quinta-feira, 4 de janeiro de 2024

Rage Against the Machine não fará mais shows

 Uma banda ativista e engajada, referência na música pesada e na de protesto, mas que não consegue domar os demônios internos. O Rage Against the Machine, força demolidora nos anos 90, virou banda bissexta neste século e agora deve deixar definitivamente os palcos. ou seja, está acabando.

O baterista Brad Wilk escreveu nas redes sociais, sem explicitar os motivos, que a banda não vai mais fazer shows e turnês. 

Em 2022, depois de muito tempo, o quarteto se reuniu e começou um giro americano e pretendia ir à Europa, mas o vocalista Zack de la Rocha se machucou durante uma apresentação e a turnê foi adiada e, depois, cancelada.

Na época, o cantor escreveu nas redes sociais que a lesão no tendão de Aquiles era grave e que limitava os seus deslocamentos e que a banda teria de cancelar de forma definitiva a turnê.

Nome forte da cena alternativa dos anos 90, o Rage Against logo ganhou fama com seu primeiro single, a violenta "Killing in the Name". a guitarra pesada e groovada de Tom Morello e a batida marcial de Wilk eram um complemento interessante para os vocais cuspidps e gritados de Rocha.

Era um som urgente, urbano e feroz, com um nível de engajamento social e político poucas vezes visto no rock, e logo as comparações com o MC5, clássica banda de garagem dos anos 60, surgiram.

O posicionamento notadamente de esquerda de Morello e Rocha incomodou muita gente, como era de se esperar,e  cobrou um preço salgado, fazendo com que divergências não demorassem a aparecer no quarteto. Ainda assim, superaram vários boicotes, mas não as constantes atividades paralelas do vocalista. Muitas vezes a banda ficou em segundo plano, principalmente neste século.

São apenas quatro álbuns em 33 anos de existência, com longos hiatos e apenas duas reuniões da formação original, em 2007 e 2019, com algumas atividades esporádicas entre 2009 e 2015.

Em tempos difíceis em que a extrema-direita avança e ganha terreno no mundo, sempre travestida de neoliberalismo, ficar sem a voz do Rage Against the Machine é uma perda irreparável. E não há nenhum artista que remotamente se aproxime da importância em engajamento e ativismo. Não há substituto à altura do Rage Against.

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