segunda-feira, 11 de julho de 2022

Mesmo com a crise, economia criativa cresce e se fortalece



A economia criativa finalmente se tornou uma força econômica relevante, mesmo em tempos de crise e com o grande impacto da pandemia de covid-19. É o que revela um novo estudo da Firjan (Federação das Indústria do Rio de Janeiro. 

O Mapeamento da Indústria Criativa analisou o setor entre 2017 e 2020 e mostra que o número de profissionais criativos, apesar da crise, cresceu 11,7% em relação à última edição, lançada em 2019. Hoje o Brasil conta com 935 mil profissionais criativos formalmente empregados, o que equivale a 70% de toda a mão de obra que atua na indústria metal mecânica brasileira.

O levantamento reflete as transformações da nova economia, caracterizada por novos modelos de negócio, hábitos de consumo e relações e tem como fonte principal o Ministério do Trabalho e Previdência. 

A Firjan divide o Mapeamento em quatro áreas criativas - Tecnologia, Consumo, Mídia e Cultura -, e considera os dados do mercado de trabalho formal. Conforme o estudo, Consumo e Tecnologia representam mais de 85% dos vínculos empregatícios. 

O crescimento foi robusto, com taxas de expansão de 20,0% 12,8%, respectivamente, um reflexo direto da expansão da tecnologia na pandemia e da necessidade da transformação digital de empresas de todos os segmentos para aumento de eficiência.

Já Cultura e Mídia, os 15% restantes, registraram uma queda considerável de -7,2% e -10,7%. Conforme o vice-presidente da Firjan, Leonardo Edde, a contração das vagas no setor de Mídia é de caráter estrutural, consequente de inovações tecnológicas que alteraram a forma como os agentes produzem, disseminam e consomem o conteúdo. 

Também colaboram para este cenário, as alterações nas relações de trabalho, que não ocorrem mais em formato de contratações generalizadas e foram impactadas pelas mudanças físicas geradas pela pandemia.

Em relação à Cultura, Edde que também é presidente do Conselho de Indústria Criativa da federação, pontua que o setor já vinha enfrentando dificuldades em razão de desafios institucionais ligados a novas legislações, como a alteração na Lei Rounaet, que estabeleceu a redução de 50% no limite para captação de recursos e a diminuição de cachês. Mas não só isso.

"As produções criativas nos ajudaram a encarar os dias difíceis de pandemia e a manter a saúde mental no isolamento. O problema é que nós apenas consumimos, mas não geramos mais dessa riqueza em razão do isolamento e de outras barreiras físicas geradas pela pandemia. Ou seja: aumentou o consumo e caiu a produção cultural", analisa Edde.

Puxado pelas áreas de Tecnologia e Consumo, o PIB criativo entre 2017 e 2020 cresceu e passou de 2,61% para 2,91%, totalizando R$ 217,4 bilhões. O valor, conforme o estudo, é comparável à produção total do setor de construção civil e superior à produção total do setor de extrativo mineral.

"Este estudo serve para conhecermos mais o setor da Indústria Criativa, estimular políticas públicas específicas e orientadas para cada setor, além de ajudar a definir estratégias de negócio para as áreas", explica o vice-presidente da Firjan.

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