segunda-feira, 30 de janeiro de 2023

Transatlantic encerra as atividades e marca o fim de uma era no rock progressivo

A ressurreição do rock progressivo no século  XXI tem data para terminar. O projeto que resgatou o estilo de um beco sem saída anunciou que vai encerrar as atividades assim que o próximo álbum for lançado em fevereiro.

O Transatlantic, supergrupo de progressivo, foi muito mais do que todos os seus integrantes imaginavam. Uma reunião de amigos multinacionais meio que despretensiosa tornou-se uma 
potência progressiva a ponto de gerar uma crise no Dream Theater, banda superstar do prog metal, que culminou com a saída do baterista Mike Portnoy.

A música do quarteto é fantástica e encerra todos os ciclos depois de 25 anos de grandes turnês mundiais, com direito a uma passagem pelo Brasil em 2014.

Além de Portnoy, ex-baterista do Dream Theater, o Transatlantic tem Neal Morse (teclados e guitarra, ex-Spock's Beard), Pete Trewavas (baixo, Marillion) e Roine Stolt (guitarra, Flower Kings), com o auxílio luxuoso nas turnês de Daniel Gildenlow (Pain of Salvation) e Ted Leonard (Thought Chamber) nas guitarras de apoio.

"The Final Flight: Live At L’Olympia" foi gravado em 2021 durante a turnê de suporte do álbum "The Absolute Universe", o quinto álbum de estúdio. Um grande epitáfio para um projeto importantíssimo dentro do rock progressivo.

Lançado em fevereiro de 2021, The Absolute Universe foi apresentado em dois formatos alternativos: um disco abreviado de 64 minutos conhecido como "The Breath of Life", e uma peça complementar intitulada "Forevermore", que acrescentou mais quatro canções, com a duração de uma hora e meia. Embora os fundamentos de ambos fossem partilhados, cada formato apresentava letras e música independentes um do outro.

"Desde o início desta banda tocamos por três horas, por isso estivemos todos habituados”, comentou o baterista Mike Portnoy no material de promoção do mais recente isco ao vivo. "Acho que encerramos um ciclo extremamente prolífico. Fizemos coisas inimagináveis e estamos completamente surpresos com a proporção que o Transatlantic tomou."

Como sempre, o novo produto será editado e lançado em CD e DVD, que foi filmado por Paul Green (que também filmou a sua “Whirld Tour 2010: Live in London”), e mixado por Rich Mouser. Será  disponibilizado em edição especial CD triplo +Blu-ray Digipak (com som surround 5.1) e uma edição Gatefold 180g em LP quádruplo, com obras de arte de Thomas Ewerhard e fotografias de Nidhal Marzouk.

É uma notícia ruim o fim do Transatlantic, mas, por outro lado, faz todo o sentido em relação ao que os quatro poderiam apresentar além do que já fizeram. Em recente passagem pelo Brasil, Portnoy comentou que achava difícil superar o que eles tinham feito em "The Absolute Universe". "É uma obra tão complexa e tão satisfatória que não consigo enxergar como avançar. São mais de 20 anos de uma amizade intensa e que rendeu coisas maravilhosas."

O Transatlatic foi uma das coisas mais extraordinárias que o rock produziu neste século. Extrapola a simples questão de rótulos. É rock progressivo? Totalmente, mas é muito mais do que isso. São cinco álbuns que são verdadeiras obras de arte.

Com o fim deste ciclo, a agenda de Portnoy fica mais amena, embora ele afirme que continuará com o Sons of Apollo (hoje sua banda principal com Jeff Scott Soto e Billy Sheehan), com o Winery Dogs (com Sheehan e Richie Kotzen), com o Flying Colors (com Neal Morse e Steve Morse, ex-Deep Purple) e com a banda solo de Neal Morse.

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