sexta-feira, 19 de janeiro de 2024

As guitarristas brasileiras que brilham nos Estados Unidos

Desde 2020 cresce o número de instrumentistas brasileiros que tentam a sorte em cidades americanas como Los Angeles, Nova York e Boston. Não existem dificuldades para atingir o sonho de viver de música, ganhar em dólar e fazer turnês intermináveis pelos Estados Unidos, ainda, de longe, o maior mercado do mundo.

Quando entrou no Megadeth, em 2015, Kiko Loureiro (ex-Angra)  já vivia na ponte área Los Angeles-Helsinque (Finlândia). Outros dois ex-companeiros na banda brasileira, os bateristas Aquiles Priester e Bruno Valverde, moram atualmente em Los Angeles. Norock pesado, um dos mais bem-sucedidos é Bill Hudson, do Northtale da banda de Doro Pesch. E tem ainda o guitarrista Mika Jazz, a banda Red Devil Vortex e os blueseiros guitarristas Celso Salim e Artur Menezes,

Também fazem sucesso nas terras americanas duas guitarristas  e uma baixista brasileiras que estão há mais de dez anos em terras americanas e colhem agora o sucesso de suas empreitadas? Julia Lage, Lari Basílio e Tatiana Pará.

A baixista Julia Lage é integrante do Vixen, um dos grupos expoentes do hard rock dos anos 80 e formado só por mulheres. Além disso, é muito bem relacionada no meio musical, com amizades importantes - a começar por ser casada com o guitarrista Richie Kotzen, do Winery Dogs e ex-Mr. Big;

, laEla também mantém um projeto bissexto ao lado de outra brasileira, a cantora Tatiana Esse, chamado Sister Knot, mas seu trabalho mais recente é uma regravação de um single, "The Ride", agora com a participação do marido e do vocalista e multi-instrumentista Dug Pinnick, da banda de rock King's X. Na bateria, a baixista contou com Mike Odabashian. O resultado ficou muito bom.

Ex-baixista da banda brasileira Barra da Saia, de que mistura forró e sertanejo, ela migrou para os Estrados Unidos quando foi "pedida em casamento" por Kotzen, então namorado, que a intimou a kudar para Los Angeles. Isso foi em 2012, quando já tinha deixado a sua banda.

Desde então gravou seis singles solo e um com a Sister Knot, além de entrar para a Vixen em 2022, além de auxiliar o marido nos shows ao vivo do projeto Smith/Kotzen, que tem também o guitarrista Adrian Smith, do Iron Maiden.

A nova versão para "The Ride" é mais "quente", um hard rock com viés pop em que a guitarra de Kotzen acrescenta todo um colorido especial, vem bluesy e com um groove lhe é característico. É apenas um gostinho do álbum solo que um dia deve vir á tona - ela ainda não sabe quando. O videoclipe é bem simples, mas interessante.

Lari Basilio também está há alguns anos nos Estados Unidos e chama a tenção pelo fraseado moderno e a versatilidade ao explorar diversos gêneros musicais. O rock é a base de “Your Move”, seu mais recente trabalho, mas ela também se dedica ao jazz e ao hard rock, deixando um pouco de lado o metal veloz de seu disco anterior, “Far More”.

A beleza de uma canção como “Your Move”, um rock singelo de base bluesy, é maior exemplo de sua versatilidade, lembrando a sutiliza de Satriani, a precisão de John McLaughlin e o feeling de John Scofield.

 “Fearless”, que abre o disco, soa mais moderna e agressiva, emulando a influência de Steve Vai, enquanto que o blues com acento jazzy volta com extremo bom gosto em “Here For You”.

“Novo” transborda brasilidade, com timbres que se aproxima de uma espécie de country folk brasileiro, onde os timbres mais acústicos dão um colorido especial a uma canção delicada. Mesmo a base mais pesada não foge do roteiro e ajuda a transformar a música na melhor do disco.

Outra que merece atenção é a esfuziante “Running to the Other Side”, a que talvez seja a mais pesada, reunindo uma miríade de influências e timbres que mostram ousadia e muita habilidade.

Instrumentista em ascensão, é uma das sensações do rock instrumental nacional. Nascida em São Paulo, Lari Basilio começou a estudar órgão e teclado aos quatro anos de idade.

Alguns anos depois, seu pai lhe ensinou os primeiros acordes de violão, suficientes para despertar a paixão pela guitarra. Começou a estudar sozinha, tocando em igrejas evangélicas e, consequentemente, participando de bandas.

Em 2011, gravou seu primeiro EP instrumental, intitulado “Lari Basilio”, que contém cinco faixas, lançado em abril de 2012, marcando oficialmente o início de sua carreira solo. Produzido por Lampadinha, o trabalho ainda conta com as participações de Felipe Andreoli (Angra) e Adriano Daga (Malta).

Os CD e DVD “The Sound of My Room” foram lançados sem agosto de 2015 no Cine Belas Artes, em São Paulo. “Far More”, é mais recente, de 2019, até então seu melhor trabalho, que foi superado por “Your Love”.


A guitarrista paulistana, Tatiana Pará, é a que chegou por último aos Estados Unidos e inaugura sua temporada nos Estados Unidos com um single que estará em seu segundo álbum solo

“Back to You” é um blues com toques de jazz em uma estrutura delicada, mas que transborda intensidade, bem ao estilo do homenageado, o inglês morria Jeff Beck, que morreu aos 78 anos em janeiro de 2023. Foi uma de suas grandes influências.

 “Tocar guitarra é poderoso porque não tem limite. É também uma homenagem a um dos meus guitarristas favoritos, Jeff Beck, que unia melodia e expressão de maneira bela e única, e a quem dedico esse álbum”, disse Tatiana à revista digital Guitar Load. 

“Back to You” também será o nome do álbum que chega às plataformas de streaming no próximo dia 17 de janeiro. A faixa “Back to You”, por sua vez,  tem a participação de Travis Carlton (filho de Larry Carlton, que toca na Steve Gadd Band) no baixo e James Wollam (Tears for Fears) na bateria.

O álbum “Back to You” terá oito faixas e foi gravado em Los Angeles (EUA) e Vancouver (Canadá). A mixagem e masterização ficaram a cargo de John Paterno, que já trabalhou com Robben Ford, Michael Landau e Warren Haynes (Gov't Mule).

Na nova fase, Tatiana Pará pretende explorar todas as vertentes do blues, expandindo as possibilidades já registradas no primeiro trabalho, “My Moods”, de 2016, que contou com a participação do icônico guitarrista Scott Henderson.

Com uma técnica i pressionante e um feeling estupendo, a guitarrista deixa o rock um pouco de lado e mergulha nos fraseados de origem jazzística, com uma abordagem harmônica que recupera um pouco do que de melhor Jeff Beck imprimiu em sua fase instrumental d segunda metade dos anos 70. Seu segundo álbum promete ser um dos grandes álbuns do ano.

https://youtu.be/JuyjHiyOVT8

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