Uma banda que nunca teve medo de mudar, ao menos no seu auge. Esse era um dos vários motivos para o Deep Purple ser admirado e idolatrado nos nove anos de sua primeira e gloriosa fase, que foi de 1967 a 1976. De todas as grades bandas do rock clássico, somente Thin Lizzy e Uriah Heep tiveram coragem semelhante.
Faz 50 anos que o Purple não pestanejou em abrir mão de uma dupla dde músicos carismáticos e excelentes em seu auge criativo para mergulhar no incerto e duvidoso, abraçando dois novos e jovens integrantes que ajudaram a incendiar o mundo do rock pesado com um novo direcionamento. Ao mesmo tempo em que impunham mudanças de tal ordem que levaram à implosão da banda três anos depois.
Unidade e estabilidade nunca foram termos que compusessem o cotidiano do quinteto inglês, que sempre fez da tensão e da imprevisibilidade elementos fundamentais de sua ascensão. No começo era a pressão para fazer sucesso e ganhar algum dinheiro; depois, a busca paranoica por excelência e perfeição por parte do guitarrista temperamental Ritchie Blackmore.
A criação da banda juntou três virtuosos músicos com larga experiência no underground londrino e nos esfumaçados bares e boates da Alemanha. Blackmore finalmente encontrara no tecladista e maestro Jon Lord e no versátil baterista Ian Paice os parceiro ideais para vencer no mundo pop, mas demoraram encontrar os músicos complementares.
Lord era a figura proeminente naquele início, quando a banda fazia um rock psicodélico com tendência ao progressivo om pitadas dde soul music americana. Os teclados conduziam quase tudo e davam o tom nos três primeiros álbuns, que não tiveram muita repercussão nos de 1968 e 1969.
Era preciso mudar e Blackmore sacou isso bem rápido: o vocalista Rod Evans e o baixista Nick Simper não estavam rendendo o que ele queria e ele precisava de músicos mais incisivos e melhores, ao mesmo tempo em que convenceu Lord dde que o som tinha de er mais pesado e menos hermético e exemplificou: Jeff Beck Group, Jimi Hendrix Experience, The Who e Led Zeppelin.
Jon Lord concordou em mudar o som e integrantes, pois não tinha uito argumentos, mas exigiu antes levar a cabo o seu grande projeto: "Concert for Group and Orchestra", que misturaria música pop com uma orquestra filarmônica executando composições eruditas suas.
Primeiro renascimento
O álbum saiu em 1969 já com os novos integrantes, o vocalista Ian Gillan e o baixista Roger Glover, ambos do banda pop Episode Six. O álbum foi muito elogiado e considerado vanguardista, mas vendeu menos do que era esperado. Era o encerramento da primeira fase.
O rock pesado do Deep Purple foi uma mudança e tanto assustou os fãs, além de arrebatar e arrebanhar milhares de outros. Era bluesy, era pesado, e era bom, mostrando que o Led Zeppelin tinha finalmente um concorrente - o Black Sabbath só seria considerado dessa forma mais de um ano depois, com o seu segundo álbum, "Paranoid".
Finalmente o Deep Purple conheceria o sucesso e ganharia dinheiro com a música primeiramente conhecida como "rock pauleira" com os discos "In Rock", "Fireball" e "Machie Head", este trazendo o maior sucesso da banda e um dos hinos do rock de todos os tempos, "Smoke n the Water".
Foram quatro anos intensos de muito sucesso, muitos hows, muito estresse e muita briga. Deep Purple virou uma banda gigante, mas não foi o suficiente para manter Ian Gillan na banda, em constante tensão com Blackmore.
"Who Do You Think W Are", dde 1973, não repetiu o sucesso dos três discos anteriores e refletiu o clima pesado no estúdio - ironicamente, o grupo soava menos denso e agressivo.
Novo desmonte
Farto e cansado, Gillan anunciou a sua saída em meados de 1973. Não foi uma completa surpresa, dada a grande insatisfação do vocalista. O que surpreendeu mesmo foi a inclusão de Glover na barca, ele que se mostrara um excelente compositor.
Pesou contra ele, entre outras coisas, a amizade com Gillan e uma certa independência de pensamento crítico, além de ua atividade paralela de produtor - abraçou com gosto o trabalho com banda escocesa Nazareth.
Já que era para mudar, então que fosse para valer. E então foi feito o convite para o baixista e vocalista Glenn Hughes, de 21 anos, da ascendente banda Trapeze. Este nem pensou muito e aceitou, mas teve de engolir o fato de que não seria o vocalista principal, já que Blackmore não queria um integrante que recebesse excessiva atenção.
Paul Rodgers, o excelente cantor do então finado Free e e no processo de criação do Bad Company, fi sondado para ser o vocalista principal, e se surpreendeu como o convite. "Não acreditei quando me disseram do interesse em me contratar. O som deles era muito pesado, fora da minha praia, e ainda por cima já tinham Hughes, que eu conhecia fazia temo. Eu disse isso para eles. Não me arrependi de ter optado pelo Bad Company", declarou o cantor em uma entrevista para a revista Classic Rock.
Blackmore não sossegou e fez inúmeras audições até que um desconhecido cantor de pub e ex-balconista de loja de roupas chamou a sua atenção. David Coverdale tinha voz rouca e bluesy que tanto procurara para consolidar a mudança total. Além disso, era mais tímido "menos encrenqueiro" e "mais focado" do que Gillan, segundo o guitarrista comentou na época.
Mal sabia que ele que os novatos revolucionariam o som do Deep Purple também a dinâmica interna do grupo, a ponto de causar desgosto em Blackmore a ponto de provocar sua saída em maio de 1975.
O tecladista Jon Lord aprovou as mudanças e simpatizou logo com os dois garotos - que eram cerca de dez ano mais novos. No entanto estava inseguro e desconfiado sobre a pertinência de tais contratações e mudanças profundas.
O guitarrista Ritchie Blackmore, empolgado, foi contagiado pela exuberância e otimismo dos dois novatos do Deep Purple, Eles estrearam meses depois, já em 1974, em um concerto gigantesco nos Estado Unidos, o California Jam.
Houve uma qumíica excelente antes, no estúdio, e então o álbum "Burn", que completará 50 anos de seu lançamento em 2024, transformou a vida da banda.
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