quarta-feira, 23 de setembro de 2020

Mais do que afronta, discurso de Bolsonaro é uma declaração de guerra

 Marcelo Moreira



Boa parte das pessoas que pensam neste Brasil infeliz debocha do presidente nefasto, em um momento que este país infeliz está assolado pre pandemia de covid-19 que nunca acaba e pela idiotice geral de uma população apoia um governo que depreda tudo.

É deboche originado do desespero e da desesperança ao perceber mais uma vez a vergonha mundial que o país se tornou ainda mais depois do ridículo discurso de Jair Bolsonaro na Assembleia Geral das Nações Unidas,

Não deveríamos debochar do presidente estúpido que só mentiu e falou bobagens. Bolsonaro debochou do Brasil e do mundo ao vomitar um discurso risível e ruim.

Com esse deboche em escala mundial, finalmente o presidente nefasto e destruidor revelou as suas intenções: declarou guerra a tudo e a todos que o confrontam.

Encalacrado em um impasse que vê, momentaneamente, ser intransponível - se a popularidade não cai como deveria cair diante de sua incompetência, também não ultrapassa a fatia do eleitorado que bovinamente sempre o apoiou -, Bolsonaro começa novamente a subir as apostas.

Explicitamente, inaugura uma nova onda de confrontos, seja o bom senso, seja as instituições. Como não governa e não tem competência para fazer política, resta testar os limites da paciência e da tolerância de todos em relação às provocações que comete o tempo todo.

Ao considerar todos idiotas com seu discurso estapafúrdio, o presidente estúpido despreza qualquer possibilidade de entendimento da base do bom senso. 

Despreza também as consequências da destruição do meio ambiente causará em todos os níveis, já que a apoia negando a sua existência.

Também despreza as reações que suas "acusações" conspiratórias causam principalmente fora do país. Culpar imprensa e índios pelos "entraves" à sua administração (que administração?) não é só uma suprema idiotice, mas a revelação de que há um certo desespero em suas ações. 

Acossado na Justiça em uma série de frentes, não resta quase nada para acionar como "táticas diversionistas" para tentar enganar quem quem quer seja. Mas não é muito cedo para declarar guerra em busca da reeleição ou mesmo da sobrevivência política?

Diante da fragilidade de sua posição ante ao Congresso, por mais que se escore na pusilanimidade dos presidentes de Câmara dos Deputados e do Senado, busca algum significado para sua administração diante de mentiras puras e simples. Parece não lhe restar outra saída diante da consolidação da imagem de que seu governo é uma enorme fake news.

A guerra está declarada para saciar a sanha de bobagens que o gado que o apoia deseja. Bolsonaro abraçou a máxima de que ninguém nunca perdeu dinheiro ou se prejudicou ao apostar na idiotice do ser humano. Ele está cada vez mais enredado na estupidez que domina a faixa de público que o apoia. Mas até quando isso será suficiente?

Ao mentir muito no discurso da ONU e ganhar aplausos dos idiotas, Bolsonaro crê que consegue manter algum cacife mesmo que não governe e mantenha as políticas que depredam meio ambiente, a economia, direitos e a própria sociedade. Não há uma só pessoa que tenha lucidez ou coragem para jogar alguma luz nestas trevas em que o lunático que acha que governa se meteu.

É uma declaração de guerra porque não lhe restou outra alternativa, na realidade. Tendo a mentira como aliada e uma arma eficaz para continuar entorpecendo os imbecis que o apoiam, o presidente acredita que tem bases solidas para continuar a torpedear o bom senso e a inteligência da parcela do Brasil que lhe faz oposição.

Quando só lhe resta a mentira como arma, é sinal de que as coisas devem piorar, e muito. E o território da mentira, da cretinice, da ignomínia e da desfaçatez é o seu habitat natural, o que lhe dificulta um pouco mais a oposição no primeiro momento. Mas é um trunfo frágil, o que explicita que a hora de combate e do confronto é agora. Bolsonaro precisa ser destroçado.

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