terça-feira, 28 de junho de 2022

Um dia em que temos pouco a comemorar diante das ameaças fascistas


Índios com alvo na testa e nas costas. População LGFBTQIA+ perseguida com o aval do Estado fascista. Jornalistas e ambientalistas intimidados e ameaçados. Professores acuados apenas por relatar fatos e explicar o que está por trás da realidade tétrica. Mulheres vítima de estupro condenadas e achincalhadas apenas porque buscaram o amparo da lei em busca de um aborto legal.

A pior das distopias jamais poderia nos alertar sobre o desastre que cairia sobre este país e também sobre a nação mais rica do mundo. As trevas e o retrocesso, que de vez em quando chegam o poder, estão na iminência de serem varridos novamente para o ixo da história, mas não vão desaparecer sem provocar danos. 

Comunidades indígenas de todo o país estão em alerta por conta dos ataques diversos que vão sofrer depois das mortes do indigenista Bruno Pereira e do jornalista inglês Dom Phillips. 

No desespero diante da iminente derrota nas eleições, os grupos fascistas que se alinham ao bolsonaristas estão desesperados e buscam garantir algum tipo de benefício ilegal nos estertores do governo asqueroso que acaba.

Os recentes conflitos entre polícias nojentas e grupos indígenas no Mato Grosso do Sul e em Pernambuco são apenas as faces mis visíveis do mundo fascista em desespero. E vai piorar.

 Os ataques a homossexuais e pessoas trans tende a aumentar até as eleições gerais. O salvo conduto para matar e agredir essa parcela da população tem data de validade e o muno bolsonarista de inspiração fascista sente que precisa destilar o seu ódio o mais rápido possível enquanto o "mentor" está no comando. 

Os ataques são persistentes, tanto física como na esfera legal, em tentativas diversas de desmantelar a legislação que protege e impede que o mundo degringole nas trevas.

Como se não bastasse o retrocesso evidente da civilização, as mulheres sofrem cada vez mais com o assédio e o desabamento de um sistema que, mal e mal, conseguia conter um pouco da violência a que são constantemente acometidas - feminicídio, agressões, violência sexual, estupros com espancamento, tentativas de impedimento de aborto legal...

A violência institucional a que foi submetida uma criança de 11 anos grávida vítima de estupro, assim como uma triz global de 21 anos, igualmente vítima do mesmo crime, expõe o tamanho do abismo moral e civilizatório a que nosso país está submetido. Não há o que comemorar neste dia 28 de junho, dia de celebração da comunidade LGBTQIA+.

No embate entre civilização e barbárie que se avizinha com as eleições gerais de outubro, as perspectivas contraditórias. Enquanto a vitória no primeiro turno do candidato de oposição é uma realidade, o desespero dos fascistas que estão no pode eleva a temperatura e faz supor que pode haver uma reação violenta dos derrotados.

Parece não haver mais condições para um golpe de Estado bolsolixo com o apoio dos militares, mas as possibilidades de uma crise mais grave e tensa envolvendo atos violentos e atentados contra as instituições são grandes a ponto de tumultuar de forma definitiva a vida política do país.

Quem perde, obviamente, são as comunidades mais vulneráveis - pobres que são assolados pela fome, índios, negros, pessoas LGBTQIA+ e aqueles que sempre estiveram na mira dos fascistas - artistas, jornalistas e todo o tipo de oposição.

Não há o que celebrar neste momento. Só dá para desejar algum tipo de guerra civil se houver alguma possibilidade concreta de trucidar e dizimar os fascistas que tomaram conta do governo federal. Não só isso: que haja a possibilidade concreta de eliminar esse tipo de ameaça definitivamente da vida cotidiana do Brasil.

Só haverá algum tipo de possibilidade celebração depois que o lixo fascista for derrotado nas eleições de outubro e que a ameaça violenta dessa gente nefasta for definitivamente eliminada, de todas as formas de nossas vidas. Até lá, é necessário, mais do que nunca, estar pronto pra a guerra em todos os níveis.

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