O grande álbuns da Ron Wood nos Rolling Stones é "Tattoo You", de 1981, segundo uma variedade enorme de especialistas. O mais celebrado álbum da banda a partir de 1975 é um disco de... sobras, ou retalhos...
O fato de ser formado em sua maioria por músicas mais antigas, na época, composições guardadas ou descartadas, foi um prato cheio para os detratores, até que a explosão de vendas calasse os "haters".
A nova música dos Stones, a primeira amostra do primeiro álbum de inéditas da banda em 18 anos, remete diretamente ao disco "Tattoo You". "Angry" é totalmente anos 80, com aquela estética específica e uma sonoridade quase datada.
Não dá para dizer que a canção decepcionou, embora a gente espere de bandas do tamanho dos Stones algo no mínimo excepcional. Não é uma canção ruim, só mais do mesmo.
É curiosa essa canção, bastante agradável e que tem uma pegada na linha "She's So Cold' e "Start Me Up": é pop, é acessível, tem um gancho quase memorável, mas é quase mais do mesmo.
Boa parte dos fãs esperava algo mais parecido com "Livin' in the Ghost Town", canção lançada há dois anos durante a pandemia de covid-19 e que ainda não se sabe se estará no novo álbum de inéditas, "hackney Diamonds", ou em algum bônus/material extra (não estará, ao menos nas primeiras edições).
O single da pandemia soa mais moderna, instigante, com um groove diferente e um pouco longe do estilo quase reto dos Stones. "Angry" soa ensolarada e sacana, bem ao estilo da fase oitentista da banda. Tem bo refrão e bom riff, mas com solos sem grandes destaques.
"A Bigger Bang", o disco de 2005, era interessante, mas não tinha hit. Eram canções mais elaboradas, mas nenhuma delas era memorável, embora superiores às de "Bridges to Babylon", o fraco disco de 1998.
Ainda não deu para sacar o que vem pela frente ao escutar "Angry", canção curta e perfeita para single inicial. Acho difícil que apareça algo como "Livin' in the Ghost town", uma canção que tem um certo viés político, com uma mensagem forte.
O 24º disco dos Stones foi gravado em vários locais, incluindo Henson Recording Studios em Los Angeles, Metropolis Studios em Londres, Sanctuary Studios nas Bahamas, Electric Lady Studios e The Hit Factory/Germano Studios, em Nova York.
Lendo os títulos das outras 11 canções, quase todas dão uma ideia de que orbitam no velho mundo stoneano, com frases de duplo sentido e com certa dose de sacanagem - ainda bem!
Precisamos de mais um disco de inéditas dos ;rolling Stones? Sim, sempre. É melhor escutarmos um disco ruim da banda do que não termos mais nada novo deles.
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