Sóbrio como havia muito tempo não ficava, saboreava o seu renascimento justamente com o seu maior incentivador, Jimmie Vaughan, o irmão mais velho que sempre esteve ao seu lado nos piores momentos. O sucesso voltara e ele mal poderia espero pelo lançamento, dentro de alguns meses, de "The Family Style", o tardio primeiro álbum lado do irmão querido.
A sobriedade, no entanto, trouxe a necessária mudança de hábitos. Tinha perdido a vontade de confraternizar após os fim do festival, por mais que estivesse emmeio a muitos amigos.
A alegria de estar no palco recheado de astros deu lugar, nos bastidores daquele show, a uma impaciência para ir embora e voltar para casa - um longo caminho que incluía um rápido voo de helicóptero até um aeroporto próximo de Alpine Valley, onde tinha acabado de tocar.
Eram pelo menos três helicópteros, por volta da 1h de 27 de agosto de 1990, à disposição dos músicos, técnicos de som e palco das estrelas e dos promotores do evento.
O tempo estava muito feio, mas assim mesmo pilotos de dois aparelhos decidiram decolar para não atrasar demais o cronograma. Um se recusou.
Sem perder tempo, Stevie largou os dois companheiros de banda e a equipe e embarcou onde deu, com muita pressa, depois de pedir autorização para Clapton e o empresário deste - o helicóptero em questão estava agendado para aquele horário para a equipe do guitarrista inglês.
Com chuva e névoa, os aparelhos decolaram de Alpine Valley, no entorno da cidade de East Troy, em Wisconsin, em direção ao aeroporto mais próximo. Só um conseguiu chegar, a duras penas, ao destino. O outro se chocou contra as montanhas próximas ao local do festival. Ninguém sobreviveu.
Há 34 anos o mundo perdia um dos maiores gênios da guitarra blues. Se estivesse vivo, Stevie Ray Vaughan completaria 70 anos neste 2024. Foi uma das perdas mais lamentadas da história da kúsica, uma comoção semeçhante às mortes de Buddy Holly, em acidente aéreo em 1959, e de três integrantes do Lynyrd Skynyrd, na queda de avião em 1977.
Lenda e magia
O guitarrista Eric Clapton costuma dizer que, quando tocava ao lado do texano Stevie Ray Vaughan, ficava muito preocupado, já que era impossível acompanhar e entender o que o mágico guitarrista de blues fazia, graças à genialidade e ao virtuosismo. Para Clapton e para a lenda do blues Buddy Guy, ninguém chegou tão perto de Jimi Hendrix como Stevie Ray.
Com sua banda de apoio, a Double Trouble – Tommy Shannon (baixo), Chris Layton (bateria) e Reese Wynans (teclados) -, Stevie Ray Vaughan passou como um furacão nos anos 80, revolucionando o jeito de tocar guitarra e resgatando o blues de mais um período de estagnação.
Foram apenas cinco álbuns de estúdio e um ao vivo, além de três vídeos obrigatórios. Apesar da genialidade, começou gravar tarde, e lançou seu primeiro álbum, “Texas Flood”, em 1983, aos 29 anos de idade.
Todo guitarrista de blues relevante do século XXI bebeu na fonte texana muito conhecida pela sigla SRV - Eric Gales, Joe Bonamassa, John Mayer, Kenny Wayne Shepherd, Derek Trucks, Jonny Lang, Gary Clark Jr, Anthony Gomes, Chris Duarte, Mitch Laddie, Nuno Mundelis e muitos outros.
“Stevie era um cara tímido, mas muito bacana. Era difícil encontrar alguém que não gostasse dele. Falava pouco, preferia se comunicar por meio da guitarra. Não há forma mais elegante e eficiente para um cara como ele.” As palavras são de Jimmie Vaughan, irmão mais velho, e endossadas por Eric Clapton. Ele comentava para a Guitar Player norte-americana nos anos 90 o legado deixado precocemente pelo mestre.
Stevie Ray Vaughan era tido como um gênio do instrumento que agregava e aglutinava. Todo mundo queria tocar com ele. Santana, Buddy Guy, B.B. King, Albert King, Eric Clapton, Steve Lukather, Jeff Beck, Johnny Winter, David Bowie e mais uma infinidade de artistas de primeira linha tiveram o privilégio de dividir o palco ou o estúdio com o guitarrista, que adorava essas jams.
Alguns dos melhores encontros envolveram Stevie com Jeff Beck em diversos shows no ano de 1989. Os dois gigantes haviam tocado juntos cinco anos antes em Honolulu, no Havaí. Stevie Ray fazia um show incendiário e recebeu Beck no palco com fúria nos olhos e nos dedos.
Em 1989, os dois voltariam a se cruzar pelos Estados Unidos, ambos em turnês solo. As datas entre os giros coincidiram algumas vezes e resolveram unir-se em 34 datas no segundo semestre daquele ano, quando se revezaram como atração principal.
Foi mais de uma vez ao fundo do poço nos excessos do álcool e das drogas, foram várias as internações para reabilitação, mas os mergulhos no inferno foram proporcionais às vezes em que atingiu o topo como músico, ganhando a veneração dos pares e do público.
Morto aos 36 anos de idade, não chega a ser tão cultuado como Hendrix, mas é venerado dentro meio musical. Deveria tocar em um festival de blues em Ribeirão Preto em setembro de 1990, embora ainda não tivesse assinado o contrato. Seus discípulos diretos na atualidade não hesitam: ele foi um gênio da guitarra.
Lenda e magia
O guitarrista Eric Clapton costuma dizer que, quando tocava ao lado do texano Stevie Ray Vaughan, ficava muito preocupado, já que era impossível acompanhar e entender o que o mágico guitarrista de blues fazia, graças à genialidade e ao virtuosismo. Para Clapton e para a lenda do blues Buddy Guy, ninguém chegou tão perto de Jimi Hendrix como Stevie Ray.
Com sua banda de apoio, a Double Trouble – Tommy Shannon (baixo), Chris Layton (bateria) e Reese Wynans (teclados) -, Stevie Ray Vaughan passou como um furacão nos anos 80, revolucionando o jeito de tocar guitarra e resgatando o blues de mais um período de estagnação.
Foram apenas cinco álbuns de estúdio e um ao vivo, além de três vídeos obrigatórios. Apesar da genialidade, começou gravar tarde, e lançou seu primeiro álbum, “Texas Flood”, em 1983, aos 29 anos de idade.
Todo guitarrista de blues relevante do século XXI bebeu na fonte texana muito conhecida pela sigla SRV - Eric Gales, Joe Bonamassa, John Mayer, Kenny Wayne Shepherd, Derek Trucks, Jonny Lang, Gary Clark Jr, Anthony Gomes, Chris Duarte, Mitch Laddie, Nuno Mundelis e muitos outros.
“Stevie era um cara tímido, mas muito bacana. Era difícil encontrar alguém que não gostasse dele. Falava pouco, preferia se comunicar por meio da guitarra. Não há forma mais elegante e eficiente para um cara como ele.” As palavras são de Jimmie Vaughan, irmão mais velho, e endossadas por Eric Clapton. Ele comentava para a Guitar Player norte-americana nos anos 90 o legado deixado precocemente pelo mestre.
Stevie Ray Vaughan era tido como um gênio do instrumento que agregava e aglutinava. Todo mundo queria tocar com ele. Santana, Buddy Guy, B.B. King, Albert King, Eric Clapton, Steve Lukather, Jeff Beck, Johnny Winter, David Bowie e mais uma infinidade de artistas de primeira linha tiveram o privilégio de dividir o palco ou o estúdio com o guitarrista, que adorava essas jams.
Alguns dos melhores encontros envolveram Stevie com Jeff Beck em diversos shows no ano de 1989. Os dois gigantes haviam tocado juntos cinco anos antes em Honolulu, no Havaí. Stevie Ray fazia um show incendiário e recebeu Beck no palco com fúria nos olhos e nos dedos.
Em 1989, os dois voltariam a se cruzar pelos Estados Unidos, ambos em turnês solo. As datas entre os giros coincidiram algumas vezes e resolveram unir-se em 34 datas no segundo semestre daquele ano, quando se revezaram como atração principal.
Foi mais de uma vez ao fundo do poço nos excessos do álcool e das drogas, foram várias as internações para reabilitação, mas os mergulhos no inferno foram proporcionais às vezes em que atingiu o topo como músico, ganhando a veneração dos pares e do público.
Morto aos 36 anos de idade, não chega a ser tão cultuado como Hendrix, mas é venerado dentro meio musical. Deveria tocar em um festival de blues em Ribeirão Preto em setembro de 1990, embora ainda não tivesse assinado o contrato. Seus discípulos diretos na atualidade não hesitam: ele foi um gênio da guitarra.
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