domingo, 5 de novembro de 2023

Só a nostalgia explica a badalação sobre 'nova' canção dos Beatles


Com informações do site Roque Reverso

Destampar caixões e raspar fundos de baús reservam algumas surpresas, e geralmente não são muito boas. Desde que Jimi Hendrix morreu, em 1970, nada de surpreendente ou bombástico surgiu, or mais que o marketing dos gestores de seu espólio se esforçassem para dizer o contrário. 

Em relação aos Beatles, as série "Anthology" e "Live at the Beeb" praticamente exaurira tudo o que de interessante havia sobrado deles, entre 1993 e 1996; Tudo o mais que viria era mero material requentado ou de segunda linha.

Descontando-se o marketing e a comoção normal de tudo o que envolve o nome dos Beatles, as tais canções "inéditas" que surgiram com no "Anthology" suscitavam temores e preocupações entre especialistas e fãs mais ardorosos. E com toda a razão. 

"Now and Then", a nova e "última" canção dos Beatles, recriada a partir de uma fita caseira a gravada por John Lennon em seus últimos meses de vida, deu razão a quem se preocupava com a qualidade do que viria.

Assim como "Free as a Bird" e "Real Love", lançadas em "Anthology" entre 1994 e 1995, é uma canção nao terminada de Lennon, um resto que foi abandonado e recuperado por produtores, tendo sido terminada por Paul McCartney e George Harrison, que acrescentaram instrumentos e versos posteriormente, ao lado de Ringo Starr.

Os três esboços de músicas estavam na fita que Lennon gravou e que foi entregue a McCartney por Yoko Ono, a viúva de John. Esboços sem convicção e que não indicavam bons caminhos. McCartney e Harrison fizeram o que puderam e as deixaram passáveis para entrar em "Anthology".

"Now and Then", assim como as duas anteriores, é fraca, a pior dad três, e deveria ter ficado enterrada eternamente no baú. Não é u horror, mas é desnecessária e nada acrescenta.

Só a nostalgia explica a "emoção" que muita gente sentiu ao ouvir uma canção tão pouco inspirada e claramente "montada", como um arremedo de produção que não faz jus á genialidade do trabalho dos quatro músicos de Liverpool.

Essa "trucagem" de estúdio nada tem de emocionante e não representa, bem de longe, o verdadeiro trabalho que merece ser reverenciado do quarteto.

Ao contrário do que estão empurrando aos consumidores, este não é o último capítulo da história do Beatles. Ela terminou mesmo em 1996, quando foi lançada a terceira e última parte de "Anthology". De lá para cá nada mais surgiu dde relevante ou verdadeiramente inédito - nem mesmo o ótimo documentário "Get Back", de sete horas, de Peter Jackson, que tem origem em material já existe e parcialmente divulgado.

"Now and Then" teve (único) mérito de reacender o interesse sobre o maior e melhor gruo de rock de todos os tempos, mas não passou de uma peça de marketing bem trabalhada em cima de uma obra de arte de qualidade questionável.

Se é para lembrarmos com carinho da última coisa relevante que o Beatles fizeram, então que fiquemos com o som de "Abbey Road", de 1969, o último álbum de verdade que reuniu os quatro em estúdio; ou então a série "Anthology", em áudio e em vídeo, qu conta detalhadamente a história do grupo - deixando dos três restos de música deixados por Lennon e acrescidos pelos ex-companheiros.

A história de "Now And Then"

Considerada “a última música” dos Beatles, “Now And Then” tem pouco mais de 4 minutos de duração. Escrita e cantada por John Lennon há mais de quatro décadas, a versão final foi desenvolvida e trabalhada por Paul McCartney, George Harrison e Ringo Starr.

Paul e Ringo, os últimos membros ainda vivos da banda extinta no início dos Anos 1970, foram os responsáveis pela finalização da música, recuperada por Inteligência Artificial e por um software desenvolvido justamente por Peter Jackson. 

Em 1994, mais de uma década após a morte de John Lennon, a viúva Yoko Ono entregou a gravação para Paul, George e Ringo.

A sessão de gravações tinha ainda as demos de “Free As A Bird” e “Real Love”. Essas músicas foram lançadas a partir de 1995 no projeto “The Beatles Anthology”.

“Now and Then” foi na época arquivada porque trazia problemas de gravação que não conseguiram ser resolvidos.

Agora, com a tecnologia de IA, foi possível a produção da faixa com os vocais originais de Lennon.

Um software desenvolvido por Peter Jackson e equipe quando eles produziram a série “Get Back” foi fundamental para que a faixa inédita chegasse ao ponto desejado e audível.

No documentário divulgado na quarta-feira, 1º de novembro, é possível verificar as contribuições finais de Paul, Ringo e George, além de todo o processo. 

“Now and Then” não é o único lançamento recente anunciado dos Beatles. Ela será disponibilizada com uma nova mixagem de “Love me do”, single de estreia de banda, lançado em 1962.

No dia 10 de novembro, serão relançados os discos “The Beatles 1962-1966” (conhecido como “The Red Album”) e o “The Beatles 1967-1970” (“The Blue Album”).

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