Qualquer que seja o resultado das urnas em 30 de outubro, o sentimento é de derrota. Perdemos de goleada nos campos educacional, político e institucional.
A falsa polêmica sobre censura x fake news revelou o que há de mais podre em nossa sociedade deteriorada pelas ideologias malignas autoritárias. Definitivamente, a contaminação inviabiliza qualquer tipo de reação ou recuperação.
Não se trata apenas de reforçar o fato de que a esquerda, no Brasil, historicamente sempre teve umas superioridade moral inquestionável. Trata-se simplesmente de explicitar a podridão do mundo fascista do bolsonarismo que insiste em empestear a civilização.
Os mesmos músicos que defendem e defenderam os ataques á democracia, com a implantação da censura aos que pensam diferente do fascismo-extremismo de direita que nos assola, agora se insurgem contra as medidas mais do que acertadas da Justiça Eleitoral contra veículos de comunicação e pessoas que disseminam todo tipo de fake news e mentiras para espalhar sua ideologia pútrida e nefasta.
Músicos de alto calibre defendem a ideia de que a mais podre das emissoras de rádio, que abandonou o jornalismo por xingamentos de vários tons contra o candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT), tem o direito de xingar, caluniar e desrespeitar ferindo a lei, como se isso caracterizasse "liberdade de expressão".
Um guitarrista de blues carioca sexagenário, famoso pela boa qualidade de seu trabalho, é um dos arautos da defesa da tal emissora diretamente atingida, com toda a razão, pelas determinações da Justiça Eleitoral.
Irado e espumando pela boca, o músico bolsonarista desconhece, seja or ignorância ou por má fé, o fato de que fake news é crime. Esbanjando indigência intelectual, brada a favor da "liberdade de expressão", a mesma instituição que quer vedar aos "inimigos" de sua nefasta ideologia e aos que criticam o nefasto presidente protofascista. Censura? O que vem a ser isso, na visão tosca dessa gente estúpida?
A burrice é um traço inerente ao bolsonarismo e, na imensa maioria dos casos, aos seus apoiadores. A deliberada ignorância do significado entre crime de disseminação de mentiras e censura escancara a impossibilidade de convivência com esse tipo de gente.
Como o fascismo geralmente é combatido com medidas fascistas, já que não dá para tolerar os intolerantes, é preciso derrotar esses animais nas runas e, depois, confiná-los/neutralizá-los, empurrando-os de volta ao esgoto de onde emergiram. No embate entre civilização e barbárie, todas as armas devem ser usadas para destroçar esse inimigo pernicioso.
A discussão a respeito da "censura" contra criminosos da comunicação e da palavra é a sentença de morte definitiva a qualquer tentativa de pacificação.
Não há paz e nem deverá haver paz. A vitória da esquerda em 30 de outubro será apenas o início de um longo conflito político-social para manter o mundo medieval e do retrocesso nos bueiros e nas fossas.
Enquanto artistas estiverem na vanguarda do atraso e liderando iniciativas para censurar adversários políticos e quem pensa diferente não pode haver qualquer solução para essa sociedade doente - e nenhum tipo de conciliação com fascistas.
Enquanto essas mesmas figuras da classe artística continuarem a defender a prática de crimes em nome de deus, pátria deformada e famílias milicianas. É perda de tempo querer esclarecer as diferenças entre os crimes que praticam e defendem e o verdadeiro significado de censura.
O jogo está perdido, e faz tempo, ainda que ganhemos. Nunca mais haverá conciliação - e nem deve haver enquanto predominar o lixo fascista em metade da população deste país infeliz. Com a derrota definitiva, acabam-se as possibilidades de qualquer futuro minimamente viável para o Brasil.
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