Da bossa nova aos clássicos do Led Zeppelin, passando por Beatles, reggae e Billie Holiday, par coroar com uma versão pesada e emocionante de Belchior. O vasto repertório de uma artista singular e versátil serviu de base para um interessante e diferente espetáculo em São Paulo neste final de semana.
A cantora carioca Taryn Szpilman, nome clássico da música do Rio de Janeiro, principalmente no jazz, é uma pessoa que toma conta de tal forma de um palco, magnetizando a plateia, que consegue transportar o ambiente para onde ela quiser.
Sua experiência como atriz é fundamental para transformar qualquer show em um musical da Broadway, transformando um show em uma miríade de possibilidades, tudo corado com uma voz estupenda.
No Sesc Ipiranga, ela apresentou o espetáculo "Divas do Jazz e do Blues: de 1920 a 2020", onde desfilou sua elegância por 100 minutos de nostalgia e inovação ao vestir grandes clássicos da música mundial com arranjos diferentes e inusitados. Não chega a desconstruir, mas oferecer uma visão diferente para um blues e um jazz mais modernos
"Stairway to Heavn", do Led Zeppelin, que ela diz amar, irou um gostoso reggae com toques orientais, assim como "Kashmir", da mesma banda, um clássico do rock progressivo com ares indianos, ressurge como um blues à la "Nova Orleans" mesmo sem teclados.
A abertura com "I Put A Spell on You", de Nina Simone, soou diferente, ams nada do outro muno, mas aí vieram as peças de resistência como "Oh! Darling", dos Beatles, menos visceral meio "vaudeville", e "Piece of My Heart", de Janis Joplin, travestida de soul music a melhor qualidade.
Contando causos e pedaços da história do blues e do jazz, Taryn esbanjou categoria ao cantar Billie Holiday e Stevie Wonder, passando pelo blues de Chicago com LitttleWalter o melhor de todos os gaitistas - com a participação especial do gaitista paulista Little Will.
Teve até uma versão bossa nova para Burt Bacharah, mas o ponto alto foi "Como Nossos Pais", de Belchior, imortalizada por Elis Regina, mas que ganhou uma versão maravilhosa em forma de blues épico, onde a cantora mostrou toda a sua competência na interpretação.
Foi uma noite empolgante, em que ficou evidente que é possível inovar e surpreender mesmo mexendo em canções imortais e sagradas. Para isso ela contou com uma banda ótima - Edosn Guidetti na guitarra, Cristiano Rocha na bateia e Samuel Ramos no baixo e no trombone.
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