, Karol Conká, Pitty, Vitão, Pocah, BK, Rael, Black Alien, Rincon Sapiência, Diogo Nogueira, Maneva, Sidney Magal, Arnaldo Antunes, Victor Kley, Djonga, Planet Hemp, Russo Passapusso, Jorge Aragão e Barões da Pisadinha. Ou seja, só duas atrações roqueiras: Arnaldo Antunes (sábado, 28, palco Butantã) e Planet Hemp (domingo, 29, às 17h, no palco Anhangabaú).
Rock mesmo, de verdade, no underground, ocorrerá em local bem afastado, quase escanteado, na zona oeste, no Jardim Peri-Peri, em um lugar chamado Centro Cultural Butantã (Av. Junta Mizumoto, 13 - Jardim Peri Peri).
No sábado, dia 28, a programação privilegia o punk rock e o rock dos anos 80: Mercenárias (17h), Inocentes (19h) e Cólera (21h). No domingo, 29, Mundo Livre (11h), Plutão Já Foi Planeta (13h), Maglore (15h) e Ave Sangria (17h). No palco Pirajussara, não muito longe dali, Far From Alaska fecha o domingo, dia 29. Heavy metal? Anos 80? Esqueça.
Ou seja, não haverá virada cultural para o rock, já que, no sábado, o último show terminará, no máximo, às 23h, subvertendo a ideia de oferecer shows gratuitos por toda a madrugada.
Confinar o rock a um grotão da zona oeste, com menos oferta de transporte público e fora de mão, é mais uma maneira de marginalizar gênero, como ocorre com regularidade nesta administração lamentável do consórcio PSDB-MDB. É bem provável que outras manifestações culturais também estejam sofrendo o mesmo "boicote".
Portanto, deploramos mais uma vez a forma como as atrações da Virada foram definidas e anunciadas, bem como a péssima ideia de descentralizar os eventos para locais distantes e com mais dificuldades de acesso. Desde já é a pior Virada Cultural de todos os tempos para quem gosta de rock.
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