quarta-feira, 21 de abril de 2021

Com música relevante, artistas franceses entram na luta contra a destruição da Amazônia

 Marcelo Moreira


O ministro da depredação ambiental do o Brasil virou assunto internacional, mais uma vez, por conta de uma série de protestos diversos às vésperas da cúpula do clima, convocada pelos Estados Unidos.

Não bastasse ser o responsável direto por crimes ambientais e o desmonte de todas as políticas necessárias para o setor, tornou-se alvo dos próprios funcionários públicos ligados à pasta, denunciado por dificultar as fiscalizações em todo o país e se aliar à bandidagem ao proteger madeireiros criminosos.

Ricardo Salles é uma excrescência que atua abertamente para favorecer crimes e todo o tipo de ilegalidade e ainda assim continua ministro. Só um governo fascista como o de Jair Bolsonaro, um ser dos mais execráveis, para que isso seja possível.

Além das atenções de ambientalistas e políticos sérios e decentes do mundo, Salles e sua política destruidora se tornaram alvo de artistas de primeiro time da Europa.

Os mais contundentes são franceses. Primeiro veio o Gojira, hoje a maior banda de heavy metal da França, com single devastador chamado "Amazonia", que também virou clipe. 

Já o tecladista Jean Michel Jarre acaba de lançar um álbum com o mesmo nome, quase todo instrumental., em que faz uma grande homenagem ao "pulmão da Terra".

A música do Gojira é faixa de "Fortitude", próximo trabalho do grupo, que será lançado no dia 30 de abril. O vídeo foi dirigido e editado por Charles De Meyer. 

e forma contundente, a banda mostra como a Amazônia sendo destruída por queimadas e desmatamento.  com imagens do projeto "Híbridos, Os Espíritos do Brasil", filme de Priscilla Telmon e Vincent Moon. 

Todo o valor arrecadado com a nova música irá beneficiar a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB), que defende os direitos ambientais e culturais das tribos indígenas da Amazônia.

Liderado por Joe Duplantier, o Gojira é um exemplo de engajamento ambiental e de posicionamento político, com repercussão inimaginável entre a comunidade do rock.

Nestes tempos de alienação e desespero em todo o mundo, louvemos a atuação de bandas como essa e de artistas como Roger Waters em defesa do meio ambiente, da democracia e da liberdade de expressão.

"Amazônia", com acento, é o ressurgimento de Jarre depois de muitos anos dedicados a trabalhos não rumorosos. Se na origem de sua criação não havia a intenção do protesto, o trabalho ganha relevância justamente na semana da cúpula do clima e de mais uma série de bordoadas em cima do ministro devastador do meio ambiente.

Não é um de seus melhores trabalhos, mas é interessante e relevante por conta da sensibilidade e da beleza de alguns temas, que aparecem despidos da grandiloquência e exuberância das toneladas de teclados características de suas músicas principalmente nos anos 80.

Se o Gojira vai direto na ferida, Jean Michel Jarre opta pela delicadeza ao criar uma trilha sonora robusta e serena para transmitir paz, ao mesmo tempo em que ressalta a beleza e a importância da região.

O projeto do CD foi concebido para ser a trilha sonora de uma exposição fenomenal com trabalhos do fotógrafo brasileiro Sebastião Salgado, que vive na França.

 O trabalho impressionou tanto os críticos musicais que ganhou destaque em todas as revistas e jornais da França. E, pelo contexto, é possível dizer que "descolou" do objetivo inicial e ganhou vida pró´pria, digamos assim.

"Eu queria evitar a abordagem etnomusicológica, ou criar música de fundo. Então eu concebi uma espécie de caixa de ferramentas contendo elementos musicais – orquestrais e eletrônicos – destinados a recriar ou evocar o timbre de sons naturais, ao qual adicionei sons do ambiente, e finalmente fontes étnicas (vozes, músicas e instrumentos) dos arquivos de som do Museu de Etnografia de Genebra (MEG)", disse o músico em uma entrevista à TV francesa. 

"Aproximei-me da Amazônia com respeito, de forma poética e impressionista. Escolhi os elementos vocais e sonoros em sua dimensão evocativa, em vez de tentar ser fiel a um determinado grupo étnico", explicou Jarre.

Muitos artistas do underground roqueiro do Brasil lançaram trabalhos importantes em defesa da floresta ou denunciado a sua destruição. Que Jarre e o Gojira inspirem mais trabalhos que estimulem a preservação e o combate às pragas devastadoras como antiministro Salles e o lixo de governo que representa.










 

Nenhum comentário:

Postar um comentário