São Paulo reeditou Londres desde sempre, onde as atrações roqueiras são diárias. Não é à toa que a capital paulista foi eleita em 2023 a Capital Global Música, batendo a inglesa Manchester e uma cidade chilena.
Com a ajuda de amigos e colaboradores, o Combate Rock traça um rápido panorama sobre o que rolou em alguns shows internacionais do mês de novembro.
- Roger Waters - Os dois shows no Allianz Parque superaram os históricos concertos do ex-baixista e vocalista do Pink Floyd no Pacaembu, nos anos 2000, segundo muita gente que presenciou os dois eventos. Seja como for, em um local ai adequado e com acústica boa o suficiente para permitir uma audição aceitável, Waters fez um show muito competente e direcionado a não iniciados, o que não significa que tenha facilitado as coisas. É um show denso, repleto de detalhes e que requer uma atenção maior. Tem hits, é claro, mas tem mensagem política, sarcasmos e alfinetadas. A plateia era mais amigável que a de 2018, quando foi "surpreendida" com mensagens politizadas contra ditadores, fascistas de toso os tipos e, principalmente, contra o nefasto ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Não houve vaias, só reverência e admiração. Mesmo as versões diferentes de canções icônicas do Pink Floyd, como "Comfortably Numb", mas mais lenta, mais sombria e melancólica, sem solo de guitarra, agradou p o que e triste, porque o público não se importou com o desvirtuamento da maravilhosa versão original nos dois dias. Ainda assim, foi extraordinário, um espetáculo maiúsculo do rock. (Com informações de Henrique Neal)
- Glenn Hughes - O ex-baixista e vocalista do Deep Purple é outro daqueles músicos incapazes de fazer coisa ruim. Frequentador assíduo dos palcos brasileiros, aprendeu como conduzir uma apresentação se sustos e sem invenções. Desta vez a ideia era comemorar os 50 anos do lançamento de "urn", o disco de sua estreia no Deep Purple. Recuperado da gripe, competente e carismático, conquistou o público desde os primeiros segundos e fez o que se esperava, uma cascata de hinos do rock que emocionaram o público de maioria de admiradores do rock clássico. Hughes não precisou fazer concessões e brilhou nos clássicos, como "Burn", mas também em "Might Just Take Your Life" e no maravilhoso início com Stormbringer", que não ´do álbu citado. Em duas músicas, contou com a presença do baterista Chad Smith, do Red Hot Chili Peppers, banda que estava tocando na mesma semana em São Paulo. Os dois são amigos ha muito tempo e já tocaram juntos em muitas ocasiões. O sow foi curto e em um local diferente e meio inadequado (mudança de ultima hora), mas oi ótimo. (Com informações de João Paulo Medeiros)
- Red Hot Chili Peppers - Banda americana que ainda tem status de gigante pelo mundo, voltou ao Brasil para se divertir no palco, como deixou claro ao pisar no palco do estádio do Morumbi. Costumam entrar em campo com o jogo ganho e não foi diferente desta vez. Alguns reclamaram que as versões estendidas, com jams e partes instrumentais esticadas, "estragaram" as musicas - coisa de gente que não entende de música, não conhece a banda e vai a shows desse tipo como se estivesse uma balada de sábado à noite. Todos os clássicos foram desfilados em performances convincentes e meio relaxadas, no sentido de descontração. Segura e cm vontade, a banda entregou um show estupendo e emocionante. É rock clássico? É, mas oferece o que se pode chamar de pacote completo, com performances individuais de alto nível, entrosamento absurdo e músicas eternas. (Com informações de Juliana Marcondes)
- Primal Fear - Banda alemã de heavy metal tradicional erroneamente rotulada de cópia do Judas Priest, o Primal Fear fez uma turnê importante pelo Brasil para promover o mais recente álbum, "Code Red", e merecia um lugar maior do que o Fabrique, em São Paulo, pra desfilar seu exuberante metal movido a guitarras gêmeas. Ignorando essa questão, a banda fez um show bem pesado, embora nem um pouco surpreendente. É metal reto e direto, sem muitas concessões, ams com um punhado de canções conhecidas e de ótima qualidade. Foi muito legal escutar uma sequência matadora com "Chainbreaker", "Rollercaster" e "The World Is On Fire", esta o disco novo. Outars novas fora "Anoher Hero" e "Deep in the Night", que surpreendentemente fizeram o publico agira bastante. E também teve "Nuclear Fire" e "Metal Is Forever". Ótimo show. (Com informações de Henrique Neal).
- In Flames - O único show brasileiro da banda sueca In Flames da atual turnê era um dos eventos mais esperados do ano em São Paulo e colocou toda a comunidade do metal em alerta máximo, com expectativa de ingressos esgotados, o que não ocorreu. Fazendo um melodic death metal, a banda mostrou técnica impecável e um carisma não exibido nas outras duas passagens ela cidade. A avalanche sonora tomou conta do Tokio Marine Hall com uma sonoridade violenta e extrema, com uma apresentação destruidora.. A banda estava divulgando o álbum "Foregone", mas fez uma passagem por todos os discos de sua carreira, o que fez o público delirar. É ma das bandas de metal extremo mais importantes do mundo, mas que teve uma acolhida menos efusiva desta vez em São Paulo. Merecia casa cheia. (Com informações de Caio Fernandes)
- Vinny Appice - O baterista americano que tocou com Black Sabbath e Ronnie James Dio gostou de excursionar pelo país com músico locais e voltou neste mês para uma série de datas que incluíram passagens por Sorocaba, Santo Andre e São Paulo. Foram ótimas, verdadeiras celebrações, mas ficou aquele gosto amargo de repeteco literalmente. Quase nada mudou das outras passagens dele por aqui. Quase todas as músicas são as mesmas, or mais que a banda se esforce para acrescentar um molho diferente - e como canta Nando Fernandes (Sinistra, ex-Hangar). E tome os maiores sucessos da era Dio no Black Sabbath e da carreira do solo do cantor morto em 2010. O baterista e banda entregam o que prometem, não tem como dar errado, mas faltaram surpreender mais a galera. (Com informações de Henrique Neal)
- Tim "Ripper" Owens - O cantor americano é um cara ocupado, já passou por inúmeros projetos desde que deixou o Judas Priest, no final de 2003, mas abraçou de vez a opção de "fazer covers com músicos locais". Assim como Appice, decidiu "adotar" a América do Sul como fonte de renda garantida e excursionar com instrumentistas dos países celebrando não só a sua época no Judas como também os maiores clássicos da banda com Rob Halford. É jogo ganho e garantido, mas meio frustrante por conta de alguns fãs mais exigentes, digamos assim. Por mais motivos que ele tenha para ter birra do Iced Earth, por causa de sua demissão meio desrespeitosa, é parte importante de sua vida, assim como seu projeto solo Beyond Fear. Como tem vindo com frequência ao Brasil, seus shows calcados em Judas Priest quase que na totalidade soam repetitivos. Por que não tocar alguma do KK' Priest, sua banda atual ao lado de K.K. Downing, ex-guitarrista do Judas? Também não tem erro ver um show do cara, mas não tem muita variação. E ele canta muito, demais da conta, o que surpreende pelo fato de não ter explodido em alguma banda importante depois de sua saída do Judas Priest para o retorno de Rob Halford.´Os shows de São Paulo e Santo André foram ótimos, sendo que o do ABC contou com um público amis animado. (Com informações de Henrique Neal)
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