Não existe nada parecido na música brasileira deste século. Naipe de metais em brasa relembrando os grandes bailes dos anos 70 misturado com guitarras suingadas e levadas progressivas de baio e teclados. O Bixiga 70 é realmente muito diferente - e muito bom.
Música instrumental de qualidade, o hoje septeto oferece uma intensa e vigorosa base calcada no jazz e na MPB que vira samba em muitos momentos em "Vapor", o novo trabalho lançado neste comecinho de ano e que será a base do espetáculo que ocorre neste 26 de janeiro no Teatro Paulo Autran, no Sesc Pinheiros, em São Paulo.
Será uma única apresentação para o lançamento de “Vapor”. A banda traz novidades para estreia: além de composições atuais, a chegada de quatro novos integrantes que carregam diferentes referências musicais, ampliando assim, a mistura de gêneros que compõem o som da banda;
A característica é a pesquisa de elementos das músicas brasileira, latina e africana sem esquecer de referências importantes. ligadas ao bairro do Bixiga (Bela Vista, no centro de São Paulo), local onde a banda nasceu e o qual ainda aguça a imaginação dos músicos.
Desde a sua formação, em 2010, a banda instrumental paulistana já se apresentou nos cinco continentes participando dos principais festivais do Brasil e do Mundo.
Para o lançamento a big band reúne Cuca Ferreira, sax barítono, Douglas Antunes, trombone, Daniel Nogueira, sax tenor, Daniel Verano, trompete, Marcelo Dworecki, baixo, Pedro Regada tecladista e Cris Scabello, guitarra.
A banda conta ainda com a forte presença das percussionistas Amanda Teles, Simone Sou e Valentina Facury. Segundo o saxofonista Nogueira, “foram meses tocando com esses músicos para chegarmos aonde chegamos.'Vapor' não é uma volta da banda, mas um renascimento”.
No repertório estarão "Malungu", "Na Quarta-Feira", "Parajú", "Marginal Elevado Radial", "Baile Flutuante", "Mar Virado", "Loa Lua", todas do disco “Vapor”.
Por muitos motivos, o show e o disco novo marcam, um renascimento do Bixiga 70 em vários sentidos. “É como se pudéssemos ver a luz novamente”, diz o saxofonista barítono Cuca Ferreira em delcaração coletada pelo jornal inglês The Guardian.
Ele está falando não apenas da pandemia de covid-19, mas do fim de “quatro anos de extrema governo de direita com um projeto para destruir aspectos da identidade brasileira, da Amazônia à nossa”.
A banda tocou na posse presidencial de Luiz Inácio Lula da Silva, em 2023, e surpreendeu muita gente com a potência sonora de seu afro-funk movido metais pesados e um senso rítmico extraordinário.
e criou este quinto álbum no Bixiga, em São Paulo. A sua reputação assenta numa década de variações do Afrofunk – a sombra de Fela Kuti é longa – e performances ao vivo emocionantes. Capturar a energia do palco no estúdio tem se mostrado difícil, mas seu último álbum, Quebra Cabeça, de 2018, foi um vencedor.
Há uma mudança para um som mais suave e melódico, como escreveu o jornal inglês, mas a essência sonora da "big band" está intacta, que é a mistura calibrada de gêneros e ritmos. Ninguém fica indiferente, como pode-se notar em "Malungu" e mar Virado".
A faixa de encerramento "Loa Lua" ainda é mais lenta e amais experimental, com elementos eletrônicos, fechando ma costura requintada de influências brasileiras e mundiais. Os ingleses encontraram uma expressão muita para descrever o som do Bixiga 7o "infecciosamente exuberante
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