quinta-feira, 7 de julho de 2022

Billy Nicholls e Pete Townshend, uma amizade de 50 anos fundamental para The Who

 Uma parceria de mais de 50 anos, em que a amizade envolve mentoria e direção musical. A importância do cantor Billy Nicholls para carreira e a vida do guitarrista Pete Townshend, de The Who, é grande e atualmente é manifestada nos palcos americanos, durante a turnê da banda, que está quase 60 anos na estrada: como vocalista de apoio, Nicholls foca no fundo do palco, mas é tão ovacionado quanto Simon, irmão de Pete, que faz a segunda guitarra.

Os dois se conheceram no começo dos anos 70, quando o astro Townshend identificou no jovem cantor folk um talento como compositor e com faro para criar harmonias vocais. 

O guitarrista não pensou duas vezes: chamou o novo amigo para colaborar em seu primeiro álbum solo, lançado há 50 anos. "Who Came First" é um disco estranho, quase caseiro, com produção bem tosca, quase que formado por versões "demo" (de demonstração) de canções totalmente distintas.

Ronnie Lane, baixista e compositor, já estava de saída da banda The Faces quando emplacou "Evolution" no disco do amigo. Era um tempo em que o baixista frequentava quase que diariamente o estúdio caseiro de Townshend e não só tocou baixo como cantou. Amizade era tão grande que lançariam juntos "Rough Mix", de 1977.

Nicholls deu uma mãozinha na gravação da canção e se tornou uma espécie de "coach" (treinador) vocal de Lane, que nunca primou pela excelência vocal mesmo nos tempos de Small Faces.

Com espaço e tempo, e uma disposição de Townshend de não se envolver muito em questões "técnicas", Nicholls se insinuou e conseguiu emplacar "Forever's No Time At All", música sua em parceria com Katie Mclnnerney. É uma canção fraquinha, embalada pela guitarra saturada e não muito bem equalizada de Townshend. A gratidão do cantor foi eterna.

Considerado um jovem, prodígio na Inglaterra dos anos 60, passu por alguns grupos amadores em Londfres até ser contratar por um pequeno selo e lançar, aos 19 anos, o disco "Would You Believe", em 1968, que passou batido. Apesar da inspiração folk, o disco é bem, rock, cm a participação de membros dos Small Faces.

Só voltaria à carreira solo, com alguma ajuda de Townshend, em 1974, com outro disco sem repercussão, "Love Songs". "White Horse", de 1977, foi melhor recebido, mas não o suficiente para lançá-lo como um nome forte como compositor.

No mesmo ano, por outro lado, viu uma música sua, "I Can't Stop Loving You (Though I Try)" fazer sucesso na voz de Le Sayer. 

Ao mesmo tempo, emplacou quatro canções na trilha sonora do filme "McVicar", estrelado pelo cantor Roger Daltrey, do Who, que cantou todas as canções. Nicholls se tornou uma espécie de diretor musical da trolha sonora. É sua a música "Without Your Love", balada que se tornou  maior sucesso solo de Daltrey.

Foi a melhor fase de sua carreira solo, mas a falta de reconhecimento o levou para a produção de álbuns e à direção musical de eventos diversos. Só voltaria a gravar em 1990, com "Under One Banner", que passou despercebido. Gravando esparsamente, tem apenas nove álbuns em 54 anos de carreira fonográfica, o mais recente de 2008, "Rosslyn Road".

É mais conhecido como colaborador de Pete Townshend e The Who desde os anos 80, tornando-se diretor musical e vocal da banda nas turnês de 1989-1990, 1996 e 1999-2000 e a partir de 2006, além de ser vocalista de apoio quase sempre ao lado dos cantores Cleveland Watkiss e Chyna.

Faz pelo menos 50 anos que Billy Nicholls é o "anjo da guarda" de Townshend, Daltrey e de vários outros cantores. Aos 73 anos de idade, tornou-se parte indissociável da história do Who.

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