Toda superanda tem data de validade. A sentença foi proferida com a tranquilidade de quem passou por pelo menos três delas. Paul Rodgers, cantor inglês respeitadíssimo e que frequenta lists de melhores de todos os tempos, sabe do que fala: trabalhou com gente como Mick Ralphs, Paul Kossof, Jimmy Page e Brian May...
Mesmo sabendo dos riscos o cantor elogiado por gente como Rod Stewart, Glenn Hughes, Pete Towshend e Freddie Mercury decidiu encarar um projeto instigante: Bad Company, uma ideia que perseguia Rodgers desde que o Free naufragou em 1972. Ele tentou reforma ra banda, mas as propostas de Peter Grant, o empresário do Led Zeppelin, o seduziam.
Quando o Free mostrou-se inviável definitivamente, Paul Rodgers, o vocalista icônico de voz bluesy que criara o quarteto em 1967, aos 17 anos, já estava em contato com o ótimo guitarrista Mick Ralphs, do Mott the Hoople. Já enxergava lá na frente que tinha de fazer alo mais moderno, mais pesado e mais pop.
"Nunca tive ilusões de que o Bad Company teria vida longa. Todos tinham ideias diferentes e muitas ambições pessoais. Até que durou bastante", disse Rodgers a esse jornalista em 2008, antes mesmo da criação do Combate Rock, Ele estava no Brasil para cantar com o Queen.
Faz 50 anos que o ótimo Bad Company foi formada em Londres, em 1973, por Paul Rodgers e Mick Ralphs. Completaram o time o baterista Simon Kirke, companheiro de Rodgers no Free, e o baixista e vocalita Boz Burrell, ex-King Crimson.
Peter Grant, empresário do Led Zeppelin, também administrou Bad Company até 1982. A banda obteve grande sucesso ao longo da década de 1970, e seus três primeiros álbuns, "Bad Company" (1974), "Straight Shooter (1975)" e "Run with the Pack (1976)".
Alcançou o top cinco nas paradas de álbuns do Reino Unido e dos Estados Unidos. Muitas de suas faixas, como "Bad Company", "Can't Get Enough", "Good Lovin' Gone Bad", "Feel Like Makin' Love", "Ready for Love", "Shooting Star" e "Rock 'n' Roll Fantasy" são consideradas clássicos do rock de arena e do AOR (álbum orientado para o rock), com presença garantida em emissoras de rádio dedicadas ao rock clássico.
"Bad Company", a música, é uma das canções mais pesadas já gravadas nos anos 70, misturando de forma soberba hard rock e blues sobre riffs inteligente e uma letra bem sacada.
Bad Company substituiu os Faces, que acabou em 1975, no rupo de bandas que mais vendiam ingressos, ao lado de Rolling Stones, The Who, Queen e Led Zeppelin.
Ralphs e Rodgers eram os líderes, mas divergiam quanto ao caminho que a banda deveria tomar. Ralphs visava a as paradas de sucesso, e Rodgers buscava uma excelência musical que reunisse todas as suas influências musicais, algo que foi tentando no disco "Desolation Angels", de 1979.
Mesmo com data de validade, o Bad Company durou dez anos, até que finalmente Paul Rodgers anunciasse a sua saída em 1983 para gravar o primeiro álbum solo, o subestimado "Cut Loose".
No ano seguinte, embarcaria na aventura The Firm, outro supergrupo ao lado de Jimmy Page (guitarra), Chris Slade (bateria, depois AC/DC) e Tony Franklin (baixo). Foram dois anos e dois álbuns, at que todos partissem para outros caminhos. "Esse foi outro projeto com data da validade", comentaria Rodgers mais tarde.
Depois de um frustrado projeto com o baterista Kenney Jones (ex-The small Faces, The Faces e The Who), chamado The Law, Rodgers voltou para a carreira solo e aceitou o convite para cantar com o Queen, nos anos 2000, naquilo que ficou conhecido como Queen + Paul Rodgers.
Mick Ralphs e Simon Kirke levara adiante o Bad Company com o ótimo cantor Brian Howe, com a participação ocasional de Boz Burrell. Alguns os álbuns dessa fase foram os mais vendidos da carreira da banda, mas a pressão do mercado pela volta de Rodgers atrapalhou o restante da trajetória.
Ele voltou para algumas turnês comemorativas ao longo do últimos 25 anos, mas nunca mais gravou um álbum de inéditas. Foram apenas quatro músicas novas incluídas em uma caixa com material de toda a carreira da banda. Burrell morreu 2006, ao 60 anos de idade.
Uma das turnês mais importantes foi a de 1998, e a Bad Company original voltou para um giro de 32 datas nos Estados Unidos, que incluiu um set acústico ao vivo que eles tocaram no Rock N. Roll Hall Of Fame no dia 21 de julho.
Bad Company fez um show maravilhoso, apresentando oito de seus números clássicos em um ambiente acústico. Essa gravação ressurge agora, em lançamento feito por uma obscura gravadora americana.
Bad Company Unplugged 1998-1999
1. Feel Like Makin’ Love (5:37)
2. Shooting Star (6:53)
3. Soul of Love (5:29)
4. Seagull (4:27)
5. Tracking Down A Runway (4:28)
6. Young Blood (5:17)
7. Silver, Blue and Gold (5:34)
8. Bad Company (5:30)
9. Paul Rodgers Interview (25:04)
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