quarta-feira, 8 de novembro de 2023

Rádio Táxi retorna a São Paulo para comemorar quatro décadas no palco

 Nelson de Souza Lima - especial para o Combate Rock

O clima é de festa. E nem poderia ser diferente. Considerada uma das grandes bandas do rock oitentista, atravessando décadas, o Rádio Táxi se apresenta no Bar Brahma, no centro de São Paulo, no dia 9 de dezembro. Localizado na esquina da Ipiranga com a São João a emblemática casa recebe o grupo paulistano em comemoração dupla: 42 anos de carreira e 40 do lançamento de “Eva”, canção que se tornou o maior hit dos caras.

Claro que quatro décadas de estrada não são quatro meses, sendo assim, muita coisa mudou. Troca de integrantes e até a perda de um de seus fundadores, o super guitarrista Wander Taffo (1954-2008). 

Sobre este momento especial, Gel Fernandes, baterista e único integrante da formação original, diz que “Eva” sempre será o ponto alto do show, pois os fãs vão ao delírio. 

Para o guitarrista Miltinho Romero a canção é o sucesso que todo artista almeja, por ter alcançado o primeiro lugar nas paradas durante muito tempo, tanto que teve inúmeras versões. Além de Fernandes e Romero integram o Rádio Táxi atualmente Betto Luck (vocal), Flávio Fernandes (teclados/vocais) e Fábio Zaganin (baixo).

Para o show no Bar Brahma  Willie de Oliveira, o cara que gravou “Eva”, disponibilizada no segundo álbum lançado em 1983, é um dos convidados. “Além do Willie, vocalista original da canção, (o convite) também será estendido a queridos amigos que participaram da formação em algum momento”, diz o batera Gel Fernandes.

Abaixo a entrevista completa com Gel Fernandes e Miltinho Romero.

São 42 anos de Rádio Táxi e 40 de “Eva”. Me digam o quanto a canção é importante para vocês e na discografia da banda.

Gel Fernandes e Miltinho Romero – “Eva” é o sucesso que todo artista almeja e precisa ter na carreira por ser uma canção que alcançou o primeiro lugar nas paradas de sucesso durante muito tempo como ainda hoje com outras versões. Realmente é um grande marco para banda, assim como muitos outros sucessos. “Eva” sempre será o ponto alto do nosso show, sempre tocamos duas vezes, pois o público vai ao delírio.

Um ex-integrante da banda diz em entrevistas para programas de TV que, a princípio, os integrantes originais do RT se recusaram a gravar “Eva”. O quanto isso é verdadeiro?

GF e MR – “Eva” foi um pedido da gravadora pois era uma canção italiana já estourada na Europa e não queríamos gravar pois o disco já estava pronto, acabamos gravando e tivemos que tirar uma canção chamada “Limousine” e acabamos gravando no estúdio onde foi mixado o disco.

RN – A discografia do RT não é tão extensa quanto de outros grupos contemporâneos de vocês. “Sarah” é um single que foi lançado em 2022. Como está o processo de composição de material novo para, quem sabe, um disco de inéditas do RT?

GF e MR – Estamos gravando e lançando novos singles o que é um procedimento muito comum nos dias de hoje, temos o projeto de lançar um DVD acústico com os grandes sucessos e com singles inéditos para o ano que vem. E em primeira mão anunciamos que a produção deste futuro DVD será do extraordinário Ricardo Feghali, tecladista do Roupa Nova, grande produtor musical, além de um amigo querido.

No show do Brahma, em nove de dezembro, vocês vão reunir Willie de Oliveira e Fábio Nestares, ex-vocalistas do grupo. Podem adiantar alguma coisa dessa brodagem ai?

GF e MR – Como será um show comemorativo dos 40 anos de “Eva” resolvemos chamar nossa voz principal da canção, e também será estendido a queridos amigos que participaram da formação em algum momento.

Miltinho Romero é um guitarrista técnico e que curte muito metal. Vocês têm escutado novas bandas? O que ouvem atualmente. Se bem que o Miltinho já postou vídeos tocando baixo para grandes clássicos da MPB.

GF – Não buscamos referências atuais, somos bem focados na originalidade sonora da banda, como disse Belchior, “Nossos ídolos ainda são os mesmos”, como disse Belchior, “Nossos ídolos ainda são os mesmos”

MR – Tenho o contra baixo como um segundo instrumento, pois ele é muito rico ritmicamente, melodicamente é porque não Harmonicamente? Pois existem contrabaixos de seis cordas em que é possível você harmonizar com acordes. Além de me proporcionar ideias e levadas de arranjos. Por isso me identifico. Sou meio Bossa-nova Rock n Roll (risos).
 
Como veem o atual momento do rock nacional?

GF e MR – Acreditamos que o rock nacional sempre esteve presente, pais e filhos ouvem e cantam até hoje canções que marcaram a década de 80 e, com certeza, tem muita gente boa fazendo rock nacional nos dias de hoje, só não tem tido o mesmo espaço nas mídias como outros estilos musicais que dominam o mercado de hoje.

Qual a importância do rock oitentista para a música brasileira?

GF e MR –
A década de 80 foi o auge da criação e da inspiração, depois disso ficou muito difícil criar sem imitar, até hoje as músicas que são de qualidade e bom gosto tem um pé nos anos 80. Para nós o rock nacional no início dos anos 80 foi uma forma de popularizar o estilo no nosso país e ajudou a difundir o rock para todo o Brasil, com o nosso jeito. As pessoas puderam ter acesso a todas as bandas de pop rock que existiram e ainda existem. Mas acredito que o Radio Táxi no início dos anos de ouro do Rock nacional, veio puxando a carruagem para as demais bandas

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