segunda-feira, 12 de fevereiro de 2024

Músico brasileiro é ameaçado por neonazistas em Portugal

Racismo e xenofobia, ao contrário do que se propaga, são coisas comuns na Europa neste século. Os casos são cotidianos em todo os países, mas principalmente na Inglaterra, na França, na Alemanha e na Península Ibérica.

Os insultos contra jogadores de futebol africanos e brasileiros, notadamente contra Vinícius Júnior, d Real Madrid, ganham manchetes, mas também e tornam motivo de escárnio por conta de as denúncias serem ignoraras ou ridicularizadas. 

Estrangeiros estão sendo vítimas de racismo e xenofobia até mesmo em países tidos como modelos de civilização, como Suécia e Suíça. 

A situação afeta até mesmo brancos imigrantes, como os poloneses no Reino Unido e os romenos e coatas na França - para não falar nas vítimas de sempre, como árabes e africanos negros e muçulmanos, turcos, sírios e paquistaneses.

Outrora paraísos para brasileiros pobres e empreendedores, Irlanda e Portugal começam a registrar casos de racismo e agressões contra brasileiros. São vários os relatos de xingamentos perpetrados por portugueses, or exemplo, em saguões de aeroportos de Lisboa e Porto. Os motivos não são claros além da já conhecida e enraizada xenofobia.

Um caso grave envolvendo um músico brasileiro foi registrado pelo site d revista brasileira Roadie Crew, uma das principais da América do Sul dedicada à música e ao rock..

Radicado em Portugal há alguns anos, o canto  multi-instrumentista brasileiro Dmitry Luna, do grupo/projeto Myrkgand, afirma estar sendo ameaçado por grupos neonazistas. O motivo seria um vídeo no qual ele questiona radicais pela manifestação ocorrida em 3 de fevereiro contra aquilo que eles consideram como “islamização da Europa”.

Luna é um dos nomes mais importantes da música extrema do Brasil e do heavy metal nordestino, e seu projeto é mundialmente conhecido dentro do death e do black metal. 

Segundo a Roadie Crew, Luna registrou boletim de ocorrência após receber ameaças não apenas pelas redes sociais como também por telefone. Segundo relata, os neonazistas informaram que irão pegá-lo na rua e até já teriam mapeado os locais frequentados pelo brasileiro.

Dmitry Luna se surpreendeu com uma manifestação no centro de Lisboa contra imigrantes. Não sabia quem eram os manifestantes. Ao filmar a movimentação, um dos organizadores, identificado como Nuno Antunes, o agrediu verbalmente: “Volte para a sua terra, seu macaco”. “Em pleno 2024 a gente tem que ver esse tipo de coisa retrógrada e burra", escreve o brasileiro em suas redes sociais. 

São tempos difíceis em que o extremismo e o ódio parecem predominar em todas as partes do mundo. Se o Brasil se livrou do lixo bolsonaista golpista, os argentinos mergulharam no abismo ao eleger o lamentável Javier Milei, aquele que fala com cachorros e adora Donald Trump, que está voltando com força nos Estados Unidos.

Em tempos de guerras e genocídios no Oriente Médio, não surpreende que pessoas oriundas da periferia mundial sejam alvo de preconceitos diversos. mas o que é aterrorizante é que não só não há reação como, muitas vezes, há endosso aos casos de xenofobia e racismo

Dmitry Luna e só um caso rumoroso de preconceito e ódio, e que ganhou destaque por ser um artista underground, mas conhecido dentro do meio roqueiro.  Brasileiros sofrem com isso todos os dias em Portugal, Espanha e Irlanda. 

É triste, mas quando mais denúncias surgem de racismo e xenofobia, além de homofobia, mais casos aparecem, como se os lixos humanos extremistas se sentissem mais empoderados e estimulados a perpetrar os crimes de ódio.

Nos últimos tempos temos visto situações parecidas como muita frequência no Brasil, e não só na região Sul, notória por ser foco de casos de racismo. 

E quanto mais bandas como Black Pantera, Ratos de Porão, Crypta e Dead Fish se levantam  contra a parte podre da sociedade, não é suficiente para que haja algum tipo de conscientização. É bom lembrarmos que metade da população brasileira votou no lixo bolsonarista.

De certa forma, a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva em 2022 foi um golpe forte no extremismo de direita, mas não o suficiente para bani-lo e extingui-lo. Estimulou a luta contra o ódio, as trevas e o fascismo em outras partes do mundo, mas também insuflou um ódio sem precedentes na história política brasileira - reflexo de um ódio sem precedentes que predomina em escala mundial.

A luta apenas está no começo para destroçar essa gente nojenta e mais gente como Dmitry Luna será vítima de ódio e intolerância nestes tempos de trevas e retrocessos.

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