No tempo em que os gigantes pisavam na terra, o anúncio de que uma grande banda, daquelas gigantes, causava meses de ansiedade generalizada. Foi assim nos anúncios dos elencos dos festivais Rock in Rio I e II. Tempos depois, começou a causar apreensão porque não se sabia ao certo que "banda" viria, ou seja, que formação subiria aos nossos palcos.
A euforia sempre dava lugar a uma certa decepção quando Guns N' Roses passou por aqui algumas vezes neste século só com o vocalista Axl Rose da formação original, gordo, for de forma e não cantando muito bem.
O AC/DC deve anunciar em breve uma série de shows pelo mundo após nove anos sem fazer um turnê. Houve apenas um show no no passado, no festival Desert Trip, nos Estado Unidos. Por causa da pandemia de covi-19, o quinteto australiano não fez um giro de promoção do álbum "Power Up", de 2020. Não e sabe ainda se será uma turnê mundial.
No campo das especulações, dá-se como certa a quarta passagem pelo Brasil em setembro, segundo o jornalista Lauro Jardim, do jornal O Globo. Seriam quatro shows, dois no estádio do Morumbi, em São Paulo, e dois no Rock in Rio, como atração principal. Nada foi confirmado ainda.
A questão que não sabemos ao certo que AC/DC veremos em 2024. Desfigurada, a banda conta somente com o guitarrista Angus Young, de 68 anos, da formação clássica. O irmão, Malcolm, líder e guitarrista base, morreu em 2017 e foi substituído pelo sobrinho, Steve, que não tem a sua pegada, é óbvio.
Para piorar, o baixista Cliff Williams não deve fazer mais turnês cm a banda, segundo ele próprio comentou em entrevista em 2020. na semana passada, surgiram informações de que um substituto já está escolhido, mas ainda sem confirmação.
Aos 74 anos, tinha anunciado a sua aposentadoria em 2016 após a turnê daquele ano, mas aceitou gravar "Power Up". Tocou no show do ano passado, mas mas pessoas que o conhecem garantem que ele está fora da banda.
Brian Johnson, o vocalista com voz de serra elétrica, teve sérios problemas auditivos em 2015 e não fez a turnê daquele ano. Foi demitido e substituído por Axl Rose, que cantou provisoriamente. Voltou para fazer 'power Up", mas é um músico que tem apresentado algumas limitações de saúde aos 76 ano.
E o que dizer de Phil Rudd, o baterista eternamente enrolado com Justiça da Nova Zelândia, onde mora? Ficou de fora da turnê de 2015 porque estava tentando provar sua inocência em caso de envolvimento em um homicídio. Voltou para fazer "Power Up", se livrou das acusações mas frequentemente precisa se ausentar por causa de outros problemas pessoais.
Enfim, não sabemos que AC/DC veremos no final do ano - um arremedo da potência sonora que sempre foi ou um grupo de veteranos tocando de forma digna, ainda que longe de apresentações poderosas como a de 2009 no Morumbi?
Ainda que desfalcados, Rolling Stones e The Who entregam shows ótimo na atualidade mesmo se encaminhando para o final de suas carreiras. São bandas que têm 60 anos de carreira e que fazem shows redondos, assim como Paul McCartney e Roger Waters, ambos com mais de 80 anos.
Até mesmo os contestados Guns N' Roses melhoraram muito com as voltas de Slash (guitarra) e Duff McKagan (baixo), redimindo-se de shows fracos realizados na primeira década deste século.
A perspectiva é de que tenhamos shows corretos e razoáveis, mas nem perto das explosões de energia que caracterizaram as performances da locomotiva australiana.
Talvez seja histórico por testemunharmos a reta final de um dos gigantes do rock torcendo para que a dignidade esteja acima de tudo, mas há chances concretas dde nos decepcionarmos.
Vamos celebrar a vinda de um remendado AC/DC e vamos reverenciá-lo, as sabendo que será apenas uma pálida lembrança do passado
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